Preparação 5ª Ficha de Avaliação
10º Ano
Temas: Ética de Kant, Ética de Stuart Mill e John Rawls
A- Ética de Kant
1. Caracterizo o âmbito da
ética ou filosofia moral.
2. Distingo éticas
deontológicas e éticas consequencialista.
3. Mostro que a ética
kantiana é deontológica.
4. Defino a boa vontade (ou
vontade boa), segundo Kant.
5. Distingo ação por dever
de ação conforme o dever, para Kant.
6. Comparo moralidade e
legalidade, na perspetiva kantiana.
7. Exemplifique uma acção moral e não legal.
8. Apresento o papel das
máximas, segundo Kant.
9. Distingo imperativo
categórico de imperativo hipotético.
10. Dou exemplos para cada
um deles
11. Caracterizo a lei
suprema da moralidade para Kant.
12. Distingo as noções de
autonomia e de heteronomia, para Kant.
13. Caracterizo moral
kantiana.
14. Analiso criticamente a
ética kantiana.
Dadas as críticas que
foram colocadas à teoria ética de Kant, temos de procurar outra teoria que
permita dar uma resposta mais satisfatória a essas mesmas críticas. A teoria
ética de Stuart Mill, também conhecida por teoria do utilitarismo, vem resolver
alguns dos problemas que foram colocados à teoria ética de Kant (não esquecer que
o problema que está a orientar a nossa investigação é o seguinte:“Como devemos
agir?”)
B- Ética de Stuart Mill
1.
Defino ética consequencialista?
A
teoria ética de Stuart Mill assume-se assim como uma teoria consequencialista,
na medida em que a moralidade da acção resulta do fim obtido com a nossa acção,
das consequências produzidas pela nossa acção.
2.
Apresento o princípio moral
do utilitarismo.
3.
O que entende o
utilitarismo por acções boas?
Para Stuart Mill, o
critério para aferir da moralidade das nossas acções encontra-se nas
consequências das mesmas, naquilo que resulta das nossas acções. É porque
apenas se atende às consequências das nossas acções que se designa a teoria de
Mill de teoria utilitarista, no sentido em que a minha acção é boa ou má,
consoante seja útil ou não para o maior número possível de pessoas.
4.
Caracterizo o Utilitarismo.
5.
Qual o maior bem possível?
Para Mill, a moralidade de
uma acção resulta da sua capacidade para produzir o maior bem possível.
Verifica-se nesta formulação que Mill apenas atende às consequências da nossa
acção, àquilo que resulta da acção, sendo precisamente a da maior ou menor
capacidade da acção para produzir o maior bem possível. Por maior bem possível
entende Mill a felicidade geral.
6.Defino
Felicidade.
Por
felicidade entende ainda Mill o prazer e a ausência de dor ou sofrimento. Para Stuart Mill, uma acção tem valor moral consoante
produza uma maior ou menor quantidade de felicidade sobre as várias pessoas
implicadas pela acção (tendo em conta as próprias circunstâncias da acção e as
condições de acção do próprio agente). Para
Mill, a felicidade geral é a única coisa desejável por si mesma, enquanto todas
as outras coisas são apenas encaradas como um meio para obter um fim, fim esse
que é a felicidade.
7. Apresento dificuldades que poderão ser levantadas pelo conceito de
Felicidade.
8. Defino hedonismo
9.
Comparo hedonismo de Jeremy
Benthan e hedonismo de Stuart Mill
10. Distingo os dois tipos de prazeres.
Mill
dá preferência aos prazeres intelectuais (prazeres superiores) – prazeres que
resultam do exercício das nossas capacidades intelectuais – sobre os prazeres
sensíveis (prazeres inferiores), querendo com isso dizer que não troca uma vida
de prazeres intelectuais por outra vida com um maior número de prazeres
sensíveis. Para testemunhar isso mesmo, Mill exemplifica dizendo que preferia
ser um «Sócrates insatisfeito» do que um «porco satisfeito», ou seja, é
preferível uma vida fraca em prazeres intelectuais a uma vida cheia de prazeres
sensíveis, porque os prazeres intelectuais são qualitativamente superiores aos
prazeres sensíveis.
