segunda-feira, 31 de maio de 2021

Preparação Ficha de Avaliação 10º Ano

 


Preparação 5ª Ficha de Avaliação

10º Ano

Temas: Ética de Kant, Ética de Stuart Mill e John Rawls



Estrutura da Ficha de Avaliação:


Grupo I -  Itens de seleção - Escolha múltipla. (50 pontos).
Grupo II - Itens de resposta curta. (50 pontos).
Grupo III - Itens de resposta restrita. (50 pontos).
Grupo IV - Item de resposta extensa - Análise de um texto filosófico. (50 pontos).


Nota: Nos quatro grupos de questões serão avaliados todos os domínios.


Tempo : 50 minutos


Aprendizagens essenciais a avaliar:


A- Ética de Kant

 

1.    Caracterizo o âmbito da ética ou filosofia moral.

2.    Distingo éticas deontológicas e éticas consequencialista.

3.    Mostro que a ética kantiana é deontológica.

4.    Defino a boa vontade (ou vontade boa), segundo Kant.

5.    Distingo ação por dever de ação conforme o dever, para Kant.

6.    Comparo moralidade e legalidade, na perspetiva kantiana.

7.    Exemplifique uma acção moral e não legal.

8.    Apresento o papel das máximas, segundo Kant.

9.    Distingo imperativo categórico de imperativo hipotético.

10. Dou exemplos para cada um deles

11. Caracterizo a lei suprema da moralidade para Kant.

12. Distingo as noções de autonomia e de heteronomia, para Kant.

13. Caracterizo moral kantiana.

14. Analiso criticamente a ética kantiana.

 

Dadas as críticas que foram colocadas à teoria ética de Kant, temos de procurar outra teoria que permita dar uma resposta mais satisfatória a essas mesmas críticas. A teoria ética de Stuart Mill, também conhecida por teoria do utilitarismo, vem resolver alguns dos problemas que foram colocados à teoria ética de Kant (não esquecer que o problema que está a orientar a nossa investigação é o seguinte:“Como devemos agir?”)

 

B- Ética de Stuart Mill

 

1.        Defino  ética consequencialista?

A teoria ética de Stuart Mill assume-se assim como uma teoria consequencialista, na medida em que a moralidade da acção resulta do fim obtido com a nossa acção, das consequências produzidas pela nossa acção.

2.        Apresento o princípio moral do utilitarismo.

3.        O que entende o utilitarismo por acções boas?

Para Stuart Mill, o critério para aferir da moralidade das nossas acções encontra-se nas consequências das mesmas, naquilo que resulta das nossas acções. É porque apenas se atende às consequências das nossas acções que se designa a teoria de Mill de teoria utilitarista, no sentido em que a minha acção é boa ou má, consoante seja útil ou não para o maior número possível de pessoas.

 

4.        Caracterizo o Utilitarismo.

 

5.        Qual o maior bem possível?

Para Mill, a moralidade de uma acção resulta da sua capacidade para produzir o maior bem possível. Verifica-se nesta formulação que Mill apenas atende às consequências da nossa acção, àquilo que resulta da acção, sendo precisamente a da maior ou menor capacidade da acção para produzir o maior bem possível. Por maior bem possível entende Mill a felicidade geral.

 

6.Defino Felicidade. 

Por felicidade entende ainda Mill o prazer e a ausência de dor ou sofrimento. Para Stuart Mill, uma acção tem valor moral consoante produza uma maior ou menor quantidade de felicidade sobre as várias pessoas implicadas pela acção (tendo em conta as próprias circunstâncias da acção e as condições de acção do próprio agente). Para Mill, a felicidade geral é a única coisa desejável por si mesma, enquanto todas as outras coisas são apenas encaradas como um meio para obter um fim, fim esse que é a felicidade.

