A filosofia é uma grande aventura intelectual, ao
mesmo tempo que o seu objecto de discussão é uma das coisas mais importantes
que podemos fazer com as nossas vidas.
Penso
que cabe aos filósofos lidar frontalmente com esta questão. Afinal, somos pagos
para isso. A minha resposta imediata, que mais tarde terá de ser ligeiramente
aperfeiçoada, a esta questão é a seguinte:
A filosofia é o que acontece quando se
começa a pensar pela própria cabeça.
Pode-se acrescentar um pouco mais. Assim
que nos libertamos dos hábitos das crenças recebidas, as que por acaso se
adquiriu mesmo acerca de questões básicas, e começamos realmente a pensar
acerca daquilo em que devemos acreditar, à luz da razão (argumentos) e
indícios, começámos a fazer filosofia. A “tradição” de se apoiar antes em
“autoridades” e “textos sagrados” é o estado normal das coisas e não a excepção
na história — para muitos é ainda a maneira natural de viver. Além disso,
pensar por si próprio não é algo que se leve a cabo facilmente por mero
capricho, mas antes algo que é preciso reforçar como a um músculo, através de
bons hábitos mentais. A filosofia é um modo de vida, que se constrói ao longo
dos anos; o pensamento filosófico é um estado de espírito que se torna parte da
própria natureza de uma pessoa.
É
comum encarar-se a filosofia como um luxo imprático, desnecessário. Uma
futilidade, lúdica na melhor das hipóteses, que se acrescenta à vida depois de
se ter tratado das coisas práticas. Mas isto é um erro.
Longe
de ser desnecessária, a filosofia é inevitável a partir do momento em que as
pessoas deixam de tomar por adquirido as crenças que receberam e, ao invés,
começam a pensar nelas com cuidado, autonomamente. A glória da filosofia — e
seguramente um dos aspectos imediatamente interessantes para os que se sentem
atraídos por ela — é nada estar interdito, nem mesmo o valor da razão, ou, na
verdade (embora isto possa parecer paradoxal), o próprio estatuto da filosofia.
Não há restrições. Só algo como argumentação e a discussão sem limites parece
constante. É uma liberdade maravilhosa. Ou somos escravos das crenças que por
acaso adquirimos através das circunstâncias contingentes da maneira como fomos
educados e do lugar em que o fomos, ou somos até certo ponto filósofos. A
filosofia é o bastião do pensamento livre e da exploração de ideias, acima de
tudo.
A
filosofia por vezes trata a questão da maneira como devemos viver. Pode-se
argumentar que a própria adopção de uma atitude filosófica é exactamente o modo
como se deve viver — tudo o resto é submissão crédula. Claro que se trata de
uma questão de grau, mas na maioria dos casos é um bilhete de ida para a
liberdade de pensamento: depois de o experimentar ninguém quer regressar à
escravidão novamente.
Seria
errado pensar que a filosofia nos deixa constantemente num estado de dúvida
vaga. Aceita-se as próprias crenças com base nos melhores argumentos. Mas
deixa-se a porta entreaberta à discussão suplementar. Na verdade são os que
adoptam as suas crenças como actos de vontade e fé que se apoiam em terreno
instável, onde podem ser derrubados por acaso, com as consequências dolorosas
da desilusão, do vazio e da perda. O resultado pode ser catastrófico porque
caem, se o fazem, de uma altura tal e de um lugar onde se julgavam
absolutamente seguros. Depois disso, o quê? A filosofia não sonha tão alto.
Está também preparada para viver corajosamente com isso. Apesar de mudarmos de
crenças à luz de novos argumentos, podemos assegurar-nos que, da última vez que
defendemos uma perspectiva, fizemos o melhor para chegar realmente ao fundo da
questão. A filosofia não gera a dúvida vazia nem uma certeza inalcançável.
Como
modo de vida, a filosofia e o pensamento filosófico não prometem a felicidade,
mas penso que realçam o que há de melhor nos seres humanos. A filosofia dá
corpo àquilo que há de mais nobre na nossa espécie.