Para Mill, uma vida boa
seria então uma vida de experiências aprazíveis, mas, sobretudo, experiências
de prazer intelectual.
11. Qual a importância do princípio da imparcialidade para Stuart
Mill?
Para Mill, sempre que
agimos, devemos tomar em consideração a melhor forma de agirmos, ou seja,
devemos tomar em consideração aquela acção que nos permita proporcionar a maior
quantidade de felicidade possível de um modo imparcial para o maior número
possível de pessoas. Uma acção será boa ou moralmente correcta, se promover
imparcialmente a felicidade (o prazer e a ausência de dor) para o maior número
possível de pessoas, e uma acção será má ou moralmente incorrecta, se promover
o contrário da felicidade (a ausência de prazer e a dor ou sofrimento).
12. Será o Utilitarismo um altruísmo Ético?
Para
Mill, o fim – a felicidade geral – justifica os meios. Na teoria do
utilitarismo, há um primado dos fins da acção em relação aos meios. Significa
isto que, para Mill, uma acção terá valor moral desde que a quantidade de
felicidade que produzimos com a nossa acção sobre um determinado número de
pessoas seja superior ao número de pessoas a que causamos dor ou sofrimento
durante a realização da acção. Ou seja, para Mill, é suficiente que a
felicidade produzida com a acção seja superior ao sofrimento eventualmente
provocado com a sua realização para que a acção tenha valor moral e é neste
sentido que há um primado dos fins da acção (da maximização da felicidade para
o maior número) sobre os meios (mesmo que a acção produza sofrimento sobre
algumas pessoas).
Mas por que razão defende
Mill este princípio da máxima felicidade? Por que razão me hei-de eu esforçar
por promover a felicidade dos outros, se posso limitar-me a promover apenas a
minha própria felicidade? Mill parece apresentar dois argumentos para responder
a esta questão, o argumento da felicidade geral como fim último das nossas
acções (apresentado em cima) e o argumento da ética cristã.
13. Mas como posso eu
saber que a minha acção vai efectivamente promover a maior felicidade sobre as
várias pessoas implicadas pela acção?
Ora, dada a
impossibilidade de prevermos as consequências das nossas acções, neste caso do
utilitarismo, a ideia de não sabermos se a nossa acção é ou não aquela que vai
gerar as melhores consequências, a versão do utilitarismo moderado avançou com
a seguinte ideia: a acção moral é aquela que nós consideramos ser a que irá ser
mais útil de um modo imparcial para o maior número de pessoas, ou seja, é
aquela que nós prevemos ser a que irá produzir felicidade para um maior número
de pessoas.
C
As
teorias éticas de Kant e Mill pretendem encontrar um critério (princípio
fundamental) que torne possível determinar que espécies de acções são correctas
e que normas morais devem ser seguidas.
A ética utilitarista é consequencialista porque considera nossa obrigação moral básica agir tendo em vista as melhores consequências.
E que são boas consequências?
Para Mill, a moralidade de uma acção resulta da sua capacidade para produzir o maior bem possível. Por maior bem possível entende Mill a felicidade geral. As acções são moralmente correctas se o seu objectivo for a promoção imparcial da felicidade ou do bem-estar para a maioria das pessoas por elas afectadas. A minha acção é boa ou má, consoante seja útil ou não para o maior número possível de pessoas.
A teoria ética de Stuart Mill assume-se
claramente como uma teoria consequencialista, na medida em que a moralidade da
acção resulta do fim obtido, das consequências produzidas pela nossa acção.
Considera – se que a ética kantiana é deontológica porque defende que o valor moral de uma acção reside em si mesma e não nas suas consequências. As teorias deontológicas tendem a considerar que agir moralmente consiste em cumprir o dever pelo dever - em cumprir o que a lei moral exige de forma categórica.