  7.   Apresento dificuldades que poderão ser levantadas pelo conceito de Felicidade.

    8.   Defino hedonismo

9.        Comparo hedonismo de Jeremy Benthan e hedonismo de Stuart Mill

10.    Distingo os dois tipos de prazeres.

Mill dá preferência aos prazeres intelectuais (prazeres superiores) – prazeres que resultam do exercício das nossas capacidades intelectuais – sobre os prazeres sensíveis (prazeres inferiores), querendo com isso dizer que não troca uma vida de prazeres intelectuais por outra vida com um maior número de prazeres sensíveis. Para testemunhar isso mesmo, Mill exemplifica dizendo que preferia ser um «Sócrates insatisfeito» do que um «porco satisfeito», ou seja, é preferível uma vida fraca em prazeres intelectuais a uma vida cheia de prazeres sensíveis, porque os prazeres intelectuais são qualitativamente superiores aos prazeres sensíveis.

Para Mill, uma vida boa seria então uma vida de experiências aprazíveis, mas, sobretudo, experiências de prazer intelectual.

 

11.    Qual a importância do princípio da imparcialidade para Stuart Mill?

Para Mill, sempre que agimos, devemos tomar em consideração a melhor forma de agirmos, ou seja, devemos tomar em consideração aquela acção que nos permita proporcionar a maior quantidade de felicidade possível de um modo imparcial para o maior número possível de pessoas. Uma acção será boa ou moralmente correcta, se promover imparcialmente a felicidade (o prazer e a ausência de dor) para o maior número possível de pessoas, e uma acção será má ou moralmente incorrecta, se promover o contrário da felicidade (a ausência de prazer e a dor ou sofrimento).

 

12.    Será o Utilitarismo um altruísmo Ético?

Para Mill, o fim – a felicidade geral – justifica os meios. Na teoria do utilitarismo, há um primado dos fins da acção em relação aos meios. Significa isto que, para Mill, uma acção terá valor moral desde que a quantidade de felicidade que produzimos com a nossa acção sobre um determinado número de pessoas seja superior ao número de pessoas a que causamos dor ou sofrimento durante a realização da acção. Ou seja, para Mill, é suficiente que a felicidade produzida com a acção seja superior ao sofrimento eventualmente provocado com a sua realização para que a acção tenha valor moral e é neste sentido que há um primado dos fins da acção (da maximização da felicidade para o maior número) sobre os meios (mesmo que a acção produza sofrimento sobre algumas pessoas).

 

Mas por que razão defende Mill este princípio da máxima felicidade? Por que razão me hei-de eu esforçar por promover a felicidade dos outros, se posso limitar-me a promover apenas a minha própria felicidade? Mill parece apresentar dois argumentos para responder a esta questão, o argumento da felicidade geral como fim último das nossas acções (apresentado em cima) e o argumento da ética cristã.

 

   13.   Mas como posso eu saber que a minha acção vai efectivamente promover a maior felicidade sobre as várias pessoas implicadas pela acção?

Ora, dada a impossibilidade de prevermos as consequências das nossas acções, neste caso do utilitarismo, a ideia de não sabermos se a nossa acção é ou não aquela que vai gerar as melhores consequências, a versão do utilitarismo moderado avançou com a seguinte ideia: a acção moral é aquela que nós consideramos ser a que irá ser mais útil de um modo imparcial para o maior número de pessoas, ou seja, é aquela que nós prevemos ser a que irá produzir felicidade para um maior número de pessoas.

14. Compare as teorias éticas de Kant e Stuart Mill.

C

 As teorias éticas de Kant e Mill pretendem encontrar um critério (princípio fundamental) que torne possível determinar que espécies de acções são correctas e que normas morais devem ser seguidas.

A ética utilitarista é consequencialista porque considera nossa obrigação moral básica agir tendo em vista as melhores consequências. 

E que são boas consequências?

Para Mill, a moralidade de uma acção resulta da sua capacidade para produzir o maior bem possível. Por maior bem possível entende Mill a felicidade geral. As acções são moralmente correctas se o seu objectivo for a promoção imparcial da felicidade ou do bem-estar para a maioria das pessoas por elas afectadas. A minha acção é boa ou má, consoante seja útil ou não para o maior número possível de pessoas. 

A teoria ética de Stuart Mill assume-se claramente como uma teoria consequencialista, na medida em que a moralidade da acção resulta do fim obtido, das consequências produzidas pela nossa acção.