A casa que os filósofos construíram
A filosofia assemelha-se muito a uma
casa que se constrói sobre estacas num rio. Nessa casa podemos fazer todo o
género de coisas — construir coisas, movê-las de um lado para o outro — mas
estamos sempre cientes de que a estrutura é suportada por pilares assentes em
algo potencialmente e, amiúde, realmente inconstante. A filosofia desce
repetidamente para ver como estão as coisas perto da base dos pilares e na
verdade inspecciona os próprios pilares. As coisas podem precisar de mudança lá
em baixo. Para os filósofos isto não é apenas a natureza da filosofia mas a
condição intelectual genuína da humanidade. É a filosofia que presta uma
atenção detalhada a essa condição e a leva a sério. Isto em vez de a ignorar ou
resolvê-la de um modo sofístico.
As áreas da filosofia
O âmbito da filosofia é vasto e
basicamente unificado. Contudo, para clarificar questões e desenvolver
competências, divide as suas energias em áreas de especialização. Estas áreas
têm duas características. Por um lado, algumas áreas têm um objecto de estudo
que parece sustentar grande parte daquilo que pensamos e fazemos. Por outro,
outras áreas sustentam preocupações mais particulares. As áreas alimentam-se
entre si e estão inter-relacionadas. A filosofia não se constrói como outras
disciplinas, verticalmente, a partir de fundamentos básicos inquestionados. Não
consiste em parcelas fáceis que todos podemos pressupor, a partir das quais se
faz as parcelas mais complexas. Não há, como se diz, águas pouco profundas em
filosofia — quando se começa, todas as questões profundas entram de imediato em
jogo.
No
que diz respeito aos capítulos deste livro, pode-se dividir a filosofia em três
grupos.
Grupo
1
Lógica
Epistemologia
Metafísica
Grupo
2
Ética
Filosofia da mente
Filosofia da linguagem
Filosofia da ciência
Grupo
3
Filosofia antiga
Filosofia medieval
Filosofia moderna: séculos XVII e XVIII
Filosofia política
Estética
Filosofia continental
Filosofia da religião
A relação entre estas subdivisões da
filosofia não se caracteriza pela dificuldade mas pela generalidade, havendo um
decréscimo de generalidade à medida que nos afastamos do centro. Isto não
significa que os temas das áreas exteriores são menos importantes. Ao invés, o
que acontece é que os temas do Grupo 1 sustentam os problemas considerados no
Grupo 2 e têm consequências para as conclusões a que se chega no Grupo 2 — este
grupo encontra-se em constante referência ao Grupo 1. Os temas no Grupo 3 não
levantam considerações filosóficas fundamentais novas que não sejam tratadas
nos grupos 1 e 2, mas, ao invés, aplicam a áreas específicas todos os problemas
que se encontra nesses grupos. Eis alguns exemplos: a metafísica pode lidar com
a questão de que categorias de entidades fundamentalmente existem; a estética
preocupa-se em saber como existem as obras de arte; que género de entidades
são? A ética examina em que consiste afirmar que devemos fazer algo, em que
consiste algo ser moral ou imoral; a filosofia política estuda a forma correcta
de organizar a sociedade, se é que esta deve ser organizada de todo em todo.
Os
capítulos históricos aqui listados, como a filosofia antiga e a filosofia
medieval lidam evidentemente com todos os problemas centrais da filosofia, tal
como são tratados num determinado período ou escola de pensamento.
Os problemas da filosofia
Eis uma lista de alguns dos problemas
filosóficos mais básicos e mais comummente tratados. Não se preocupe demasiado
com a maneira como tais questões seriam tratadas por um filósofo — basta
dar-lhes uma olhada e considerar como poderia responder-lhes, de uma maneira
intuitiva e imediata — quase aposto que em breve o leitor dará por si em águas
mais profundas do que espera, águas realmente filosóficas. Na verdade, não se
sinta pressionado para encontrar uma resposta,
mas pense em diversas maneiras possíveis de responder e que razões se tem para
pensar que essas respostas são correctas. As respostas, ou apenas a maneira por
que se deve começar sequer a responder-lhes, são muito menos directas do que
poderíamos supor.
