segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Juízos de facto e juízos de valor


Juízos de facto e juízos de valor

Atente no quadro. 

O que se pode referir acerca dele?
Como o pode descrever?
Como o pode valorar?

Descrever:
  • Cisnes e elefantes
  • Salvador Dali
  • 1937
  • O quadro está no Museu X
  • Alguns cisnes nadam numa lagoa e reflectem elefantes

Valorar:
  • Não aprecio esta obra de Salvador Dali
  • Este não é um quadro importante para mim
  • Será esta uma Obra de Arte?
  • Este quadro é muito difícil de interpretar.

Todos nós, perante a realidade, poderemos formular juízos.


  1.  O que é formular um juízo?

Fazer um juízo significa que alguém formulou ou deu uma opinião. Esta opinião é comunicada oralmente ou por escrito através de uma frase declarativa que exprime o juízo formulado. Se a frase pode expressar a opinião ou juízo de alguém é porque há um significado associado à frase.

2. Serão os juízos que formulamos da mesma natureza?

Os juízos que formulamos podem ser com o objectivo de descrever a realidade ou mesmo de mostrar a nossa preferência perante a realidade. Assim, poderemos distinguir: juízos de facto e juízos de valor.

3. Caracterize os juízos de facto e os juízos de valor.

A - Os juízos de facto são:

  • Descritivo
  • Objectivo
  • Verdadeiro ou falso
  • Provam-se com a experiência
A - Os juízos de valor são:
  • Preferências
  • Estima
  • Adesão
  • Apreciação
  • Subjectivo
  • Não se podem verificar
  • Não são verdadeiros nem falsos.


3. Exemplifique.

 Juízos de facto: A Escola Secundária de Arouca tem 1300 alunos.
 Juízos de valor: A Escola Secundária de Arouca tem um ambiente familiar. 

4. Analise o seguinte texto:


"Se o subjectivismo ético [ou moral] não é verdadeiro, porque razão se sentem algumas pessoas atraídas por ele? Uma das razões tem que ver com o facto de a ciência fornecer o nosso paradigma de objectividade, e quando comparamos a ética à ciência, à ética parecem faltar as características que tornam a ciência tão irresistível. Por exemplo: a inexistência de provas em ética parece uma grande deficiência. Podemos provar que o mundo é redondo, que não existe o maior número primo e que os dinossauros viveram antes dos seres humanos. Mas poderemos provar que o aborto é certo ou errado?
A ideia geral de que os juízos morais não se podem provar é apelativa. Qualquer pessoa que já tenha debatido um tema como o aborto sabe como pode ser frustrante tentar “provar” que o seu ponto de vista é correcto. No entanto, se examinarmos esta ideia mais de perto, revela-se dúbia (…).
É fácil imaginar (…) exemplos:
Jones é um homem mau. Tem o hábito de mentir; manipula as pessoas; engana-as quando pensa poder fazê-lo sem ser descoberto; é cruel com os outros e assim por diante;
Uma determinada vendedora de automóveis é desonesta. Esconde defeitos dos automóveis; aproveita-se de pessoas sem recursos pressionando-as a pagar preços exorbitantes por automóveis que sabe terem problemas; coloca anúncios publicitários enganadores em qualquer jornal que aceite publicá-los e assim por diante.
(…) Se uma das nossas razões para afirmar que Jones é um homem mau é ele mentir habitualmente, podemos prosseguir e explicar porque motivo mentir é mau. Mentir é mau, primeiro porque prejudica as pessoas. Se alguém dá uma falsa informação a outra pessoa e essa pessoa confiar nela, as coisas podem correr mal de diversas maneiras. Segundo, mentir é mau por ser uma violação da confiança. Confiar noutra pessoa significa ficarmos vulneráveis e desprotegidos. Quando se confia em alguém, acredita-se simplesmente no que essa pessoa diz, sem tomar precauções; e quando uma pessoa mente aproveita-se da nossa confiança. É por isso que ser enganado constitui uma ofensa tão íntima e pessoal. Por fim, a regra exigindo que não se minta é necessária para a sociedade poder existir - se não pudéssemos partir do princípio que as outras pessoas dirão a verdade, a comunicação tornar-se-ia impossível e, se a comunicação fosse impossível, a sociedade seria impossível.
Portanto, podemos apoiar os nossos juízos em boas razões, e podemos oferecer explicações do porquê de essas razões terem importância. Se podemos fazer tudo isto, (…) que mais “provas” poderia alguém desejar? É absurdo afirmar que os juízos éticos não podem ser mais do que “meras opiniões” (…).
Por fim, é fácil misturar duas coisas que são na realidade muito diferentes:
1. Provar a correcção de uma ideia;
2. Persuadir alguém a aceitar as nossas provas.
Podemos ter um argumento exemplar que alguém recusa a aceitar. Mas isso não significa que tenha de estar alguma coisa errada com o argumento ou que a “prova” seja, de alguma forma, inatingível. Pode apenas significar que alguém está a ser teimoso. Quando isto acontece não devemos surpreender-nos. Em ética é de esperar que as pessoas por vezes se recusem a dar ouvidos à razão. Afinal de contas, a ética pode exigir a realização de coisas que não queremos fazer, sendo, pois, muito previsível que tentemos evitar ouvir as suas exigências."
James Rachels, Elementos de Filosofia Moral.

a. Um juízo ético é uma mera opinião? Justifique a posição do autor.
b. Ética e razão serão incompatíveis? Justifique.
c. Verdade e Ética- é possível uma relação?