Considera – se que a ética kantiana é deontológica porque defende que o valor moral de uma acção reside em si mesma e não nas suas consequências. As teorias deontológicas tendem a considerar que agir moralmente consiste em cumprir o dever pelo dever - em cumprir o que a lei moral exige de forma categórica. 

Há deveres absolutos ou, como diz Kant, perfeitos. O cumprimento destes deveres é obrigatório independentemente das consequências. Kant não admite que se cumpra o dever em virtude das desejáveis consequências que daí possam resultar. Seria deixar o cumprimento do dever ao sabor das circunstâncias, dos interesses do momento. Isso implicaria que, quando não tivéssemos vantagem ou interesse em cumprir o dever, não haveria razão alguma para o fazer. 

Se a bondade da vontade depender das consequências não se pode falar de autonomia da vontade. Ser autónomo significa que dependemos apenas de nós próprios – e não dos outros ou das circunstâncias – para orientarmos a nossa vida. Ser autónomo, pensava Kant, implica agir com base em critérios ou regras que somos nós próprios a ditar, de acordo com a nossa consciência racional. Se as regras morais nos fossem impostas de fora, por Deus, não haveria autonomia, não seríamos nós a ditar as regras. Portanto, não seríamos realmente livres.

A ética utilitarista de Mill, sendo hedonista e consequencialista não é compatível com a perspectiva kantiana. 

É muito diferente decidir manter uma promessa porque isso é justo do que manter uma promessa porque isso vai causar mais felicidade ou bem – estar e prazer do que o contrário. Segundo Kant, a ética utilitarista basear – se – ia num imperativo hipotético: «Se queres agir de modo correcto não penses apenas no teu bem – estar ou felicidade mas dá tanta ou mais importância à felicidade geral». Se a moral consistisse apenas em seguir regras hipotéticas, teríamos a obrigação, por exemplo, de não matar apenas em certas condições, mas não sempre. Por isso, a ética utilitarista pode permitir em certas situações problemáticas que obrigações importantes sejam violadas conduzindo como alguns críticos apontam a práticas imorais. 

Mas será que uma boa vontade, por mais virtuosa e louvável que seja, é suficiente para resolver casos de conflito moral? 

Para Kant, não devemos mentir nunca. Mas quererei eu que este princípio de acção se aplique universalmente a todos os casos possíveis de acção? Não haverá situações em que é preferível mentir do que dizer a verdade, ou seja, em que é moralmente mais correcto mentir do que dizer a verdade, como no caso de mentir com vista a salvarmos a vida de uma pessoa?

C- John Rawls

 

1.    Dar exemplos de problemas de filosofia política.

2.    Explicar em que consiste o problema da justiça distributiva.

    A Justiça social ou distributiva refere-se ao modo adequado como são distribuídos os bens e os encargos.  A justiça retributiva refere-se ao modo com que o Estado pune e castiga quem comete infrações.

Uma sociedade em que ninguém deve ser vítima da lotaria social e natural.

Não somos responsáveis por nascer numa família pobre – lotaria social – nem por termos sido pouco favorecidos (ou mesmo muito prejudicados) em dotes e talentos naturais como a inteligência, a capacidade e habilidade física.

Para tentar garantir que não somos prejudicados pela lotaria social, Rawls propõe mais um princípio de justiça: o princípio da igualdade de oportunidades. Este exige que todos os concorrentes aos lugares mais desejados na sociedade tenham tido a possibilidade de obter qualificação apropriada na escola ou em qualquer outra instituição, bons cuidados de saúde e que não sejam discriminados pelas circunstâncias sociais (não sejam prejudicados por fatores como o género).

O Estado e a sociedade devem garantir que o acesso às profissões mais valorizadas deve estar ao alcance de todos. Não é justo que, devido a uma condição económica desfavorável, não possa estudar e realizar o projeto de ser engenheiro, arquiteto, médico ou outras profissões socialmente mais reconhecidas. Quem não aproveitar as oportunidades – por falta de estudo e de empenho não tem direito a queixar-se.


3.   Explicar, de acordo com Rawls, os conceitos de posição original e véu de ignorância.

A posição original é uma situação imaginária ou hipotética de imparcialidade – as pessoas pensam no que é justo e não simplesmente no que é pessoalmente vantajoso -  em que pessoas racionais, livres e iguais criam uma sociedade regida por princípios de justiça. Para que tal imparcialidade se verifique, essas pessoas devem estar «cobertas» por um «véu de ignorância».

