Teoria tripartida do conhecimento
1. Segundo a teoria tripartida para definir o conhecimento há três condições que têm de ser satisfeitas. Quais são?
a. S acredita que P – S tem uma crença
b. P é verdadeira – Esta crença é verdadeira
c. P tem de estar justificada.
2. Explique porque é que cada uma delas é necessária para o conhecimento.
Porque seria contraditório afirmar que S sabe que P, e ao mesmo tempo não acredita no que sabe. Exemplo: Sei que o mar tem ondas, mas não acredito nisso. Portanto saber P, implica uma crença, S acredita em P. Também é necessário que essa crença seja verdadeira, porque o conhecimento não depende da convicção com que o sujeito acredita em P (sendo P uma qualquer proposição) P tem que ser do mesmo modo como S acredita, o conhecimento é factivo, por outro lado, se esta crença em P não tem qualquer justificação, boas razões para acreditar que p é verdadeira, então também não há conhecimento, há apenas um palpite, uma suposição ao acaso.
3. Explique porque cada uma das condições por si não é suficiente para o conhecimento.
Nem todas as crenças são conhecimento, logo, não basta ter uma crença qualquer como por exemplo “Acredito que existem Extra-terrestres”, mas não posso saber se essa crença é verdadeira. Também não é suficiente ter uma crença verdadeira para ter conhecimento porque é por mero acaso, e o conhecimento não pode ser por acaso, e por outro lado não é suficiente ter uma boa justificação, podemos ter boas justificações para acreditar em falsidades, depende dos nossos estados cognitivos. Aristóteles tinha razões para acreditar que a Terra era plana, e a Terra não é plana.
4. Esta teoria tripartida tem objecções? Apresente-as.
Sim. Através de exemplos que contrariam a definição. Casos concretos de Sujeitos com uma crença verdadeira e justificada mas que não podemos afirmar que tenham conhecimento.
O que pretendem demonstrar as objecções?
Que podemos ter satisfeitas as três condições exigidas para ter conhecimento e mesmo assim não o ter, o que demonstra que a teoria tripartida está incompleta e necessitaria de outra condição (4ª) para poder ser válida para todos os casos, só que essa quarta condição (a relação de causalidade entre a justificação e a crença) também pode sofrer objecções.
5. Apresente um contra exemplo à teoria tripartida do conhecimento.
“O relógio da igreja da tua terra é bastante fiável e costumas confiar nele para saber as horas. Esta manhã, quando vinhas para a escola, olhaste para o relógio e viste que ele marcava exactamente 8h e 20m. Por isso, formaste a crença de que eram 8h e 20m. O facto do relógio ter sido fiável no passado justifica a tua crença. Contudo, sem que o soubesses, o relógio tinha avariado no dia anterior exactamente quando marcava 8h e 20m.
“O relógio da igreja da tua terra é bastante fiável e costumas confiar nele para saber as horas. Esta manhã, quando vinhas para a escola, olhaste para o relógio e viste que ele marcava exactamente 8h e 20m. Por isso, formaste a crença de que eram 8h e 20m. O facto do relógio ter sido fiável no passado justifica a tua crença. Contudo, sem que o soubesses, o relógio tinha avariado no dia anterior exactamente quando marcava 8h e 20m.
O que prova este exemplo?
Prova que apesar de ter justificação para pensar que são oito e vinte devido ao relógio, sempre anteriormente fiável, apesar deste facto ser verdadeiro, isto é, serem mesmo oito e vinte, há um saber que resulta de um acaso, o relógio ter parado exactamente na hora em que posteriormente o consultei. Como o conhecimento não pode ser por acaso, então não há conhecimento, apesar das condições necessárias estarem satisfeitas.
6. Serão todas as justificações igualmente fiáveis?
Não, podemos ter justificações que julgamos fiáveis mas que não são, devido ao nosso estado cognitivo não permitir encontrar melhores justificações.
7. Poderemos ter uma boa justificação para uma crença falsa e não sabemos que a crença é falsa? Exemplifique.
Durante anos acreditou-se que a lobotomia era a cura para as doenças mentais. Havia estudos que o legitimavam. Hoje essa prática foi desconsiderada por novos conhecimentos que provaram que a teoria que a explicava era falsa.
8. O contrário também se verifica? Poderemos não ter razões para acreditar numa crença verdadeira? Como?
Sim, por exemplo: Pode ser verdade que existem espíritos, mas não há boas razões para acreditar nisso.
9. Distinga conhecimento a priori e conhecimento a posteriori.
O conhecimento “a priori “ é independente da experiência para ser verdadeiro, é verdadeiro em virtude do cálculo, do pensamento ou da análise conceptual, é, por isso um conhecimento necessariamente verdadeiro.
O conhecimento “a posteriori” depende da experiência para ser verdadeiro, acrescenta informação sobre o mundo, deste modo opera uma síntese entre os factos e o pensamento sobre eles, não é necessariamente verdadeiro mas contingente, isto é circunstancialmente verdadeiro.
O conhecimento “a posteriori” depende da experiência para ser verdadeiro, acrescenta informação sobre o mundo, deste modo opera uma síntese entre os factos e o pensamento sobre eles, não é necessariamente verdadeiro mas contingente, isto é circunstancialmente verdadeiro.
10. Exemplifique cada um dos conhecimentos.
A priori: O triângulo tem três lados ,
A posteriori: O Porto é uma cidade do norte de Portugal.
A posteriori: O Porto é uma cidade do norte de Portugal.
Lola
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