Interpretações da obra de Salvador Dali...


 - Há quem diga que o autoretrato feito por Dalí em seu quadro “Cisnes refletindo elefantes”, no qual ele dá as costas justamente para os cisnes – que podem ser os elementos mais importantes da tela -, se trata de uma expressão de sua insatisfação contra os caminhos tomados pelo surrealismo na época. Mesmo parecendo “disque-me-disque”, tomei a liberdade de não consultar a fonte, mas, ainda assim, oferecer essa informação logo de início e, em seguida, dar, eu mesma, as costas a ela.
A tela de Dalí, já pelo nome – “Cisne refletindo elefantes” – incita a busca por enxergar o óbvio: os cisnes, refletidos na água, formam a imagem de elefantes. E por falar em obviedades, o quadro remete ao mito de Narciso, que também foi reproduzido pelo artista. No entanto, o mito de Narciso e o quadro dos cisnes se diferenciam pelo resultado da imagem refletida na água (e não, necessariamente, pelas consequências da imagem refletida para os personagens, sobretudo para o pobre do Narciso): enquanto, de certa forma, o primeiro vê o próprio rosto, tal como é, refletido na água, o segundo encontra outra forma que, a princípio, em nada lhe parece.
Mas, concentrando-nos em “Cisnes refletindo elefantes”, perceba que, mesmo vendo a imagem dos elefantes na água, os cisnes ainda estão ali. As imagens dos dois animais estão misturadas, o observador vê tanto os elefantes, quanto os cisnes. Não é qualquer reflexo. É uma versão da imagem dos cisnes.
A separação entre o espaço dos cisnes e o reflexo na água pode soar como se, de fato, os dois mundos instigassem dois olhares diferentes e, por isso mesmo, apresentem imagens distintas. Porém, por mais que exista uma clara separação entre esses dois “mundos”, não há como negar que a forma elefante está presente na forma cisne, ainda que os dois, quando observados em outros contextos, demonstrem diferenças substanciais entre si. Se olharmos com os olhos de Dalí, podemos ver que não há nada que o cisne não tenha que o elefante deixe a desejar, no que diz respeito às suas formas. Elas se misturam e se completam harmonicamente.
A palavra refletir, muito mais do que a ação de revelar promovida pelo espelho da água, também oferece o sentido que envolve a meditação, o pensamento cuidadoso. E é possível perceber que o cisne descobriu seu outro rosto elefante por meio da ação de refletir. Esse olhar sobre si mesmo é responsável pela descoberta da forma que já se encontra lá. Então, não é qualquer olhar, não se trata de um rápido espiar, mas sim de um olhar precoce, como o de Murilo Mendes, que em “O olho precoce” conta como conquistou a habilidade de enxergar os dois mundos, “o visível e o invisível”, em suas palavras, por meio da observação contínua de fotografias. De maneira parecida, o ato de aprender a olhar o próprio reflexo seria uma forma de enxergar o próprio rosto. Digo aprender, porque esse olhar não se faz com o mesmo olho automatizado e encarcerado na rotina que nos é usual. Há um processo de transformação do olhar, que se assenta na reflexão (nesse caso, nos dois sentidos) e que, consequentemente, promove possíveis mudanças ou reajustes na imagem que se vê.


El artista tenía una visión muy cinematográfica de su pinturay aunque no consiguió dotarla de movimiento real sí utilizó todo tipo de técnicas para dotarla de mayor dinamismo. Por ejemplo, recurría habitualmente a las ilusiones ópticas y a las dobles imágenes para sorprender a su público.
Ese es el caso de esta obra, que entremezcla la figura de unos cisnes y unos elefantes a través del reflejo en el agua del lago. Un sencillo juego que transforma totalmente la forma de mirar el cuadro.
El lienzo también incluye a la izquierda la imagen de un hombre, de pie, dando la espalda al centro de la composición y a quien muchos identifican como el propio Salvador Dalí. En las nubes juega también a las dobles imágenes, y las asemeja a esculturas clásicas desdibujadas.
En el extremo superior derecho, se aprecia un grupo de casa en un risco, similar al lugar donde tenía su casa el artista en Cadaqués.
Durante la Segunda Guerra Mundial, esta obra fue expoliada por el ejército de Hitler durante la ocupación francesa y fue llevada al museo Jeu de Paume de París, en la llamada ‘Sala de los Mártires’, entre 1940 y 1944.
Posteriormente, ‘Cisnes reflejando elefantes’ ha sido subastada hasta en dos ocasiones por la casa Sotheby´s. La primera en el verano de 1976 en Londres; la segunda en en Nueva York en el año 1995, yendo a caer en manos de una colección privada.



                                             Lola

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