 

O “véu de ignorância” é o desconhecimento por parte de cada indivíduo da sua condição social e económica no momento do estabelecimento do contrato social, no momento em que dão origem a uma determinada forma de sociedade.


4.    Identificar os princípios de justiça propostos por Rawls.

Uma sociedade em que cada um terá direito às mais amplas liberdades fundamentais (de expressão, de associação, de crença e de realizar os nossos projetos pessoais).

 A este princípio dá Rawls o nome de princípio da igual liberdade. Não deve ser sacrificado em nome de nada – é o mais importante dos princípios – e nega que sejamos discriminados por causa do género, da etnia ou do grupo religioso a que pertencemos. Mas sendo condição necessária de uma sociedade justa não é suficiente. Porquê? Porque uma sociedade em que só haja liberdade pode gerar desigualdades muito acentuadas.

Uma sociedade em que ninguém deve ser vítima da lotaria social e natural.

Não somos responsáveis por nascer numa família pobre – lotaria social – nem por termos sido pouco favorecidos (ou mesmo muito prejudicados) em dotes e talentos naturais como a inteligência, a capacidade e habilidade física.

Para tentar garantir que não somos prejudicados pela lotaria social, Rawls propõe mais um princípio de justiça: o princípio da igualdade de oportunidades. Este exige que todos os concorrentes aos lugares mais desejados na sociedade tenham tido a possibilidade de obter qualificação apropriada na escola ou em qualquer outra instituição, bons cuidados de saúde e que não sejam discriminados pelas circunstâncias sociais (não sejam prejudicados por fatores como o género).

O Estado e a sociedade devem garantir que o acesso às profissões mais valorizadas deve estar ao alcance de todos. Não é justo que, devido a uma condição económica desfavorável, não possa estudar e realizar o projeto de ser engenheiro, arquiteto, médico ou outras profissões socialmente mais reconhecidas. Quem não aproveitar as oportunidades – por falta de estudo e de empenho não tem direito a queixar-se.

Mas a igualdade de oportunidades não é ainda suficiente para que se construa uma sociedade justa. O que há de insuficiente na ideia de justiça social como igualdade de oportunidades é que se esquece que o sucesso também depende do talento natural ou dos dons da natureza. Ora a natureza pode ser madrasta para uns e muito generosa para outros. Sendo assim, na corrida pelas melhores posições sociais, o talento natural é um elemento perturbador na chegada à «meta». O que fazer? As pessoas que, em boa parte, devido ao seu talento natural, acederam às profissões socialmente mais valorizadas e mais bem pagas não devem ser as únicas a beneficiar com a sua situação. Ronaldo não deve ser o único a beneficiar do talento e da capacidade que, em grande parte, deriva de a natureza ter sido generosa consigo. A solução é proceder à redistribuição da riqueza. Os mais favorecidos pela natureza devem contribuir – impostos ‒ para a melhoria da situação económica dos que a natureza não beneficiou.

5. Defende Rawls as desigualdades sociais?

Note-se que Rawls admite que uma sociedade justa não é incompatível com a desigualdade – desde que não acentuada -  com a diferença de rendimentos, de património e de bens sociais entre os indivíduos. Médicos, engenheiros, arquitetos e outros profissionais ganham mais do que a maioria e é justo e útil que assim seja porque quanto maior o bolo mais fatias há para distribuir. Mas há uma condição: essas desigualdades só são admissíveis se favorecerem os mais desfavorecidos. A este princípio dá Rawls o nome de princípio da diferença que é o princípio que orienta a distribuição da riqueza. Isto quer dizer que uma sociedade sem desigualdades, mas em que todos são igualmente pobres, é menos justa do que uma sociedade com desigualdades, mas em que ninguém vive realmente mal, mesmo os mais desfavorecidos. É injusta a sociedade em que as vantagens dos mais favorecidos não são benéficas para mais ninguém.


