Preparação 1ª Ficha de Avaliação
11º Ano
Temas: Definição Tradicional de Conhecimento,
O Desafio Céptico,
O racionalismo de Descartes
(Razão, método, dúvida, cogito).
Estrutura da Ficha de Avaliação:
Grupo I - Itens de seleção - Escolha
múltipla. (50 pontos).
Grupo II - Itens de resposta
curta. (50 pontos).
Grupo III - Itens de resposta
restrita. (50 pontos).
Grupo IV - Item de resposta
extensa - Análise de um texto filosófico. (50 pontos).
Nota: Nos quatro grupos de questões serão avaliados todos os domínios.
Tempo : 50 minutos
Aprendizagens
essenciais a avaliar:
A- Definição Tradicional de Conhecimento
Conhecimento como crença racional justificada
Platão apresenta uma teoria que explica como
ocorre um dos tipos de conhecimento estudados: o "saber que" (
conhecimento proposicional ou conhecimento de verdades).
Ø Platão defende que o conhecimento
parte sempre de uma crença, de uma convicção.
Ø Uma
crença é uma atitude de adesão, é acreditar em algo.
Ø Qualquer
pessoa que sabe alguma coisa tem que acreditar nessa mesma coisa.
Ø Para
Platão, não podemos ter conhecimento de algo em que não acreditamos.
Ø A
crença é, portanto, a primeira condição necessária para o
conhecimento, mas não é suficiente.
Ø A
crença é um ponto de partida para o conhecimento.
Ø Se
admitimos que existe a verdade temos que admitir que existe a falsidade.
Ø A
verdade ou a falsidade só existem relativamente a uma crença, opinião ou
proposição.
Ø A
verdade ou falsidade de uma crença depende de algo exterior à crença.
Ø Uma
crença pode ser verdadeira ou falsa.
Ø Uma
crença falsa não poderá conduzir a qualquer conhecimento.
Ø A
segunda condição necessária para que ocorra o conhecimento é a verdade.
Ø Para
haver conhecimento, é necessário que uma pessoa acredite em algo e que este
algo seja verdadeiro.
Ø Contudo,
podemos ter uma crença verdadeira e não se tratar de conhecimento, pois podemos
ter uma crença e ela ser verdadeira por sorte ou por coincidência.
Ø Assim,
uma crença verdadeira ainda não é conhecimento.
Ø Segundo
Platão, é necessário que ocorra uma terceira condição para que haja
conhecimento.
Ø A
terceira condição necessária para que aconteça o conhecimento é a justificação.
Ø Uma
opinião verdadeira só por si ainda não é conhecimento, é necessário que se
possua uma justificação que comprove a verdade da crença.
Ø A
justificação consiste na razão (ou razões) que suporta a verdade da crença.
Ø Platão
defende que só quando estamos perante as três condições necessárias (crença,
verdade e justificação) é que podemos afirmar estar na posse de um efectivo
conhecimento.
Ø Assim,
só podemos conhecer aquilo que se pode justificar e não podemos conhecer aquilo
que não é possível justificar.
Ø Consideradas
isoladamente, nenhuma das condições é suficiente para que haja conhecimento.
Ø Então...
Ø Elementos
constitutivos do conhecimento: Crença– convicção; opinião; acreditar em
algo; Conhecimento e verdade – Factividade (remeter para factos)
Ø Nenhuma
crença falsa pode ser conhecimento - Proposições Verdadeiras e Falsas
Ø O
conhecimento é factivo; so se pode conhecer o que é verdadeiro, ou seja, aquilo
que, de facto, acontece;
Ø A
verdade é condição necessária para o conhecimento
Ø Crença
e ilusão: Saber realmente algo é diferente de pensar que se sabe
algo A verdade ou falsidade de uma crença depende de algo exterior à crença ou
seja, depende dos factos.
Ø Crença
e conhecimento - Para haver conhecimento, é necessário que uma pessoa
acredite em algo e que este algo seja verdadeiro.Mas não há conhecimento por
coincidência ou sorte Exemplo: Eu sabia que ia ganhar!
Ø A
crença verdadeira não é suficiente para o conhecimento.
Ø Conhecimento
e justificação- É necessário uma justificação que comprove a verdade da
crença. Têm de existir boas razões que suportem a verdade da crença.