Qual
é a natureza da filosofia?
Há
problemas filosóficos?
Qual
é o método correcto para resolver problemas filosóficos?
Quando
temos boas inferências?
Qual
é a natureza da racionalidade?
O
que é a verdade?
O
que é conhecer algo?
O
que percepcionamos quando afirmamos percepcionar o mundo?
Podemos
saber que o mundo exterior existe?
O
que é a realidade?
Em
que consiste algo existir?
Que
géneros de coisas existem?
O
que é uma causa?
Em
que consiste algo ser moralmente bom?
O
que é a vida boa?
Poderá
justificar-se os juízos éticos?
Qual
é a natureza da mente?
O
que é a consciência?
O
que é o eu?
O
que é isso de as expressões de uma língua terem significado?
O
que é compreender o significado de uma palavra?
Poderá
justificar-se a indução?
O
que é uma lei científica?
Qual
é a melhor maneira de organizar a sociedade?
O
que justifica o poder do estado?
O
que são os direitos humanos?
O
que é uma obra de arte?
Poderemos
justificar as avaliações que fazemos das obras de arte?
O
que determina o significado de uma obra de arte?
Em
que consiste justificar a existência de Deus?
Qual
é a natureza de Deus?
Como devemos viver?
Intemporalidade
Não é controverso afirmar que os
problemas filosóficos são intemporais. Para alguns parece uma desculpa para
examinar problemas que de facto podem não ter resposta alguma porque à partida
há algo errado em considerá-los “problemas”. Contudo, o objecto de estudo da
filosofia comporta-se seguramente como se os problemas filosóficos fossem intemporais.
Determinados tópicos podem ser uma preocupação mais central em dada altura, mas
isso é sobretudo função da moda. Os tópicos e questões centrais surgem
repetidamente. Raramente se dá o caso de um assunto considerado pela filosofia
ser inteiramente dispensado, ou desvalorizar-se a maneira como anteriormente
foi tratado. Muito pelo contrário. Os filósofos dão consigo a regressar aos
filósofos do passado, pelo menos para usar as suas ideias sobre determinados
tópicos como ponto de partida, mas normalmente é mais do que isso. Um livro que
considera a natureza da justiça irá naturalmente averiguar o que Platão tinha
para dizer. Os problemas da indução e da causalidade envolvem normalmente uma
discussão aprofundada de Hume. Descartes é muitas vezes o ponto de partida para
se considerar a natureza da mente.
Não
é de todo em todo claro que se progrida em filosofia como se faz noutras áreas.
Neste sentido a filosofia é muito diferente da ciência — um químico raramente
acharia interessante averiguar o que outro químico afirmou acerca de algo há
cem anos.
Pode-se
portanto perguntar qual é o sentido da filosofia, neste caso, dado que não
resolve definitivamente os problemas. Como foi já sugerido, os problemas
filosóficos surgem quando começamos a pensar profundamente acerca das nossas
crenças mais fundamentais. Quando o fazemos descobrimos amiúde que nem
compreendemos inteiramente o conteúdo dessas crenças, nem temos qualquer
justificação clara para as defender. Para um determinado tipo de mente isto é
desconcertante e os problemas não desaparecem através da aceitação de respostas
palavrosas ou em resposta a um quadro mental depreciativo. Talvez não sejamos
capazes de apresentar soluções finais, mas, ainda assim, podemos chegar a uma
conclusão que resulte do melhor pensamento disponível sobre um dado assunto.
Concluiria
que os problemas filosóficos são intemporais em virtude da sua profundidade,
generalidade e, em consequência, da incerteza que rodeia os próprios métodos
pelos quais podemos abordá-los da melhor maneira. O resultado é que os
problemas não morrem, nem as maneiras de tentar resolvê-los ou pelo menos lidar
com eles.
Uma
coisa é bastante certa: a questão de os problemas filosóficos serem ou não
intemporais é em si própria um problema filosófico.