A desigualdade económica, será vantajosa pelas seguintes razões:

1. As pessoas mais talentosas sentirão menos estímulo para trabalhar e produzir se houver uma distribuição igualitária da riqueza (se todos ganharem o mesmo ou se houver fraca diferença de rendimentos).

2.Menos produção de riqueza implica menos recursos para distribuir e prestar assistência (através de taxas e impostos aos mais ricos) aos menos favorecidos.

3. As oportunidades dos que têm menos são mais amplas num sistema de distribuição da riqueza que não é estritamente igualitário – todos a ganhar o mesmo ou aproximadamente - porque haverá mais recursos disponíveis para que os desfavorecidos invistam na educação e na formação profissional.

Assim, a desigualdade funciona a favor da redução das desigualdades.


6. Mostrar porque é que, de acordo com Rawls, o princípio da liberdade tem primazia sobre os outros.

Estes três princípios formam a concepção de justiça de Rawls. Mas por si só estes princípios não resolvem certos conflitos. Será preciso ainda estabelecer uma ordem de prioridades entre os princípios. Assim, o princípio da liberdade igual tem prioridade sobre os outros dois e o princípio da oportunidade justa tem prioridade sobre o princípio da diferença. Atingido um nível de bem-estar acima da luta pela sobrevivência, a liberdade tem prioridade absoluta sobre o bem-estar económico ou a igualdade de oportunidades, o que faz de Rawls um liberal. A liberdade de expressão e de religião, assim como outras liberdades, são direitos que não podem ser violados por considerações económicas.

7.    Mostrar as criticas de  Rawls ao utilitarismo.

Os utilitaristas defendem que devemos maximizar o bem-estar geral. Tal regra permitiria uma sociedade em que a maioria vive muitíssimo bem à custa de trabalho escravo. 

Ora, Rawls rejeita a escravatura, pois trata-se de uma violação da liberdade individual, colocando em causa a prioridade do Princípio da Liberdade

Por isso, Rawls considera que os princípios (de justiça, de perfeição ou de utilidade) a escolher para o ordenamento da sociedade devem ser aqueles que todas as partes representadas possam aceitar.

8.    Explicar a regra maximin.

A regra maximin é uma estratégia de decisão que pessoas razoáveis seguem, numa situação de incerteza – o véu de ignorância. É a estratégia do menor mal. São preferíveis princípios de justiça que estejam na base de uma sociedade em que o pior não será muito mau, do que uma sociedade que, por exemplo, haja muita pobreza e muita riqueza.

9.   Analisar e discutir o argumento segundo o qual a distribuição da riqueza não se deve basear em fatores moralmente arbitrários.

A desigualdade económica, será vantajosa pelas seguintes razões:

1. As pessoas mais talentosas sentirão menos estímulo para trabalhar e produzir se houver uma distribuição igualitária da riqueza (se todos ganharem o mesmo ou se houver fraca diferença de rendimentos).

2.Menos produção de riqueza implica menos recursos para distribuir e prestar assistência (através de taxas e impostos aos mais ricos) aos menos favorecidos.

3. As oportunidades dos que têm menos são mais amplas num sistema de distribuição da riqueza que não é estritamente igualitário – todos a ganhar o mesmo ou aproximadamente - porque haverá mais recursos disponíveis para que os desfavorecidos invistam na educação e na formação profissional.

Assim, a desigualdade funciona a favor da redução das desigualdades.


10.    Explicar em que medida a teoria de Rawls tenta conciliar a igualdade e a liberdade individual.


11. Mostrar em que medida a teoria de Nozick constitui uma tentativa de refutar a teoria de Rawls.

12. Explicar a critica de Sandel  à teoria de Rawls.

13. Comparar a teoria de Rawls com a teoria de Nozick e  e de Sandel  qual é a teoria mais plausível.

14. Defender uma opinião acerca do problema da justiça distributiva.

 

1.Contrato Social: A teoria de Rawls é contratualista, isto é, fundamenta a legitimidade do funcionamento do Estado num acordo ou pacto entre indivíduos livres. Nesse acordo todos se comprometem autonomamente em troca da reciprocidade de benefícios.