Há deveres absolutos ou, como diz Kant, perfeitos. O cumprimento destes deveres é obrigatório independentemente das consequências. Kant não admite que se cumpra o dever em virtude das desejáveis consequências que daí possam resultar. Seria deixar o cumprimento do dever ao sabor das circunstâncias, dos interesses do momento. Isso implicaria que, quando não tivéssemos vantagem ou interesse em cumprir o dever, não haveria razão alguma para o fazer.
Se a bondade da vontade depender das
consequências não se pode falar de autonomia da vontade. Ser autónomo
significa que dependemos apenas de nós próprios – e não dos
outros ou das circunstâncias – para orientarmos a nossa vida. Ser autónomo,
pensava Kant, implica agir com base em critérios ou regras que somos nós
próprios a ditar, de acordo com a nossa consciência racional. Se as regras
morais nos fossem impostas de fora, por Deus, não haveria autonomia, não seríamos
nós a ditar as regras. Portanto, não seríamos realmente livres.
A ética utilitarista de Mill, sendo hedonista e consequencialista não é compatível com a perspectiva kantiana.
É muito diferente decidir manter uma promessa porque isso é justo do que manter uma promessa porque isso vai causar mais felicidade ou bem – estar e prazer do que o contrário. Segundo Kant, a ética utilitarista basear – se – ia num imperativo hipotético: «Se queres agir de modo correcto não penses apenas no teu bem – estar ou felicidade mas dá tanta ou mais importância à felicidade geral». Se a moral consistisse apenas em seguir regras hipotéticas, teríamos a obrigação, por exemplo, de não matar apenas em certas condições, mas não sempre. Por isso, a ética utilitarista pode permitir em certas situações problemáticas que obrigações importantes sejam violadas conduzindo como alguns críticos apontam a práticas imorais.
Mas será que uma boa vontade, por mais virtuosa e louvável que seja, é suficiente para resolver casos de conflito moral?
Para Kant, não devemos mentir nunca. Mas quererei
eu que este princípio de acção se aplique universalmente a todos os casos
possíveis de acção? Não haverá situações em que é preferível mentir do que
dizer a verdade, ou seja, em que é moralmente mais correcto mentir do que dizer
a verdade, como no caso de mentir com vista a salvarmos a vida de uma pessoa?
C- John Rawls
1. Dar exemplos de
problemas de filosofia política.
2. Explicar em que consiste o problema da justiça distributiva.
A Justiça social ou distributiva refere-se ao modo adequado como são distribuídos os bens e os encargos. A justiça retributiva refere-se ao modo com que o Estado pune e castiga quem comete infrações.
Uma sociedade em que ninguém deve ser vítima da lotaria social e natural.
Não somos responsáveis por nascer numa família pobre – lotaria social – nem por termos sido pouco favorecidos (ou mesmo muito prejudicados) em dotes e talentos naturais como a inteligência, a capacidade e habilidade física.
Para tentar garantir que não somos prejudicados pela lotaria social, Rawls propõe mais um princípio de justiça: o princípio da igualdade de oportunidades. Este exige que todos os concorrentes aos lugares mais desejados na sociedade tenham tido a possibilidade de obter qualificação apropriada na escola ou em qualquer outra instituição, bons cuidados de saúde e que não sejam discriminados pelas circunstâncias sociais (não sejam prejudicados por fatores como o género).
O Estado e a sociedade devem garantir que o acesso às profissões mais valorizadas deve estar ao alcance de todos. Não é justo que, devido a uma condição económica desfavorável, não possa estudar e realizar o projeto de ser engenheiro, arquiteto, médico ou outras profissões socialmente mais reconhecidas. Quem não aproveitar as oportunidades – por falta de estudo e de empenho não tem direito a queixar-se.
3. Explicar, de acordo com
Rawls, os conceitos de posição original e véu de ignorância.