A Justificação é uma condição necessária para o conhecimento
Ø Justificar
e ter justificação Não é necessário que se saiba explicar correctamente
quais as razões da justificação. Conhecimento a priori
Ø O
que interessa é que haja uma justificação que torne válida a crença!
Ø Justificação
e verdade - A existência de justificação para acreditar em algo não
garante a verdade da crença, simplesmente mostra que há boas razões a seu
favor. Assim, também podemos não ter justificação para acreditar em certas
verdades. Existência de fantasmas - não há boas razões para acreditar nisso,
mesmo que seja verdade.
Ø A
crença justificada não é suficiente para o conhecimento, segundo alguns autores
como E. Gettier que apresenta contra exemplos.
CONHECIMENTO como CRENÇA VERDADEIRA
JUSTIFICADA
O que é?
Ø Cada
uma das condições - crença, verdade e justificação - é necessária, mas não
suficiente, para a existência de conhecimento. Mas, uma condição
necessária e suficiente para haver conhecimento é ter uma crença verdadeira
justificada.
Ø S
sabe que P se, e só se: -S acredita que P. - P é verdadeira. - S tem uma
justificação para acreditar que P é verdadeira.
B- O Desafio Céptico
1. Explicar o que é o ceticismo.
2. Explicar o problema da justificação tal como é entendido pelos céticos.
3. Discutir se o ceticismo radical se
autorrefuta ou não.
4. Explicar o argumento cético da
divergência de opiniões.
5. Explicar duas objeções ao argumento da
divergência de opiniões.
6. Explicar o argumento cético da regressão
infinita na justificação.
7. Explicar uma objeção ao argumento
da regressão infinita na justificação.
8. Explicar o argumento cético dos
erros percetivos.
9. Explicar uma objeção ao argumento dos
erros percetivos.
10. Discutir se as objeções aos
argumentos céticos os refutam ou não.
11. Mostrar
em que medida o ceticismo lança um desafio a quem se afirma detentor
conhecimento.
C- O Racionalismo de Descartes
1. Descartes: qual o objectivo da sua
Filosofia?
2. Como entende
a razão ou bom senso?
3. O que é o
método cartesiano?
4. Explique
as suas regras?
5. Relacione as
regras do método com as operações da razão.
6. O que é a
duvida cartesiana?
7. Que razões
levam Descartes a duvidar?
8. Características da
dúvida.
9. Quando
termina a dúvida?
10. Relacione
dúvida e cogito.
11. O que é o
cogito?
12. Justifique
que o cogito é uma intuição.
13. Qual o critério de evidência, para Descartes.
15. Porque se
pode afirmar o solipsismo do cogito?
VAMOS, ENTAO, TESTAR
OS CONHECIMENTOS!
A- Definição Tradicional de Conhecimento
1. Segundo a teoria tripartida para definir o conhecimento há três
condições que têm de ser satisfeitas, são elas:
a.
S acredita que P – S tem uma crença
b.
P é verdadeira – Esta crença é verdadeira
c.
P tem de estar justificada.
2. Explique porque é que cada uma delas é necessária para o conhecimento.
Porque
seria contraditório afirmar que S sabe que P, e ao mesmo tempo não acredita no
que sabe. Exemplo: Sei que o mar tem ondas, mas não acredito nisso. Portanto
saber P, implica uma crença, S acredita em P. Também é necessário que essa
crença seja verdadeira, porque o conhecimento não depende da convicção com que
o sujeito acredita em P (sendo P uma qualquer proposição) P tem que ser do
mesmo modo como S acredita, o conhecimento é factivo, por outro lado, se esta
crença em P não tem qualquer justificação, boas razões para acreditar que p é
verdadeira, então também não há conhecimento, há apenas um palpite, uma
suposição ao acaso.
3. Explique porque cada uma das condições por si não é suficiente para o
conhecimento.
Nem
todas as crenças são conhecimento, logo, não basta ter uma crença qualquer como
por exemplo “Acredito que existem Extra-terrestres”, mas não posso saber se
essa crença é verdadeira. Também não é suficiente ter uma crença verdadeira
para ter conhecimento porque é por mero acaso, e o conhecimento não pode ser
por acaso, e por outro lado não é suficiente ter uma boa justificação, podemos
ter boas justificações para acreditar em falsidades, depende dos nossos estados
cognitivos. Aristóteles tinha razões para acreditar que a Terra era plana, e a
Terra não é plana.