 

2. Véu da Ignorância: Significa uma situação hipotética em que os homens teriam de escolher os princípios de uma sociedade justa sem saberem qual a situação particular em que se encontram. Deste modo sem nada saberem sobre a sua situação particular - sexo, condição sócio-económica, saúde, etc- poderiam escolher com imparcialidade.

 

3.  Crítica ao utilitarismo, na medida em que esta teoria utilitarista, considera que a igualdade é justificada pelo bem que pode proporcionar a um maior número de pessoas, a posição de Rawls apela, pelo contrário, à qualidade intrínseca do valor da igualdade. A igualdade é uma condição humana primária, é um "a priori", garantido pela posição original do homem.

 

4. Posição original: Para descobrirmos os princípios da sociedade justa devemos imaginar uma situação de partida - Posição Original - hipotética, em que indivíduos racionais estão a coberto de um Véu de Ignorância desconhecendo a sua posição na sociedade e as suas características particulares. É equivalente ao Estado de natureza em que os indivíduos se encontram numa posição de igualdade uns em relação aos outros e têm os mesmos direitos básicos.

 

5.Equidade: Quer dizer que a igualdade se faz segundo a diferença, isto é, diminuindo as desigualdades iniciais de nascimento, condição social e sorte. Corresponde ao ideal de justiça de Rawls em que se pressupõe que, para a dar a todos o acesso igual aos bens primários, há que ter em conta estas diferenças iniciais e tentar equilibrá-las, pois se o indivíduo não tem responsabilidade moral por ter nascido pobre não deve ser penalizado socialmente por essa "lotaria".

 

6.  "Regra Maximin": significa maximizar o mínimo. Rawls considera que a coberto do "véu da ignorância", os indivíduos consideram mais justa a sociedade P, mais pobre mas mais igualitária em termos de distribuição de riqueza, do que a sociedade X, mais rica mas onde há grandes diferenças entre riquezas. Na sociedade X, os mais pobres são muito pobres e os ricos muito ricos, enquanto na sociedade P, mais justa os mais pobres são menos pobres e os mais ricos menos ricos, comparativamente.

 

7. Bens Básicos: São aqueles a que todos têm direito e devem ter acesso em condições de igualdade: liberdades, oportunidades, rendimentos e princípios de dignidade.

 

8.  Princípios da justiça: Igual Liberdade para todos; Oportunidade justa (Igualdade de oportunidades) e Princípio da diferença; isto é, a justificação da diferença, por exemplo de rendimentos, se esta contribuir para a diminuição das desigualdades.

 

9. Hierarquização dos princípios: Em casos de conflitos entre os princípios da justiça, o princípio da liberdade igual é prioritário em relação ao princípio das oportunidades justas e este, por sua vez, prioritário em relação ao princípio da diferença.

 

 

FICHA DE AVALIAÇÃO

 

I.GRUPO

Indique a opção correcta

1. Kant apresenta uma explicação dos deveres e dos direitos que se baseia na ideia de que:

a.        as nossas vidas e liberdades são uma dávida de Deus.

b.        somos seres racionais, merecedores de dignidade e respeito.

c.         podemos dispor da nossa vida e liberdade como nos aprouver.

d.        a moralidade tem que ver com a maximização da felicidade.

 

2.        Segundo Stuart Mill uma acção é moralmente correcta se:

a.        É determinada pela intenção

b.        É realizada por uma vontade autónoma

c.         Produz maior felicidade para as pessoas por ela afectadas

d.        Tem consequências positivas para o agente

 

3.        Kant defende que a ação moral é determinada:

a.        pela intenção racional de cumprir o dever moral;

b.        pela felicidade do maior número proporcionada pela obediência à lei moral;

c.         pela bondade da vontade altruísta;

d.        pelo carácter moral do agente.

 

4.        A ética de Stuart Mill é:

a.        consequencialista, porque valoriza os resultados.

b.        deontológica, porque valoriza os resultados.

c.         consequencialista, porque valoriza os princípios.

d.        deontológica, porque valoriza os princípios.

 

5.        Uma das críticas apontadas à teoria de Kant é a de que:

a.        é uma ética que negligencia o dever moral;

b.        é uma ética desumana, demasiado formal e incapaz de dar conta dos dilemas morais;

c.         é uma ética que se centra exclusivamente na felicidade;

d.        é uma ética que depende demasiado das normas morais vigentes nas sociedades.