Além do factual
A filosofia não se preocupa normalmente
com a recolha de factos. Pode-se deixar isso para outras disciplinas, como a
ciência, a história, a psicologia ou a antropologia. Há uma razão dupla para
isto. Em primeiro lugar, a filosofia lida normalmente com assuntos que têm de
estar pressupostos na recolha de factos — questões acerca da verdade e
cognoscibilidade da realidade, por exemplo. Qualquer tentativa de resolver os
problemas filosóficos por referência aos factos cairá portanto muito
provavelmente em petição de princípio. Não podemos, por exemplo, referir-nos
aos indícios reunidos através da percepção para resolver o problema filosófico
acerca do que se pode conhecer sobre o mundo através da percepção, se é que
podemos conhecer algo. Em segundo lugar, os factos são normalmente
insuficientes para lidar com o problema filosófico. Isto é particularmente
óbvio em ética. Argumenta-se em geral que nenhuma referência a como as pessoas
são e o que realmente fazem pode responder à questão acerca do que elas devem
fazer. Isto não significa que se ignora os factos, apenas que os factos são
insuficientes para nos permitir chegar a conclusões acerca dos assuntos com que
a filosofia lida.
Os objectos de estudo da filosofia
Esta secção oferece um esboço conciso
dos objectos de estudo da filosofia discutidos neste livro. O livro não trata
exaustivamente de tudo na filosofia, mas pode-se afirmar com justiça que todas
as áreas centrais estão aqui representadas.
Epistemologia
Aqui o objecto de estudo é a natureza do
conhecimento e, dada essa natureza, o que se pode afirmar com verdade que
podemos conhecer, por contraste a ter apenas crenças e opiniões acerca disso.
Será que podemos rebater as perspectivas de cépticos que afirmam que,
estritamente falando, não podemos conhecer tudo aquilo que afirmamos poder
conhecer, se é que podemos conhecer alguma coisa?
Metafísica
Que categorias de coisas em última
análise existem, que conexões há entre elas e como nos surgem? Será que todas
as coisas que nos aparecem são reais, ou será que derivam de algo mais
fundamental? E o que dizer acerca da existência de coisas que não “existem” no
sentido usual do termo mas às quais, não obstante, nos referimos, tais como
unicórnios e números?
Lógica
Aqui trata-se da natureza e
identificação das boas inferências: as circunstâncias em que se diz que uma
afirmação se segue de outra. Procura-se compreender e classificar os casos em
que as afirmações, se são verdadeiras, justificam em alguma medida a verdade de
outras afirmações.
Ética
Aqui trata-se de valores (normativos,
por contraste com questões de facto) no que respeita as acções humanas. Em que
consiste considerar algo que fazemos como bom ou mau? Em que consiste afirmar
que devemos fazer ou não fazer algo? Não basta discutir o que fazemos, temos de
discutir o que devemos fazer e o que significa afirmar isto.
Momentos da História da Filosofia
Filosofia antiga
Consiste no estudo dos filósofos do
mundo grego e romano. Normalmente concentramo-nos na filosofia grega a partir
de c. 624 a.C., que assinala o nascimento do pré-socrático Tales, até 322 a.C.,
a morte de Aristóteles. As figuras mais importantes são indubitavelmente Platão
e Aristóteles. É frequente alargar-se este período para incluir o mundo romano.
É impossível exagerar a importância do pensamento no mundo antigo. Aqui
encontramos quase tudo, desenvolvido em graus diversos, o que caracteriza a
perspectiva ocidental. Na verdade representa um ponto de viragem na história
humana, onde pela primeira vez se aplica a todos os níveis na resolução dos
problemas mais profundos, em vez de apelar à mera autoridade ou à longevidade
de uma ideia.
Filosofia medieval
Esta área abrange, há que assinalar, o
estudo de filósofos ao longo de um vasto período de cerca de mil anos, desde
Santo Agostinho de Hipona (354-430 d.C.) e Guilherme de Occam (c. 1285-1349
d.C.) e se prolonga pelo menos até à renascença. O fio condutor é a ascensão e
predomínio do cristianismo, que permeia a filosofia que se faz durante este
período. O outro elo mais importante ao longo deste período é a interpretação e
adaptação da metafísica de Aristóteles.