4. Esta teoria tripartida tem objecções?
Sim
5. De que modo são
colocadas as objecções?
Através de exemplos que
contrariam a definição. Casos concretos de Sujeitos com uma crença verdadeira e
justificada mas que não podemos afirmar que tenham conhecimento.
6. O que pretendem demonstrar?
Que
podemos ter satisfeitas as três condições exigidas para ter conhecimento e
mesmo assim não o ter, o que demonstra que a teoria tripartida está incompleta
e necessitaria de outra condição (4ª) para poder ser válida para todos os
casos, só que essa quarta condição (a relação de causalidade entre a
justificação e a crença) também sofrer objecções.
“O relógio da igreja da tua terra é
bastante fiável e costumas confiar nele para saber as horas. Esta manhã, quando
vinhas para a escola, olhaste para o relógio e viste que ele marcava
exactamente 8h e 20m. Por isso, formaste a crença de que eram 8h e 20m. O facto
de o relógio ter sido fiável no passado justifica a tua crença. Contudo, sem
que o soubesses, o relógio tinha avariado no dia anterior exactamente quando
marcava 8h e 20m.
7. O que prova este exemplo?
Prova que apesar de ter
justificação para pensar que são oito e vinte devido ao relógio, sempre
anteriormente fiável, apesar deste facto ser verdadeiro, isto é, serem mesmo
oito e vinte, há um saber que resulta de um acaso, o relógio ter parado
exactamente na hora em que posteriormente o consultei. Como o conhecimento não
pode ser por acaso, então não há conhecimento, apesar das condições necessárias
estarem satisfeitas.
8. Todas as justificações são igualmente fiáveis?
Não,
podemos ter justificações que julgamos fiáveis mas que não são, devido ao nosso
estado cognitivo não permitir encontrar melhores justificações.
9. Poderemos ter uma boa justificação para uma crença falsa e não sabemos
que a crença é falsa?
Sim.
Dê um exemplo:
Durante
anos acreditou-se que a lobotomia era a cura para as doenças mentais. Havia
estudos que o legitimavam. Hoje essa prática foi desconsiderada por novos
conhecimentos que provaram que a teoria que a explicava era falsa.
9. O contrário também se verifica?
Sim
Poderemos não ter razões para acreditar numa crença verdadeira? Como?
Por
exemplo: A crença no universo infinito foi defendida por Giordano Bruno
mas ninguém lhe deu razão, pois as investigações não eram ainda possíveis
devido a não haver instrumentos adequados.
10. Distinga conhecimento a priori e conhecimento a posteriori.
O
conhecimento “a priori “ é independente da experiência para ser
verdadeiro, enquanto o conhecimento “ a posteriori” depende da
experiência para ser demonstrado como verdadeiro.
11. Dê um exemplo de cada um:
- A priori: “ O casado não é solteiro”
-
A posteriori: “ A ponte 25 de Abril situa-se em Lisboa”
Assinale as afirmações VERDADEIRAS e FALSAS
a) O conhecimento distingue-se da mera opinião. Verdadeiro.
b) Não pode haver conhecimento sem
crença. Verdadeiro.
c) A crença não é condição suficiente do
conhecimento. Verdadeiro.
d) Não podemos conhecer uma determinada
proposição se esta não for verdadeira. Verdadeiro.
e) A crença verdadeira não é condição
suficiente do conhecimento. Verdadeiro.
f) Não pode haver conhecimento sem
justificação do que acreditamos ser verdadeiro.Verdadeiro.
g) O conhecimento é um palpite
correcto. Falso.
h) Os elementos constitutivos – as suas
condições necessárias – do conhecimento são a crença, a verdade e a
justificação. Verdadeiro.
i) As condições sem as quais não há
conhecimento são as seguintes:
1 – Crença – S acredita que P.
2 – Verdade – P é verdadeira.
3 – Justificação – S tem boas razões ou
evidências a favor da crença de que P é verdadeira.
Verdadeiro.