 

6.        S. Mill distingue diferentes qualidades de prazeres. Esta afirmação é:

a.        Verdadeira, porque existem prazeres inferiores ligados aos sentidos e prazeres superiores intelectuais

b.        Falsa, porque todos os prazeres são moralmente justificáveis.

c.         Verdadeira, porque os prazeres sensíveis são mais intensos mas podem causar sofrimento

d.        Falso, Stuart Mill reduz os prazeres às experiências sensoriais.

 

7. Rawls defende que, na posição original, a escolha dos princípios da justiça seguiria a estratégia maximin.

Suponha que há 100 unidades de bem-estar para distribuir por três pessoas. Selecione a opção que apresenta o modelo de distribuição que está mais de acordo com a estratégia maximin.

(A) Na melhor das hipóteses, pode receber-se 60 unidades de bem-estar e, na pior, pode receber-se 20.

(B) Na melhor das hipóteses, pode receber-se 65 unidades de bem-estar e, na pior, pode receber-se 15.

(C) Na melhor das hipóteses, pode receber-se 45 unidades de bem-estar e, na pior, pode receber-se 15.

(D) Na melhor das hipóteses, pode receber-se 80 unidades de bem-estar e, na pior, pode receber-se 5.

 

 8. De acordo com a teoria da justiça de John Rawls:

(A) as desigualdades económicas são aceitáveis sob certas condições.

(B) uma igual liberdade é suficiente para assegurar a justiça social.

(C) toda e qualquer desigualdade entre os indivíduos deve ser  suprimida.

(D) o direito a dispormos do que ganhamos ou adquirimos é absoluto.

 


II.GRUPO

A.        Identifique o FILÓSOFO a quem se refere cada afirmação.

 

1. Afirma que devo agir por imposição racional

 

2. Declara a que a boa vontade é a única coisa boa em si mesma

 

3. Afirma que a posse de qualidades naturais e sociais é “arbitrária de um ponto de vista moral”. 

 

4. Distingue Imperativos hipotéticos e Imperativos Categóricos

 

5.      Defende a desigualdade na distribuição da riqueza.

 

6.     Para ele não é justificável mentir para salvar quem quer que seja

 

7.     Considera que mentir pode ser aceitável em algumas circunstâncias

 

8.     Defende que o valor moral das acções depende dos seus resultados

 

9.     Defende que a Moralidade não depende de circunstâncias particulares

 

10.Propõe-se apresentar uma teoria alternativa ao utilitarismo de Stuart Mill.

 

 

III.GRUPO

Identifique os conceitos.

1.  O .............. é um acordo ou pacto entre indivíduos livres.

 

2.        Segundo Kant, a moralidade assenta na………da vontade

 

3.        Segundo Mill, uma acção moral tem valor moral se é determinada …

 

4.        Segundo Kant, uma acção legal mas imoral designa-se…

 

5.        Segundo Mill, alguns prazeres são mais valiosos que os físicos. São os…

 

6.        Segundo Kant, as máximas devem ser…

 

7.         Segundo Mill, esta é o fim último da acção que deve ser maximizada…

 

8.        Segundo Kant, a lei moral exprime-se no ….

 

9.     Os principios de Justiça são....

 

10.   Para Mill, o Principio da Imparcialidade exprime um …………ético.

 

 

. IV.GRUPO

 

Analise a seguinte situação e responda às questões:

Imagine que um grupo de terroristas se apodera de um avião em Londres. Os seus passageiros e tripulantes ficam reféns. Contudo, os terroristas propõem libertá-los se um cidadão local que eles consideram envolvido em actividades antiterroristas lhes for entregue para ser morto. Se as autoridades da cidade não colaborarem ameaçam fazer explodir o aparelho com todas as pessoas lá dentro.

1.   Apresente o desfecho deste caso, segundo a teoria ética de Kant. __________________________________________________________________________________________________________________________

2. Apresente o desfecho deste caso, segundo a teoria ética de Stuart Mill.

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3.      Critique a teoria Ética de Stuart Mill. (Três criticas)  

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V. GRUPO

Identifique o conceito, cuja definição lhe é apresentada ou dada a definição apresentada, identifique o conceito.

