As Condicionantes da Acção Humana: Exercícios
A. A. Nos seguintes exemplos, identifique o tipo de condicionante:
Exemplo |
Tipo de condicionante |
Quero casar com 4
mulheres mas as leis e costumes do meu país não
o permitem |
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Quero jogar na NBA mas tenho 1m, 60 cm de altura. |
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Adoro francesinhas mas tenho colesterol |
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Quero comprar um bolo rei, mas vivo na Etiópia |
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Quero seguir o curso de
medicina, mas tenho média de 16. |
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Gostava de voar, mas não tenho asas. |
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Há pessoas que não arrendam casa aos ciganos. |
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Quero seguir uma
carreira jurídica, mas o meu país não permite o acesso às mulheres. |
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Sou intolerante à lactose |
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Uma mulher
quer participar na vida política do seu país há 70 anos atrás, mas não tinha, como actualmente, o direito de votar nem de ser eleita. |
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B. Leia o texto seguinte e responda às questões:
«A vida do homem forma
um ‘todo’, de tal modo que cada um dos nossos actos leva em si o peso de toda a
vida. Nos primeiros anos todas as perspectivas estavam abertas e o número de
possibilidades era praticamente ilimitado. À medida que, depois, vamos preferindo
possibilidades e realizando-nos, vamos também conformando a nossa vida segundo
uma orientação e deixando atrás, fechadas ou pelo menos abandonadas, outras
possibilidades. (…) Deste modo o campo da acção plenamente livre vai-se
estreitando a medida que a vida passa. A nossa liberdade actual está
condicionada pela história da nossa liberdade, anterior a essa decisão que
queríamos tomar agora e que talvez não possamos tomar. (…) Comprometida pelas
suas decisões anteriores, mas também pelas tendências profundas, pelas paixões.
E também pelos dotes a cada um dados. Neste sentido é necessário rectificar o
que à pouco dizíamos: o homem está sempre limitado, mesmo nos seus primeiros
anos de vida, antes que tenha começado a tomar decisões e tenha começado a dar
forma à sua vida; está limitado pela sua constituição psicobiológica.
O condicionamento da
liberdade pela vida é, pois triplo: condicionamento psicobiológico,
‘naturalização’ da liberdade, pois esta não é a despedida da natureza, mas
emerge precisamente da natureza; condicionamento pela situação; agora já não
está nas minhas mãos dar à minha vida uma orientação perfeitamente possível há
vinte anos. A situação concreta rouba-nos uma porção de possibilidades e
impõe-nos um conjunto de deveres iniludíveis. Cada homem podia ter sido muito
diferente do que é, mas passou já a oportunidade para que tal acontecesse. E,
finalmente, em terceiro lugar, condicionamento pelo habitus. Os hábitos que
contraímos restringem a nossa liberdade, impelem‑nos para estes ou aqueles
actos. (…)
A natureza, o hábito e a
situação cerceiam de modo triplo a nossa liberdade actual. Podem chegar a
anulá-la? Não. A liberdade está inscrita na natureza, mas em maior ou menor
medida – mas nem todos os homens dispõem de igual força de liberdade, de igual
força de vontade – transcende-a sempre. E é justamente neste ser transnatural
que consiste ser homem.»
ARANGUREN, José Luis, Ética, Madrid, Alianza Editorial, 1985.
1. Identifique as
condicionantes da acção humana, presentes no texto.
2. Apresente, por
palavras suas, as três formas de condicionamento de que o autor fala acerca da
liberdade.
3. Comente o último período do texto.
Lola
A
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