A posição original é uma
situação imaginária ou hipotética de imparcialidade – as pessoas pensam no
que é justo e não simplesmente no que é pessoalmente vantajoso
- em que pessoas racionais, livres e iguais criam uma sociedade
regida por princípios de justiça. Para que tal imparcialidade se verifique,
essas pessoas devem estar «cobertas» por um «véu de ignorância». |
|
|
O “véu de ignorância” é o
desconhecimento por parte de cada indivíduo da sua condição social e
económica no momento do estabelecimento do contrato social, no momento em que
dão origem a uma determinada forma de sociedade. |
4. Identificar os princípios de justiça propostos por Rawls.
Uma
sociedade em que cada um terá direito às mais amplas liberdades fundamentais
(de expressão, de associação, de crença e de realizar os nossos projetos
pessoais).
A
este princípio dá Rawls o nome de princípio da igual liberdade. Não deve ser
sacrificado em nome de nada – é o mais importante dos princípios – e nega que
sejamos discriminados por causa do género, da etnia ou do grupo religioso a que
pertencemos. Mas sendo condição necessária de uma sociedade justa não é
suficiente. Porquê? Porque uma sociedade em que só haja liberdade pode gerar
desigualdades muito acentuadas.
Uma
sociedade em que ninguém deve ser vítima da lotaria social e natural.
Não
somos responsáveis por nascer numa família pobre – lotaria social – nem por
termos sido pouco favorecidos (ou mesmo muito prejudicados) em dotes e talentos
naturais como a inteligência, a capacidade e habilidade física.
Para
tentar garantir que não somos prejudicados pela lotaria social, Rawls propõe
mais um princípio de justiça: o princípio da igualdade de
oportunidades. Este exige que todos os concorrentes aos lugares mais
desejados na sociedade tenham tido a possibilidade de obter qualificação
apropriada na escola ou em qualquer outra instituição, bons cuidados de saúde e
que não sejam discriminados pelas circunstâncias sociais (não sejam
prejudicados por fatores como o género).
O
Estado e a sociedade devem garantir que o acesso às profissões mais
valorizadas deve estar ao alcance de todos. Não é justo que, devido a uma
condição económica desfavorável, não possa estudar e realizar o projeto de ser
engenheiro, arquiteto, médico ou outras profissões socialmente mais reconhecidas.
Quem não aproveitar as oportunidades – por falta de estudo e de empenho não tem
direito a queixar-se.
Mas
a igualdade de
oportunidades não é ainda suficiente para que se construa uma sociedade
justa. O que há de insuficiente na ideia de justiça social como igualdade
de oportunidades é que se esquece que o sucesso também depende do talento
natural ou dos dons da natureza. Ora a natureza pode ser madrasta para uns e
muito generosa para outros. Sendo assim, na corrida pelas melhores
posições sociais, o talento natural é um elemento perturbador na chegada à
«meta». O que fazer? As pessoas que, em boa parte, devido ao seu talento
natural, acederam às profissões socialmente mais valorizadas e mais bem pagas
não devem ser as únicas a beneficiar com a sua situação. Ronaldo não deve ser o
único a beneficiar do talento e da capacidade que, em grande parte, deriva de a
natureza ter sido generosa consigo. A solução é proceder à redistribuição
da riqueza. Os mais favorecidos pela natureza devem contribuir – impostos ‒ para
a melhoria da situação económica dos que a natureza não beneficiou.
5. Defende Rawls as desigualdades
sociais?
Note-se que Rawls admite que uma sociedade justa não é incompatível com a desigualdade – desde que não acentuada - com a diferença de rendimentos, de património e de bens sociais entre os indivíduos. Médicos, engenheiros, arquitetos e outros profissionais ganham mais do que a maioria e é justo e útil que assim seja porque quanto maior o bolo mais fatias há para distribuir. Mas há uma condição: essas desigualdades só são admissíveis se favorecerem os mais desfavorecidos. A este princípio dá Rawls o nome de princípio da diferença que é o princípio que orienta a distribuição da riqueza. Isto quer dizer que uma sociedade sem desigualdades, mas em que todos são igualmente pobres, é menos justa do que uma sociedade com desigualdades, mas em que ninguém vive realmente mal, mesmo os mais desfavorecidos. É injusta a sociedade em que as vantagens dos mais favorecidos não são benéficas para mais ninguém.