Filosofia moderna: os séculos XVII
e XVIII
Pode parecer estranho chamar “filosofia
moderna” à filosofia que se faz nos séculos XVII e XVIII. Indica o período de
surpreendente fecundidade no pensamento filosófico e uma nova maneira de fazer
filosofia que foi uma ruptura significativa em relação ao que ocorria antes.
Além disso, muitas das maneiras pelas quais contemporaneamente se faz filosofia
ainda derivam do pensamento deste período. As figuras centrais são Descartes,
Espinosa, Leibniz, Locke, Berkeley e Hume.
Áreas da Filosofia e tipos de questões
Filosofia da mente
A que tipo de entidade nos referimos
quando falamos acerca da “mente”? Como se relaciona o discurso acerca da mente
com o discurso acerca daquilo a que normalmente chamamos os nossos “corpos”?
Serão a mente e o corpo um só, ou será que a mente é afísica? Como pode a
apercepção consciente e o entendimento pelas quais nos referimos às coisas
surgir da matéria inerte? O que significa afirmar que alguém é a mesma pessoa
ao longo da sua vida e em que medida é que isso justifica a afirmação?
Filosofia da linguagem
Em que consiste uma expressão, oral ou
escrita, ter significado e capacidade de referir coisas? O que constitui a
compreensão que uma pessoa tem de uma palavra, quando sabe como deve ser usada
correctamente?
Filosofia da ciência
O que define uma lei da natureza? Como
difere de outras afirmações acerca do mundo? De que maneira as teorias
científicas se justificam pelos indícios, caso se justifiquem? Como podemos
saber que as nossas leis da natureza descrevem características do mundo que persistirão
da próxima vez que o examinarmos?
Filosofia política
Como se deve organizar a sociedade? O
que justifica a existência de um estado que pode legitimamente usurpar o poder
às pessoas? Como se deve controlar o estado? O que justifica a propriedade
privada, se é que se justifica? Como adquirem as pessoas direitos que não podem
ser violados senão em circunstâncias especiais, se é que os adquirem?
Filosofia das artes
Pode-se definir o que é uma obra de
arte? O que queremos dizer quando afirmamos que uma obra tem uma certa
qualidade estética, como a beleza? O que determina o significado de uma obra de
arte? O que justifica as diferenças entre avaliações de obras de arte, se algo
o faz?
Filosofia da religião
Até que ponto os argumentos que
justificam a existência de Deus são bons? Será que precisamos de argumentos a
favor da existência de Deus, ou será a fé suficiente? Qual é a natureza de Deus
e como se relaciona com o género de criaturas que somos?
Filosofia continental: o que
significa?
É controverso afirmar que o grupo de
filósofos que amiúde se agrupa sob esta designação se presta a tal
classificação de uma maneira coerente, e este capítulo trata sobretudo dessa
questão. Negativamente, a designação pode indicar uma divergência de métodos e
preocupações filosóficas entre filósofos da Europa continental e filósofos de
expressão inglesa no Reino Unido, América do Norte, Nova Zelândia e Austrália.
Positivamente há talvez um fio condutor que parte do filósofo Immanuel Kant
(1724-1804) até ao presente, passando por pensadores como Jacques Derrida, e
pode-se encarar isto como diversas maneiras de responder à perspectiva
filosófica do idealismo transcendental. Os filósofos recentes encontram-se aqui
marcados pelo questionamento mais fundamental da natureza e na verdade da
existência da própria filosofia.
O futuro da filosofia
A filosofia continuará enquanto algumas
pessoas mantiverem a perspectiva de que pensar cuidadosamente por si próprias é
importante. É difícil determinar que preocupações filosóficas estarão no centro
das atenções das pessoas no futuro. Mas parece que haverá sempre alguém a
tentar debater-se com as questões mais profundas, indisposto a aceitar sem
questionar as respostas que por acaso estejam à mão.
John Shand
Retirado
de Fundamentals of Philosophy,
org. John
Shand (Londres: Routledge, 2003).
Tradução de Vítor Guerreiro
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