J) «Acredito que Mourinho é treinador do
Inter. Logo, sei que Mourinho é treinador do Inter.»
Falso. «Sei que Mourinho é treinador do
Inter. Logo, acredito que Mourinho é treinador do Inter» é que estaria correcto
porque a crença é condição necessária do conhecimento, mas não suficiente.
k) A proposição «Mourinho é treinador do
Inter» é verdadeira. Logo, Miguel sabe que é verdade que «Mourinho é treinador
do Inter».
R: Falso. Uma proposição pode ser verdadeira
e, contudo, não ser conhecida por um sujeito.
l) «Acredito, tenho a forte convicção de
que é verdade que amanhã o Sol vai nascer. Logo, é verdade que o Sol vai
nascer.»
Falso. Não é a força da nossa convicção que
torna uma crença verdadeira ou falsa. O que torna a crença
verdadeira é o facto de o Sol nascer. Não é a qualidade intrínseca da minha
crença que a torna verdadeira. Caso contrário, acreditar fortemente que os
extraterrestres existem tornaria essa crença factiva ou verdadeira.
Selecione
a alternativa correta:
1. A crença é…
A. Uma condição suficiente mas não
necessária para o conhecimento
B. Uma condição necessária e suficiente
para o conhecimento
C. Uma condição necessária mas não
suficiente para o conhecimento
D. Uma condição suficiente para o
conhecimento
2. O que torna uma
crença verdadeira é…
A. a força da nossa convicção nessa crença
B. pensar que sabemos algo
C. corresponder corretamente um estado de
coisas no mundo
D. exprimir o que pensamos ser verdadeiro
3. Analise as afirmações
e indique a opção correta:
1. O facto de alguém ter uma crença verdadeira
não significa que tenha conhecimento
2. A justificação é uma condição suficiente para o
conhecimento
3. Uma crença está justificada quando há boas razões a
favor da sua verdade
4. A crença verdadeira é condição suficiente para o
conhecimento
A. 1,2 e 3 são verdadeiras; 4 é falsa
B. 1 e 3 são verdadeiras; 2 e 4 são falsas
C. 1 e 2 são falsas; 3 e 4 são verdadeiras
D. 1,3 e 4 são falsas; 2 é verdadeira
4. Um sujeito sabe que P a
priori se …
a. sabe que P através da experiência
b. e só se sabe que P através da
experiência
c. sabe que P independentemente da
experiência
d. e só se sabe que P pelo pensamento
apenas
Distinga os
tipos de conhecimento expressos nas seguintes proposições:
1. Eu conheço o George Michael.
2. Sei andar de bicicleta.
3. Sei que a massa tem 10m de cozedura.
4. Sei que Montreal fica no Canadá.
5. Conheço a música de Amália Rodrigues.
B- O Desafio Céptico
1. Em termos
gerais, o cepticismo pode ser caracterizado como a perspectiva segundo a
qual...
A. é
impossível ter a certeza seja do que for.
B. todas
as nossas crenças são falsas.
C. somos
enganados pelos sentidos.
D. o
conhecimento não precisa de justificação.
C- O Racionalismo de Descartes
Apresente a opção correcta:
1. Os
racionalistas defendem que:
A. Os
sentidos são a única fonte de conhecimento universal e necessário
B. O
conhecimento fundamenta-se a posteriori
C. Não há
conhecimento a priori
D. A razão é
a única fonte do conhecimento universal e necessário.
2. O cogito
é:
1. O
primeiro princípio do sistema do conhecimento
2. Uma
verdade que se deduz de outras verdades
3. Uma
verdade descoberta com o apoio dos sentidos
4. Uma
verdade puramente racional.
Deve
afirmar-se que:
A. 2 é
correto; 1,3 e 4 são incorretos
B. 2 e 3 são
corretos; 1 e 4 são incorretos
C. 1, 2 e 3
são corretos; 4 é incorreto
D. 1 e 4 são corretos;2 e 3 são incorretos.
3. Ao analisar a
afirmação “penso, logo existo”, de René Descartes, poderemos concluir que:
A. a existência da mente, do eu pensante, é uma verdade clara e
distinta.
B. Descartes conclui que existe a partir da observação empírica do
pensamento de outras pessoas.
