Preparação 1ª Ficha de Avaliação
10º Ano
Tema: Introdução à Filosofia e ao Filosofar
1. Definir Filosofia.
2. Reconhecer o objecto e método da Filosofia.
3. Relacionar Filosofia e outras ciências ( o que há de comum e de diferente)
4. Identificar conceitos filosóficos.
5. Identificar e explicar as competências da Filosofia.
6. Caracterizar a Filosofia (saber conceptual, racional, actividade crítica....)
7. Justificar: "Toda a filosofia é reflexão mas nem toda a reflexão é filosófica".
8. Explicar porque é que a Filosofia lança questões acerca de outras abordagens do real.
9. Saber como se analisa um texto filosófico.
10. Justificar que a filosofia é um saber discursivo.
11. Reconhecer que os argumentos devem ser....
12. Reconhecer a necessidade do uso de argumentos.
13. Explicar que a verdade em Filosofia é.....
14. Identificar os elementos da Filosofia.
15. Conhecer exemplos de questões filosóficas.
16. Distinguir questões filosóficas de questões não filosóficas em exemplos dados.
18.Explicar porque é que as questões filosóficas são concetuais.
19. Mostrar porque é que a Filosofia exige pensamento crítico
20. Explicar porque é que as respostas dadas às questões filosóficas não são consensuais.
20. Relacionar questões filosóficas e as áreas ou disciplinas da Filosofia.
21. Indicar o objeto de estudo da Lógica.
22. Reconhecer a necessidade da Lógica.
23. Explicar os conceitos de tese e argumento.
a. o amor à sabedoria;
b. a posse da sabedoria;
c. aquele que sabe tudo;
d. a posse do
conhecimento;
2. As respostas às questões
filosóficas são:
a. únicas e indiscutíveis;
b. contestáveis e
necessitam de argumentação;
c. objectivas e
verificáveis;
d. subjectivas e dispensam
argumentação.
3. O filosofar sistemático:
a. encontra-se presente nos
provérbios e nas perguntas das crianças;
b. é típico do senso comum.
c. é comum a todos os seres
humanos;
d. é típico dos filósofos
profissionais.
4. Os três instrumentos lógicos do nosso pensamento e do nosso discurso são:
a. conceitos, juízos e
raciocínios;
b. conceitos, termos e
argumentos;
c. termos, juízos e
proposições;
d. argumentos, raciocínios
e proposições.
5. Argumentar consiste em:
a. falar eloquentemente para
que a nossa opinião se torne apelativa;
b. discutir acaloradamente,
a fim de que a nossa tese se imponha pela força;
c. apresentar um conjunto
de razões a favor de determinada tese;
d. fazer o que está ao nosso alcance para que as nossas ideias sejam tidas por superiores às dos outros.
Grupo II
“Uma razão importante para estudar Filosofia é o facto de esta lidar com questões fundamentais acerca do sentido da nossa existência. A maior parte das pessoas, num ou noutro momento da sua vida, já se interrogou a respeito de questões filosóficas. Há alguma demonstração da existência de Deus? O que faz com que certas acções sejam moralmente boas ou más? Como progride a ciência? O que é a arte? E assim por diante.”
Nigel Warburton,
Elementos Básicos de Filosofia
1. A partir da análise do
texto, mostre como a interrogação e a crítica caracterizam a atitude
filosófica.
2. Distinga filosofar
espontâneo de filosofar sistemático.
3. No texto surgem alguns
exemplos de questões próprias da Filosofia. Analise essas questões,
identificando as áreas de reflexão filosófica em que se inserem.
4. Descreva duas diferenças
entre a Filosofia e a Ciência.
5. Tendo em conta o texto,
mostre que a autonomia e a universalidade constituem duas das características
específicas da Filosofia.
6. Explique por que razão
não há uma definição consensual de Filosofia.
7. Elabore um texto
argumentativo em defesa do valor da Filosofia, considerando as suas dimensões
teórica e prática.
Tenha em atenção o
seguinte: antes de desenvolver a sua argumentação, indique o tema do seu texto,
o problema nele abordado e a sua tese.