A
desigualdade económica, será vantajosa pelas seguintes razões:
1. As pessoas mais talentosas sentirão menos estímulo para trabalhar e
produzir se houver uma distribuição igualitária da riqueza (se todos ganharem o
mesmo ou se houver fraca diferença de rendimentos).
2.Menos produção de riqueza implica menos recursos para distribuir e
prestar assistência (através de taxas e impostos aos mais ricos) aos menos
favorecidos.
3. As oportunidades dos que têm menos são mais amplas num sistema de
distribuição da riqueza que não é estritamente igualitário – todos a ganhar o
mesmo ou aproximadamente - porque haverá mais recursos disponíveis para que os
desfavorecidos invistam na educação e na formação profissional.
Assim, a desigualdade funciona a favor da redução das desigualdades.
6. Mostrar porque é que, de
acordo com Rawls, o princípio da liberdade tem primazia sobre os outros.
7. Mostrar as criticas de Rawls ao utilitarismo.
Os utilitaristas defendem que devemos maximizar o bem-estar geral. Tal regra permitiria uma sociedade em que a maioria vive muitíssimo bem à custa de trabalho escravo.
Ora, Rawls rejeita a escravatura, pois trata-se de uma violação da liberdade individual, colocando em causa a prioridade do Princípio da Liberdade
Por isso, Rawls considera que os princípios (de justiça, de perfeição ou de utilidade) a escolher para o ordenamento da sociedade devem ser aqueles que todas as partes representadas possam aceitar.
8. Explicar a regra
maximin.
A regra maximin é
uma estratégia de decisão que pessoas razoáveis seguem, numa situação de
incerteza – o véu de ignorância. É a estratégia do menor mal. São
preferíveis princípios de justiça que estejam na base de uma sociedade em que o
pior não será muito mau, do que uma sociedade que, por exemplo, haja muita
pobreza e muita riqueza.
9. Analisar e discutir o
argumento segundo o qual a distribuição da riqueza não se deve basear em
fatores moralmente arbitrários.
A
desigualdade económica, será vantajosa pelas seguintes razões:
1. As pessoas mais talentosas sentirão menos estímulo para trabalhar e
produzir se houver uma distribuição igualitária da riqueza (se todos ganharem o
mesmo ou se houver fraca diferença de rendimentos).
2.Menos produção de riqueza implica menos recursos para distribuir e
prestar assistência (através de taxas e impostos aos mais ricos) aos menos
favorecidos.
3. As oportunidades dos que têm menos são mais amplas num sistema de
distribuição da riqueza que não é estritamente igualitário – todos a ganhar o
mesmo ou aproximadamente - porque haverá mais recursos disponíveis para que os
desfavorecidos invistam na educação e na formação profissional.
Assim, a desigualdade funciona a favor da redução das desigualdades.
10.
Explicar em que medida a teoria de Rawls tenta conciliar a igualdade e a
liberdade individual.
11.
Mostrar em que medida
a teoria de Nozick constitui uma tentativa de refutar a teoria de Rawls.
12.
Explicar a critica de Sandel à teoria de Rawls.
13.
Comparar a teoria de
Rawls com a teoria de Nozick e e de Sandel qual é a teoria
mais plausível.
14.
Defender uma opinião
acerca do problema da justiça distributiva.
1.Contrato Social: A
teoria de Rawls é contratualista, isto é, fundamenta a legitimidade do
funcionamento do Estado num acordo ou pacto entre indivíduos livres. Nesse
acordo todos se comprometem autonomamente em troca da reciprocidade de
benefícios.
2. Véu da Ignorância:
Significa uma situação hipotética em que os homens teriam de escolher os
princípios de uma sociedade justa sem saberem qual a situação particular em que
se encontram. Deste modo sem nada saberem sobre a sua situação particular -
sexo, condição sócio-económica, saúde, etc- poderiam escolher com
imparcialidade.
3. Crítica ao utilitarismo, na
medida em que esta teoria utilitarista, considera que a igualdade é justificada
pelo bem que pode proporcionar a um maior número de pessoas, a posição de Rawls
apela, pelo contrário, à qualidade intrínseca do valor da igualdade. A
igualdade é uma condição humana primária, é um "a priori", garantido
pela posição original do homem.
