terça-feira, 11 de maio de 2021

Kant e Stuart Mill - críticas




 Kant e Stuart Mill- críticas

A - Que criticas ou objecções podemos apresentar à Ética Deontológica de Kant?

  • É uma  ética formal, ou seja, sem conteúdo - não diz o que devemos ou não fazer mas como devemos agir;
  • É universal ou universalizante - aplica-se a todas as situações, independentemente das circunstancias particulares;
  • Dificilmente dá resposta a situações de conflito - dilemas morais;
  • Defende princípios morais absolutos (nem sempre aplicáveis a situações concretas);
  • Desvaloriza a dimensão afectiva do homem (sensibilidade e inclinações que se exprimem nas máximas);
  • Compaixão, simpatia e piedade não são tidas em conta na ética de Kant ( so o sentido do dever é relevante para o agir moral);
  • Valoriza a razão como única dimensão humana (A lei moral é racional);
  • Nao tem em conta as consequencias da acçao, que em alguns casos sao importantes para a analise do valor moral de uma acçao;
  • E rigorista, tem um rigor excessivo não admitindo excepções;
  • Nao busca a felicidade pois defende que esta é um ideal da imaginação e não da razão porque não há consenso acerca do que é a felicidade!
  • Dà pouca ajuda aos casos práticos da vida;
  • Se eu tenho o dever de proteger os amigos e de dizer a verdade - se um aspecto exigir a quebra do outro, como resolver os dois deveres em conflito?


"Kant, esse «homem notável, cujo sistema de pensamento permanecerá por muito tempo como um dos marcos na especulação filosófica, estabelece, realmente, no tratado em questão [a Fundamentação da Metafísica dos Costumes], um primeiro princípio universal como origem e fundamento da obrigação moral; é este: “Age de tal maneira que a regra da tua ação possa ser adotada como lei por todos os seres racionais”. Mas quando começa a deduzir deste preceito qualquer um dos deveres reais da moralidade, fracassa, de forma quase grotesca, em demonstrar que haveria qualquer contradição, qualquer impossibilidade lógica (para não dizer física), da adoção por todos os seres racionais das regras de conduta mais revoltantemente imorais. Tudo o que demonstra é que as consequências da sua adoção universal seriam de tal ordem que ninguém escolheria sofrê-las.»

John Stuart Mill, Utilitarismo.



B - Que criticas ou objecções podemos apresentar à 
      Ética Consequencialista de Stuart Mill?


  • Valoriza as consequências independentemente dos meios;
  • Os fins a atingir justificam os meios;
  • Nem sempre é possível prever as consequências de uma acção;
  • Defende a maximização do bem estar de muitos sem referir a noção de quantidade, o que se torna vaga;
  • Não defende princípios morais absolutos;
  • Define a moralidade em função da "quantidade" de felicidade para o maior numero de pessoas;
  • É impossível medir a felicidade e comparar a felicidade de pessoas diferentes;
  • Esquece a intenção na acção;
  • A felicidade é um estado de prazer e satisfação dos prazeres superiores;
  • As acções valem para atingir um fim;
  • Defende um altruísmo ético MAS pode sacrificar-se um em função de muitos e mentir se as consequências o exigirem.
  • Esta concepção poderá justificar muitas acções que são consideradas imorais como por exemplo enforcar um inocente para como factor de dissuasão para reduzir crimes violentos.



                                                 Lola


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