CORRECÇÃO DA FICHA DE AVALIAÇÃO
Grupo I
1. a) 2.
b) 3. d) 4.
a) 5. c)
Grupo II
1. Ao olhar para as coisas e acontecimentos, o homem não realiza uma observação passiva e indiferente, mas pelo contrário, interroga-se, indaga e quer tornar o mundo e a vida numa realidade com sentido. Esta perspectiva é evidenciada pelo autor ao realçar a importância da filosofia na busca do sentido da existência e ao salientar a profusa capacidade interrogativa do ser humano. Aliás, esta atitude não é apenas característica do filósofo, pois todas as pessoas podem questionar-se e sentir o desejo de saber. Porém, ela é desenvolvida pelo filósofo de modo crítico e antidogmático. Ao problematizar, o filósofo busca a distinção entre parecer e ser, entre aquilo que as coisas parecem (aparência) e aquilo que as coisas são (realidade). Desta forma o filósofo assume-se como aquele que põe em causa as evidências do conhecimento habitual, o seu discurso é totalmente diferente da crença e da opinião que caracteriza a abordagem comum da realidade. A filosofia exerce-se pela reflexão racional, interrogativa e crítica, que vá à raiz dos problemas, visando a compreensão do real na sua totalidade.
2. Todos os homens
são filósofos mas só um pequeno número de pessoas é filósofo sistemático ou
profissional. Podemos, pois, considerar diferentes níveis de filosofar.
O filosofar espontâneo
surge de modo natural a partir das vivências do quotidiano e das experiências
da vida. É o filosofar do homem comum que, apesar de não saber o que é a
filosofia, não fica impedido de filosofar. O homem comum pensa e reflecte sobre
os problemas que a vida lhe coloca, mas a sua reflexão é pontual, pouco crítica
e pouco profunda. Muitas vezes ele nem suspeita da complexidade das questões
que o interpelam, sendo que a sua filosofia se expressa nas opiniões, nos
provérbios, nas crenças, no folclore, etc.
O filosofar sistemático é próprio dos filósofos profissionais, que dedicam todo o seu tempo à reflexão crítica. Conhecem a história da filosofia e a evolução das diversas problemáticas, a sua reflexão tem um âmbito académico, é mais crítica, mais rigorosa, mais coerente. É um filosofar que implica o domínio de uma linguagem técnica (conceitos/termos filosóficos) e exige não só articulação coerente do pensamento como também a sua fundamentação.
3. No texto surgem alguns exemplos de questões filosóficas e a primeira - “Há alguma demonstração da existência de Deus?” – é uma questão metafísica, pois remete para a reflexão acerca das causas primeiras e do ser, cuja essência se encontra para lá dos fenómenos do real (está para além do mundo físico). A segunda questão colocada no texto – “O que faz com que certas acções sejam moralmente boas ou más?” remete para problemas relativos ao agir; a área da filosofia que questiona a legitimidade das acções e a sua justificação é a ética. Quando no texto se questiona “O que é a arte?”, encontramo-nos no domínio da estética, que é área da filosofia que reflecte sobre o belo, sobre a arte e as características dos objectos artísticos. Quanto à questão sobre o progresso da ciência, refere-se ao domínio da epistemologia, que é a área da filosofia que estuda o desenvolvimento do conhecimento científico, pensando criticamente os métodos e as leis científicas.
4. A filosofia,
tal como a ciência, é um saber metódico, racional, crítico, que assenta em
regras e lógicas racionais que ultrapassam o senso comum. Todavia, existem
algumas diferenças entre estes dois ramos do saber. (descrever apenas
duas)
Cada ciência delimita
claramente o seu objecto de estudo, investiga um sector bem delimitado do real.
Já a filosofia tem um objecto que não se restringe apenas a uma área, o
questionar dos filósofos é ilimitado, exercendo-se no sentido de uma apreensão
do real na sua totalidade, incide sobre a globalidade da experiência vivida.
Também há diferenças no
método utilizado na procura do conhecimento. Enquanto a validação do
conhecimento científico exige a sua verificação experimental, o método da
filosofia assenta no exercício reflexivo, a validação do conhecimento
filosófico depende da validade da argumentação usada para a justificar.