4. Posição original:
Para descobrirmos os princípios da sociedade justa devemos imaginar uma
situação de partida - Posição Original - hipotética, em que indivíduos
racionais estão a coberto de um Véu de Ignorância desconhecendo a sua posição
na sociedade e as suas características particulares. É equivalente ao Estado de
natureza em que os indivíduos se encontram numa posição de igualdade uns em
relação aos outros e têm os mesmos direitos básicos.
5.Equidade: Quer
dizer que a igualdade se faz segundo a diferença, isto é, diminuindo as
desigualdades iniciais de nascimento, condição social e sorte. Corresponde ao
ideal de justiça de Rawls em que se pressupõe que, para a dar a todos o acesso
igual aos bens primários, há que ter em conta estas diferenças iniciais e
tentar equilibrá-las, pois se o indivíduo não tem responsabilidade moral por
ter nascido pobre não deve ser penalizado socialmente por essa
"lotaria".
6. "Regra Maximin":
significa maximizar o mínimo. Rawls considera que a coberto do "véu da
ignorância", os indivíduos consideram mais justa a sociedade P, mais pobre
mas mais igualitária em termos de distribuição de riqueza, do que a sociedade
X, mais rica mas onde há grandes diferenças entre riquezas. Na sociedade X, os
mais pobres são muito pobres e os ricos muito ricos, enquanto na sociedade P,
mais justa os mais pobres são menos pobres e os mais ricos menos ricos,
comparativamente.
7. Bens Básicos: São
aqueles a que todos têm direito e devem ter acesso em condições de igualdade:
liberdades, oportunidades, rendimentos e princípios de dignidade.
8. Princípios da justiça: Igual
Liberdade para todos; Oportunidade justa (Igualdade de oportunidades) e
Princípio da diferença; isto é, a justificação da diferença, por exemplo de
rendimentos, se esta contribuir para a diminuição das desigualdades.
9. Hierarquização dos princípios: Em
casos de conflitos entre os princípios da justiça, o princípio da liberdade
igual é prioritário em relação ao princípio das oportunidades justas e este,
por sua vez, prioritário em relação ao princípio da diferença.
FICHA
DE AVALIAÇÃO
I.GRUPO
Indique a
opção correcta
1. Kant apresenta uma explicação dos deveres e dos direitos que se
baseia na ideia de que:
a.
as nossas
vidas e liberdades são uma dávida de Deus.
b.
somos seres
racionais, merecedores de dignidade e respeito.
c.
podemos
dispor da nossa vida e liberdade como nos aprouver.
d.
a moralidade
tem que ver com a maximização da felicidade.
2.
Segundo Stuart Mill
uma acção é moralmente correcta se:
a.
É
determinada pela intenção
b.
É
realizada por uma vontade autónoma
c.
Produz
maior felicidade para as pessoas por ela afectadas
d.
Tem
consequências positivas para o agente
3.
Kant defende que a
ação moral é determinada:
a.
pela
intenção racional de cumprir o dever moral;
b.
pela
felicidade do maior número proporcionada pela obediência à lei moral;
c.
pela
bondade da vontade altruísta;
d.
pelo
carácter moral do agente.
4.
A ética de Stuart Mill é:
a.
consequencialista,
porque valoriza os resultados.
b.
deontológica,
porque valoriza os resultados.
c.
consequencialista,
porque valoriza os princípios.
d.
deontológica,
porque valoriza os princípios.
5.
Uma das críticas
apontadas à teoria de Kant é a de que:
a.
é
uma ética que negligencia o dever moral;
b.
é
uma ética desumana, demasiado formal e incapaz de dar conta dos dilemas morais;
c.
é
uma ética que se centra exclusivamente na felicidade;
d.
é
uma ética que depende demasiado das normas morais vigentes nas sociedades.
6.
S. Mill distingue
diferentes qualidades de prazeres. Esta afirmação é:
a.
Verdadeira,
porque existem prazeres inferiores ligados aos sentidos e prazeres superiores
intelectuais
b.