 

CONCEITOS ou

DEFINIÇÃO

DEFINIÇÃO ou

CONCEITO

Bens Básicos

Lei Moral

O funcionamento do Estado baseia-se num acordo ou pacto entre indivíduos livres

Princípio de decisão que nos recomenda, por prudência, que consideremos piores resultados possíveis e optemos pelo menos mau – maximizar o ganho mínimo e minimizar a perda máxima.

Construção conceptual que significa que se desconhecem as  características, vontades, desejos, interesses, estatutos dos homens e leva-os a ignorar também a situação dos seus parceiros. 

Juiz competente



Uma situação hipotética em que os homens teriam de escolher os princípios de uma sociedade justa sem saberem qual a situação particular em que se encontram

 

VI. GRUPO

 

Analise o seguinte texto: 

 

Imagine que tem de criar uma sociedade nova e melhor. Uma das perguntas a fazer poderia ser “Quem fica com o quê?”. Se você mora numa bela mansão com piscina e empregados e tem um jato particular pronto para levá-lo a uma ilha tropical, provavelmente imagina um mundo em que algumas pessoas são muito ricas – talvez as que trabalharam mais – e outra são muito mais pobres. Se está a viver na pobreza agora, provavelmente pensará numa sociedade em que ninguém pode ser milionário, uma sociedade em que todos ganham uma parcela igual do que está disponível: jatos particulares não são permitidos, mas há melhores chances para as pessoas desafortunadas. A natureza humana é assim: as pessoas tendem a pensar na sua posição quando descrevem um mundo melhor, quer percebam isso ou não. Esses prejuízos e preconceitos distorcem o pensamento político. A ideia brilhante de Rawls foi criar uma experiência mental – a que ele chamou de “a posição original” – que subestima alguns dos preconceitos egoístas que temos. A ideia central é bastante simples: criar uma sociedade melhor, mas sem saber qual a posição que irá ocupar nessa sociedade. Não sabe se será rico, pobre, deficiente, de boa aparência, homem, mulher, feio, burro ou inteligente, talentoso ou sem habilidades, homossexual, bissexual ou heterossexual. Ele acredita que, desse modo, você escolherá princípios mais justos por trás desse imaginário “véu da ignorância”, pois não sabe em qual posição estaria ou que tipo de pessoa seria. A partir desse simples recurso de escolher sem saber o seu próprio lugar, Rawls desenvolveu sua teoria da justiça. Tal teoria era baseada em dois princípios: liberdade e igualdade. Ele acreditava que ambos seriam aceites por qualquer pessoa razoável. O primeiro princípio era o da liberdade. Segundo ele, todas as pessoas deveriam ter o direito a uma margem de liberdades básicas que não lhes pudessem ser tiradas, como a liberdade de crença, do voto nos líderes e a ampla liberdade de expressão. Mesmo que restringir algumas dessas liberdades melhorasse a vida da maioria das pessoas, Rawls acreditava que elas eram tão importantes que deveriam ser protegidas acima de tudo. Como todos os liberais, Rawls atribuía um alto valor a essas liberdades básicas, que deveriam ser um direito de todos, um direito que ninguém poderia tirar a ninguém. O segundo princípio de Rawls, o princípio da diferença, trata da igualdade. A sociedade deveria ser organizada para dar oportunidades e riquezas mais iguais para os mais desfavorecidos. Se as pessoas recebessem diferentes quantidades de dinheiro, essa desigualdade só seria permitida se ajudasse diretamente os que mais precisavam. Um banqueiro só pode ganhar 10 mil vezes mais do que o trabalhador que ganha menos se este  beneficiar diretamente e receber uma quantidade maior de dinheiro que não teria se o banqueiro recebesse menos. Se Rawls estivesse no governo, ninguém ganharia prémios altos, exceto se os mais pobres ganhassem mais dinheiro como resultado. Rawls acredita que esse é o tipo de mundo que as pessoas razoáveis escolheriam se não soubessem se seriam pobres ou ricas.

Nigel Warburton, Uma breve história da Filosofia

 

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                                       Lola

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