Enquanto a ciência
recorre à experiência, da qual resultam dados ou conhecimentos objectivos, a
filosofia não pode apresentar respostas objectivas e definitivas para um dado
problema. As respostas da filosofia resultam de um exercício de reflexão
incessante, mas não constituem soluções aceites por todos, como acontece nas
comunidades científicas.
A ciência questiona, mas
procura explicar os factos através de leis científicas que determinam
objectivamente a causa dos fenómenos; a filosofia não se fica pela causa
próxima dos fenómenos, ela busca as causas primeiras, os princípios que estão
na origem das coisas, vai às raízes das questões muito mais profundamente que
qualquer outra ciência.
A ciência rege-se por
princípios de objectividade e neutralidade face ao real; o acto de filosofar
compromete o próprio filósofo nas suas opções existenciais, pois a filosofia é
também uma fonte de orientação prática.
5. O autor apresenta-nos
exemplos de questões filosóficas (relativas a problemas éticos, etc.) cujas
respostas são abertas, exigem profunda reflexão e necessitam de argumentação
que as fundamente. Assim, questionar é ser autónomo, é assumir uma postura crítica,
é pensar por si mesmo, ensaiar ideias, interpretações e respostas sustentadas
em argumentações coerentes. Implicam que o homem (filósofo) ouse pensar por si
mesmo, servindo-se da sua própria razão de modo livre e autónomo,
independentemente de preconceitos, ideias feitas, interesses pessoais ou visões
apaixonadas dos acontecimentos. Por outro lado, quando o autor, no final do
texto, afirma “E assim por diante”, sugere-nos o carácter inesgotável da
interrogação própria da filosofia que, ao procurar uma compreensão do real na
sua totalidade e ao abordar problemas que dizem respeito a toda a humanidade,
manifesta a sua universalidade.
6. A filosofia é um problema para si mesma na medida em que a definição de filosofia não pode ser dada de forma conclusiva, não existindo uma definição aceite por todos os filósofos. A resposta ao que é a filosofia deverá ser procurada no interior de cada sistema filosófico particular. Cada filósofo apresentará uma definição de filosofia tendo em conta a sua própria filosofia, o seu modo de interpretar a vida e o mundo. Cada filósofo, cada filosofia, dará uma resposta diferente. Assim, não nos surpreenderemos se encontrarmos muitas definições de filosofia, sendo todas elas igualmente aceitáveis enquanto exprimem as práticas filosóficas daqueles que avançaram com essas definições.
7. Sugestões para a
elaboração do seu texto argumentativo:
Tema/assunto
do meu texto: O valor da Filosofia
Problema
abordado no meu texto: Para que serve a filosofia? Qual a sua utilidade?
Tese
que defendo no meu texto: Considero que a filosofia tem um valor teórico e
prático, essencial à vida do Homem.
Sugestões de argumentos:
A filosofia é
inevitável, a reflexão e a interrogação têm origem no espanto ou admiração
perante os mistérios do mundo e da vida, na dúvida e na insatisfação perante a
existência, na angústia e na vivência de situações-limite, na necessidade de
fundamentar e de partilhar reflexões.
A filosofia lida com
questões fundamentais relativas ao sentido da nossa existência, permitindo
examinar os princípios em que ela se baseia.
A filosofia representa
um desafio e um enriquecimento da existência, alargando os nossos horizontes de
reflexão e de conhecimento.
A filosofia ajuda-nos a
proceder de forma racional, com sabedoria, ajuda-nos a orientarmo-nos no mundo,
a escolher valores, a agir de forma responsável, a encontrar uma finalidade
para a vida, em ordem à construção de um mundo melhor e à conquista da
felicidade.
A filosofia tem um papel
libertador, pois ajuda-nos a examinar e questionar os preconceitos e as
crenças, contribui para o exercício pessoal da razão, liberta-nos da tirania do
hábito, do dogmatismo e convidando-nos a pensar por nós próprios, de um modo
interrogativo, crítico e problematizador, ajudando-nos a construir novas
concepções do mundo e da vida.
Helena Serrão
(Muito obrigada)
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