Falsa,
porque todos os prazeres são moralmente justificáveis.
c.
Verdadeira,
porque os prazeres sensíveis são mais intensos mas podem causar sofrimento
d.
Falso,
Stuart Mill reduz os prazeres às experiências sensoriais.
7. Rawls defende que, na posição original,
a escolha dos princípios da justiça seguiria a estratégia maximin.
Suponha que há 100 unidades de bem-estar
para distribuir por três pessoas. Selecione a opção que apresenta o modelo de
distribuição que está mais de acordo com a estratégia maximin.
(A) Na melhor das hipóteses, pode receber-se 60
unidades de bem-estar e, na pior, pode receber-se 20.
(B) Na melhor das hipóteses, pode receber-se 65
unidades de bem-estar e, na pior, pode receber-se 15.
(C) Na melhor das hipóteses, pode receber-se 45
unidades de bem-estar e, na pior, pode receber-se 15.
(D) Na melhor das hipóteses, pode receber-se 80
unidades de bem-estar e, na pior, pode receber-se 5.
8. De acordo com a teoria da justiça
de John Rawls:
(A) as desigualdades económicas são aceitáveis sob
certas condições.
(B) uma igual liberdade é suficiente para assegurar a
justiça social.
(C) toda e qualquer desigualdade entre os indivíduos
deve ser suprimida.
(D) o direito a dispormos do que ganhamos ou
adquirimos é absoluto.
II.GRUPO
A.
Identifique o FILÓSOFO a quem se refere cada afirmação.
1. Afirma que devo agir por imposição
racional |
|
2. Declara a que a boa vontade é a
única coisa boa em si mesma |
|
3. Afirma que a posse de qualidades naturais e sociais é “arbitrária de um ponto de vista moral”. |
|
4. Distingue Imperativos hipotéticos
e Imperativos Categóricos |
|
5. |
|
6. Para ele não é justificável mentir
para salvar quem quer que seja |
|
7. Considera que mentir pode ser
aceitável em algumas circunstâncias |
|
8. Defende que o valor moral das
acções depende dos seus resultados |
|
9. Defende que a Moralidade não
depende de circunstâncias particulares |
|
10.Propõe-se apresentar uma teoria alternativa ao utilitarismo de Stuart Mill. |
|
III.GRUPO
Identifique os conceitos.
1. O .............. é um acordo ou pacto entre indivíduos livres. |
|
2.
Segundo Kant, a moralidade assenta na………da vontade |
|
3.
Segundo Mill, uma acção moral tem valor moral se é determinada … |
|
4.
Segundo Kant, uma acção legal mas imoral designa-se… |
|
5.
Segundo Mill, alguns prazeres são mais valiosos que os físicos. São os… |
|
6.
Segundo Kant, as máximas devem ser… |
|
7.
Segundo Mill, esta é o fim último
da acção que deve ser maximizada… |
|
8.
Segundo Kant, a lei moral exprime-se no …. |
|
9.
|
|
10. |
|
. IV.GRUPO
Analise a seguinte
situação e responda às questões:
Imagine
que um grupo de terroristas se apodera de um avião em Londres. Os seus
passageiros e tripulantes ficam reféns. Contudo, os terroristas propõem
libertá-los se um cidadão local que eles consideram envolvido em actividades
antiterroristas lhes for entregue para ser morto. Se as autoridades da cidade
não colaborarem ameaçam fazer explodir o aparelho com todas as pessoas lá
dentro.
1. Apresente o
desfecho deste caso, segundo a teoria ética de Kant. __________________________________________________________________________________________________________________________
2. Apresente o desfecho deste caso, segundo a teoria ética de Stuart Mill.
______________________________________________________________________________________________________________________________________
3. Critique a teoria Ética de Stuart Mill. (Três criticas)
______________________________________________________________________________________________________________________________________
V. GRUPO
Identifique o conceito, cuja definição lhe é apresentada ou dada a
definição apresentada, identifique o conceito.
