domingo, 10 de fevereiro de 2019

Rede conceptual da Acção



Rede conceptual da Acção


A Margarida, uma aluna muito solidária, tirou o curso de medicina e tem feito acções de voluntariado em África e Timor!


A rede conceptual da acção humana é um conjunto interligado de conceitos através dos quais definimos a acção humana. Assim, para que exista uma acção humana são necessários 4 elementos:


1. O agente


  • É aquele que pode responder à questão:”"QUEM?"
  • A acção implica sempre um sujeito, que é designado, na rede conceptual, como o agente;
  • É o autor da acção;
  • Decide e realiza;
  • É aquele que pratica a acção;
  • É aquele a quem pode ser  imputada a acção.
  • O sujeito no interior do qual se encontram os motivos que podem esclarecer-nos quanto à intenção da acção;
  • É o elemento que dispondo de liberdade e vontade teria o poder de praticar gratuitamente as acções que quisesse. 
  • O conceito de agente só se compreende se o considerarmos nas relações que mantém com outros conceitos (intenção, motivo e finalidade).
Exemplo: A Margarida


2. A intenção

  • Responde à questão: "O QUÊ?"
  •  É o que nos propomos realizar, ou seja, o que está no nosso intento fazer.
  •  A intenção traduz aquilo que o agente quer fazer, atingir ou obter. 
  • A intenção é, de certo modo, uma antecipação da acção. 
  • Acarreta consigo, de modo implícito, a escolha e planeamento da acção – concepção (consiste na representação de uma meta a atingir, de um objectivo a realizar) a ponderação dos meios possíveis de a concretizar e avaliação das consequências que dela podem advir – deliberação. 
  • Não existe também sem a decisão pois aquilo que o agente se propõe fazer 
  • É a determinação de uma entre várias hipóteses de actuação.
  • O agente actua sempre intencionalmente isto é, na intenção de … ou com a intenção de…isto significa que o agir humano é sempre intencional ou, por outras palavras, que o ser humano sabe sempre o que quer e porque quer. Há que saber os motivos para clarificar a acção.
  • A intenção implica um agente consciente.
  • A intenção ajuda-nos a atribuir a acção a um agente. 
  • Consiste naquilo que o agente quer realizar; é aquilo para que a acção aponta, sendo resultado de uma decisão. 
  • A intenção encontra o seu porquê nos motivos. 

Exemplo: Tirou o curso de Medicina.



3. O Motivo
  • Responde à questão "PORQUÊ?"
  • Há que saber os motivos para clarificar a acção.
  • Motivo: o que leva a agir. Responde ao porquê da acção. 
  • Todo o agir humano é guiado por motivos que o desencadeiam. 
  • O motivo possui dinamismo, é uma espécie de força ou tendência que leva o indivíduo, logo que as circunstâncias o permitam, a realizar o seu intento, que pode consistir na realização de actos ou na produção de qualquer coisa. 
  • o agente já não é simplesmente aquele que tem o poder de realizar gratuitamente uma acção, mas aquele que a pratica porque é movido por determinados motivos.
  • Os motivos são uma forma de interpretar a acção, dar uma razão de, uma explicação, interpretar a acção tornando-a inteligível para os outros e para mim.

Nota: os motivos não são explicados, mas sim, interpretados ou compreendidos, a partir da intenção que atribuímos ao sujeito que age.

Exemplo: Porque é uma pessoa solidária



4. Finalidade

  • Responde à questão: PARA QUÊ?
  • É o projecto,
  • É a meta a atingir;
  • O que activou, dirigiu e motivou o comportamento do agente.


Exemplo: para fazer voluntariado junto dos povos de África e Timor.



Tarefa:

"Durante a minha vida, fiz muitas vezes coisas que não tinha decidido fazer e não fiz outras que tinha firmemente decidido fazer. Algo que existe em mim, seja lá o que fôr, age; algo que me faz ir ter com uma mulher que já não quero voltar a ver, que faz ao superior um reparoque me pode custar o emprego, que continua a fumar embora eu tenha decidido deixar de fumar quando me resignei a ser um fumador para o resto dos meus dias. Não quero dizer que o pensamento e a decisão não tenham alguma influência na acção. Mas acção não decorre só do que foi pensado e decidido antes. Surge de uma fonte própria e é tão independente como o meu pensamento e as minhas decisões."

B. Schlink, o leitor, 
Porto Asa, pp. 16 e 17.

1. Será que o autor defende que agimos sempre de acordo com a rede conceptual da acção?
2. Será que a acção humana é sempre previsivel?
3. Será que o autor defende a existência de livre-arbítrio?
4. Será que a acção humana depende sempre da decisão do sujeito?


                                            Lola

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