C. a própria existência do sujeito que pensa é considerada uma verdade
óbvia para o filósofo, sobre a qual não é necessário refletir ou questionar.
D. Descartes consegue demonstrar com isso que o mundo exterior não
existe, apenas o eu pensante.
4. Acerca do conhecimento, Descartes:
· A. não utiliza
um método ou uma estratégia para estabelecer algo de firme e certo no
conhecimento, já que suas opiniões antigas eram incertas.
B. considera que não é possível encontrar
algo de firme e certo nas ciências, pois até então esse objetivo não foi
atingido.
C. ao rejeitar o que a tradição filosófica
considerou como conhecimento, busca fundamentar nos sentidos uma base segura
para as ciências.
D. ao investigar uma base firme e indestrutível para o
conhecimento, Descartes inicia rejeitando suas antigas opiniões e utiliza o
método da dúvida até encontrar algo de firme e certo.
· 5. Assinale a
alternativa que contenha corretamente a descrição das regras de análise e síntese.
· A. A regra da
análise orienta a enumerar todos os elementos analisados; a regra da síntese
orienta decompor o problema em seus elementos últimos, ou mais simples.
B. A regra da análise orienta a decompor cada problema em seus elementos
últimos ou mais simples; a regra da síntese orienta ir dos objetos mais simples
aos mais complexos.
C. A regra da análise orienta a remontar dos objetos mais simples até
os mais complexos; a regra da síntese orienta prosseguir dos objetos mais
complexos aos mais simples.
D. A regra da síntese orienta a acolher como verdadeiro apenas aquilo
que é evidente; a regra da análise orienta descartar o que é evidente e só
orientar-se, firmemente, pela opinião.
· 6. Segundo Descartes, o critério de verdade é:
A. A delicadeza e a exatidão;
B. a clareza e a distinção;
C. a delicadeza e a distinção;
D. a clareza e a não contradição.
7. A dúvida cartesiana é hiperbólica porque:
A. Só se aplica aos objectos da experiência;
B. aplica-se a todas as nossas crenças em que haja a mais pequena dúvida;
C. aplica-se a todas as ideias factícias:
D. aplica-se só aos objectos da razão.
8. O cogito é:
A. A base da dúvida metódica;
B. alcançado através da experiência;
C. a a prova de que a verdade não existe;
D. a primeira verdade alcançada através da dúvida.
9. Identifique a afirmação verdadeira:
A. Descartes é céptico porque parte da dúvida.
B. Descartes não é céptico porque a dúvida é metódica.
C. Descartes é céptico porque não procura a verdade e a encontra por acaso.
D. Descartes é céptico porque consegue duvidar de tudo.
10. Identifique a afirmação errada:
A. O principal problema de Descartes é o de encontrar a garantia de que o nosso
conhecimento é absolutamente seguro.
B. A condição necessária para que algo seja declarado conhecimento
absolutamente seguro é resistir completamente à dúvida.
C. Descartes consegue provar que os sentidos não nos enganam.
D. O primeiro conhecimento absolutamente seguro é a existência do sujeito que
tem consciência de que os sentidos e o entendimento o podem enganar.
11. Ao recorrer à dúvida metódica, Descartes pretende:
A. Mostrar que os sentidos por vezes nos enganam;
B. rejeitar definitivamente tudo o que não seja indubitável;
C. encontrar um fundamento seguro para o conhecimento.
D. Nenhuma das respostas anteriores é correta.
12. Segundo Descartes, o cogito é uma verdade
indubitável porque:
A. A existência do nosso corpo pode ser uma ilusão;
B. podemos provar que Deus existe;
C. somos um sujeito pensante;
D. compreendemo-lo com toda a clareza e distinção.
13. Descartes, no percurso que faz da dúvida até ao primeiro
princípio indubitável, considera que:
A. Não pode atribuir qualquer importância aos dados
empíricos na aquisição do
conhecimento verdadeiro;
B. pode atribuir alguma importância aos dados empíricos na aquisição do
conhecimento
verdadeiro;
C. tem de atribuir alguma importância aos dados empíricos na aquisição do
conhecimento
verdadeiro;
D. tem de atribuir uma importância fundamental aos dados empíricos na aquisição
do
conhecimento verdadeiro.