CONCEITOS ou DEFINIÇÃO |
DEFINIÇÃO ou CONCEITO |
Bens Básicos |
|
Lei Moral |
|
O funcionamento do
Estado baseia-se num acordo ou pacto entre indivíduos livres |
|
Princípio de decisão que nos
recomenda, por prudência, que consideremos piores resultados possíveis e
optemos pelo menos mau – maximizar o ganho mínimo e minimizar a perda máxima. |
|
Construção conceptual que
significa que se desconhecem as características, vontades, desejos,
interesses, estatutos dos homens e leva-os a ignorar também a situação
dos seus parceiros. |
|
Juiz competente |
|
Uma situação hipotética em que os homens teriam de escolher os princípios
de uma sociedade justa sem saberem qual a situação particular em que se
encontram |
VI. GRUPO
Analise o
seguinte texto:
Imagine
que tem de criar uma sociedade nova e melhor. Uma das perguntas a fazer poderia
ser “Quem fica com o quê?”. Se você mora numa bela mansão com piscina e
empregados e tem um jato particular pronto para levá-lo a uma ilha tropical,
provavelmente imagina um mundo em que algumas pessoas são muito ricas – talvez
as que trabalharam mais – e outra são muito mais pobres. Se está a viver na
pobreza agora, provavelmente pensará numa sociedade em que ninguém pode ser
milionário, uma sociedade em que todos ganham uma parcela igual do que está
disponível: jatos particulares não são permitidos, mas há melhores chances para
as pessoas desafortunadas. A natureza humana é assim: as pessoas tendem a
pensar na sua posição quando descrevem um mundo melhor, quer percebam isso ou
não. Esses prejuízos e preconceitos distorcem o pensamento político. A ideia
brilhante de Rawls foi criar uma experiência mental – a que ele chamou de “a
posição original” – que subestima alguns dos preconceitos egoístas que temos. A
ideia central é bastante simples: criar uma sociedade melhor, mas sem saber
qual a posição que irá ocupar nessa sociedade. Não sabe se será rico, pobre,
deficiente, de boa aparência, homem, mulher, feio, burro ou inteligente,
talentoso ou sem habilidades, homossexual, bissexual ou heterossexual. Ele
acredita que, desse modo, você escolherá princípios mais justos por trás desse
imaginário “véu da ignorância”, pois não sabe em qual posição estaria ou que
tipo de pessoa seria. A partir desse simples recurso de escolher sem saber o
seu próprio lugar, Rawls desenvolveu sua teoria da justiça. Tal teoria era
baseada em dois princípios: liberdade e igualdade. Ele acreditava que ambos
seriam aceites por qualquer pessoa razoável. O primeiro princípio era o da
liberdade. Segundo ele, todas as pessoas deveriam ter o direito a uma margem de
liberdades básicas que não lhes pudessem ser tiradas, como a liberdade de
crença, do voto nos líderes e a ampla liberdade de expressão. Mesmo que
restringir algumas dessas liberdades melhorasse a vida da maioria das pessoas,
Rawls acreditava que elas eram tão importantes que deveriam ser protegidas
acima de tudo. Como todos os liberais, Rawls atribuía um alto valor a essas
liberdades básicas, que deveriam ser um direito de todos, um direito que ninguém
poderia tirar a ninguém. O segundo princípio de Rawls, o princípio da
diferença, trata da igualdade. A sociedade deveria ser organizada para dar
oportunidades e riquezas mais iguais para os mais desfavorecidos. Se as pessoas
recebessem diferentes quantidades de dinheiro, essa desigualdade só seria
permitida se ajudasse diretamente os que mais precisavam. Um banqueiro só pode
ganhar 10 mil vezes mais do que o trabalhador que ganha menos se este
beneficiar diretamente e receber uma quantidade maior de dinheiro que não teria
se o banqueiro recebesse menos. Se Rawls estivesse no governo, ninguém ganharia
prémios altos, exceto se os mais pobres ganhassem mais dinheiro como resultado.
Rawls acredita que esse é o tipo de mundo que as pessoas razoáveis escolheriam
se não soubessem se seriam pobres ou ricas.
Nigel Warburton, Uma
breve história da Filosofia
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