14. Assinale as afirmações VERDADEIRAS e FALSAS:
A. Para
Descartes, o cogito é uma verdade justificada racionalmente
B. A
dúvida é, segundo Descartes, o método para atingir o conhecimento claro e
distinto
C. A
dúvida cartesiana é provisória e universal
D. O
génio maligno é uma criação de Deus para enganar Descartes
E. Clareza
e distinção é o critério de verdade, para Descartes
F. O penso,
logo existo cartesiano é uma intuição racional
G. Deus
garante a Descartes apenas e só o conhecimento claro e distinto do cogito
H. Para Descartes, a única forma de atingir o conhecimento é duvidar das crenças populares e conservar somente as crenças essenciais da cultura ocidental.
I. Descartes decide que, para fundamentar as ciências, tem de demolir todas as suas crenças duvidosas e começar a partir dos alicerces.
J. A dúvida metódica prova que todas as ideias duvidosas são falsas.
K. O exercício da dúvida metódica acaba por revelar uma crença indubitável.
L. A simples suposição de que um «génio maligno» possa manipular os nossos pensamentos, sem nós o sabermos, arruína a certeza do cogito.
M. No início da sua investigação, Descartes declara que não há uma única das suas opiniões acerca da qual não se possa levantar alguma dúvida.
N. Descartes, esmagado pelas suas dúvidas, afirma que só Deus o pode ajudar.
O. Se eu penso que sou algo, nenhum «génio» enganador pode fazer com que não seja indubitável que eu existo.
P. Posso pensar que estou em casa quando estou na escola, mas não posso pensar que não estou a pensar quando penso que estou em casa, embora esteja na escola.
Q. É indubitável que eu existo se, e só se, estou a pensar.
R. Se eu existo, é indubitável que estou a pensar.
15. Assinale
as afirmações VERDADEIRAS e FALSAS. Justifique as FALSAS.
1. Para
Descartes a Razão é capacidade de distinguir o verdadeiro
do falso. |
2. Para Descartes possuir
razão não significa que todos conhecemos bem. |
3.
O método é de inspiração metafísica |
4.
O método é um conjunto de quatro regras que permitem guiar a razão para
conhecer. |
5.
A Evidência diz: ”só aceitar como verdadeiro o que se apresentar ao
espírito clara e distintamente.” |
6.
Intuição e a dedução são duas funções cognitivas |
7.
Por intuição Descartes chegou ao cogito. |
8.
Dedução significa
partir de proposições que conhecemos por intuição inferindo uma outra
proposição |
9.
A dúvida é uma atitude involuntária para construir o saber com
fundamentos sólidos |
10. Descartes valoriza o conhecimento dos sentidos |
11. O Génio Maligno reforça a atitude de dúvida |
12. A dúvida cartesiana é hiperbólica, particular
e radical. |
13. O cogito é a primeira verdade indubitável da filosofia cartesiana. |
14. O cogito mostra que o homem é corpo e alma. |
15. O cogito garante a existência do Mundo |
16. Descartes é um filósofo que defende o
Racionalismo. |
16.
Complete os seguintes espaços:
Como é que se pode vencer a dúvida e alcançar a certeza?
O objectivo de Descartes é a construção de um sistema seguro do
conhecimento, ou seja, descobrir princípios sólidos (certos e evidentes), a
partir dos quais se pudesse constituir toda a ---A------ à semelhança do que
acontece na ------- B-----.
Descartes começa por examinar todas as certezas que possui para verificar
se estas resistem à -----C-----, apresentando vários argumentos
(D----E-----F-----) que lhe permitem duvidar progressivamente de um maior
número de conhecimentos. A dúvida é um meio até encontrar um conhecimento
indubitável (dúvida -------G------------).
O ----H------corresponde ao primeiro princípio indubitável que da dúvida
mais radical. O eu que pensa é a condição do próprio acto de-----I---- já para
duvidar eu tenho de ------J---- e para----- L---- tenho de M-----. Esta verdade
não pode ser posta em causa, é conhecida por ----N----através da razão e a
partir dela, Descartes irá deduzir todos os outros conhecimentos.
VER CORRECÇÃO
https://lolaeafilosofia.blogspot.com/2019/10/descartes-exercicios_12.html
1. Quem é o Génio Maligno?
O génio maligno é um ser extremamente poderoso e
astuto, uma espécie de deus enganador; é
génio, porque os seus poderes são, supostamente, superiores aos poderes
humanos; mas é maligno porque a sua função é enganar-nos.
2. Qual o seu papel na Filosofia de Descartes?
Este génio maligno tem uma obsessão: enganar-me. É ele
que me induz a acreditar que tenho duas mãos, que tenho um corpo, que há uma
realidade exterior a mim, ou que 2 + 3 são 5. Mas tudo isto pode ser falso.
Todos os meus pensamentos podem ser mero produto da ação maligna deste génio, pois
nem as verdades de razão, em particular os conhecimentos da matemática, são
imunes à dúvida.
3. Qual o primeiro principio que resiste à dúvida?
Existe pelo menos uma coisa de que podemos estar
certos: o cogito. Segundo Descartes o cogito ("Eu sou (penso), eu
existo)" é uma crença básica: uma crença que não se infere de coisa
alguma. As crenças básicas ou fundacionais são de tal modo evidentes que não
precisam de ser justificadas por outras crenças, justificam-se por si mesmas,
são autoevidentes. Ora o cogito é uma intuição racional, uma evidência. Se não
é possível duvidar dele, então é o tipo de conhecimento que procuramos:
resistente à dúvida.
4. Compare a dúvida céptica e a dúvida cartesiana.
Afinal, contrariamente ao que pensavam os céticos nem
todas as nossas crenças são justificadas com outras crenças; isto porque
encontrámos uma que não tem necessidade de qualquer outra que a justifique.
Contrariamente à dúvida cética, a dúvida cartesiana não é um ponto de chegada,
mas sim um ponto de partida. não é uma suspensão permanente do juízo, mas sim
uma decisão de considerar provisoriamente falsas as crenças. Como o cético,
Descartes parte da dúvida, mas, ao contrário do cético, não permanece
nela.
5. Qual o papel da dúvida na filosofia de Descartes?
Descartes não duvida por duvidar: ele duvida porque
procura um conhecimento que resista à dúvida, um conhecimento do qual não haja
razões para duvidar. Por isso se diz que a dúvida cartesiana é metódica: é um
método para encontrar o conhecimento absolutamente seguro que Descartes
procura. A dúvida cética tem por objetivo mostrar que o conhecimento não é
possível.
6. O que nos diz o argumento céptico da regressão
infinita?
Argumento cético da regressão infinita Todas as nossas
crenças são justificadas com outras crenças. (FALSO) Se todas as nossas crenças
são justificadas com outras crenças, então há uma regressão infinita; se há uma
regressão infinita, então as nossas crenças não estão justificadas. Se as
nossas crenças não estão justificadas, então não há conhecimento. Logo, não há
conhecimento.
7. Como responde Descartes ao argumento céptico
da regressão infinita?
A dúvida cartesiana tem o objetivo oposto, mostrar que
há conhecimento, isto é, verdades indubitáveis. Descartes procura responder ao
argumento cético da regressão infinita mostrando que a sua primeira premissa é
falsa; isto é, mostrando que não é verdade que todas as nossas crenças são
justificadas com outras crenças. O cogito é uma crença básica, que não
precisa de ser justificada com base noutras crenças; surge ao espirito de modo
claro e distinto, constitui-se como primeira evidência, fornecendo os alicerces
seguros que Descartes procurava para edificar o conhecimento.
Por conseguinte Descartes afirma que os céticos não
conseguem demonstrar que não há conhecimento. Porquê? Porque há pelo menos uma
verdade, «penso, logo, existo», que resiste a todas as dúvidas, mesmo as mais
radicais. Essa verdade é justificada pela própria dúvida. Quando duvidamos,
estamos a pensar e, se pensamos, somos necessariamente alguma coisa. Este é um
conhecimento que nenhum cético consegue abalar.
8. Em que medida se poderá afirmar que o cogito
abala o cepticismo?
O cogito representa o triunfo sobre o ceticismo na
medida em que é uma crença básica, que não precisa de ser justificada com base
noutras crenças; constitui-se como primeira evidência, fornecendo os alicerces
seguros que Descartes procurava para edificar o conhecimento.
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