Filosofia:
problemas e questões filosóficas
TEXTO 1
Que tipo de coisas discutem os filósofos(...)? Muitas vezes, examinam crenças que quase toda a gente aceita acriticamente a maior parte do tempo. Ocupam-se de questões relacionadas com o que podemos chamar vagamente «o sentido da vida»: questões acerca da religião, do bem e do mal, da política, da natureza do mundo exterior, da mente, da ciência, da arte e de muitos outros assuntos.
Por exemplo, muitas pessoas vivem as suas vidas sem questionarem as suas crenças fundamentais, tais como a crença de que não se deve matar. Mas por que razão não se deve matar? Que justificação existe para dizer que não se deve matar? Não se deve matar em nenhuma circunstância? E, afinal, que quer dizer a palavra «dever»? Estas são questões filosóficas. Ao examinarmos as nossas crenças, muitas delas revelam fundamentos firmes; mas algumas não. O estudo da filosofia não só nos ajuda a pensar claramente sobre os nossos preconceitos, como ajuda a clarificar de forma precisa aquilo em que acreditamos. Ao longo desse processo desenvolve-se uma capacidade para argumentar de forma coerente sobre um vasto leque de temas -- uma capacidade muito útil que pode ser aplicada em muitas áreas.
Nigel Warburton, Elementos Básicos de Filosofia
TEXTO 2
A filosofia é diferente da ciência e da matemática. Ao contrário da ciência, não assenta em experimentações nem na observação, mas apenas no pensamento. E ao contrário da matemática não tem métodos formais de prova. A filosofia faz-se colocando questões, argumentando, ensaiando ideias e pensando em argumentos possíveis contra elas, e procurando saber como funcionam realmente os nossos conceitos.
Thomas Nagel, O que quer dizer tudo isto?
TEXTO 3
A filosofia não dispõe de meios formais de prova (ao contrário da matemática) e, por isso, recorre à discussão crítica e à argumentação.
(…) O que distingue os problemas da filosofia dos
problemas da ciência é o seu carácter conceptual, a sua generalidade e a
inexistência de fronteiras precisas. Os problemas da matemática são também
bastante gerais e em grande medida conceptuais — mas têm fronteiras muito precisas.
Não se pode determinar matematicamente se os animais têm direitos; não se pode
determinar matematicamente se Deus existe — e nem sequer se pode determinar
matematicamente se os números existem independentemente de nós. Qualquer
problema com suficiente generalidade, de carácter conceptual e para a solução
do qual não exista qualquer ciência pode ser um problema filosófico. Os
problemas da matemática têm fronteiras muito claras: têm de poder ser
resolvidos pelos métodos formais da matemática. Em filosofia, pelo contrário,
não há métodos formais para resolver problemas.
Desidério Murcho, O que é a Filosofia?
TEXTO 4
A
filosofia é um estudo conceptual e a priori, mas não ignora os
resultados das ciências empíricas.
Ao
contrário da física e da biologia, a filosofia não tem um carácter empírico; é
um estudo conceptual. Neste aspeto, a filosofia é mais parecida com a
matemática, que também não é uma disciplina empírica. Mas a filosofia
distingue-se da matemática por várias razões. Em primeiro lugar, não dispõe de
métodos formais de demonstração, como a matemática; em segundo lugar, não se
ocupa do tipo de problemas de que se ocupa a matemática. Mas de que tipo de
problemas se ocupa afinal a filosofia?
Desidério
Murcho, O que é a Filosofia?
TEXTO 5
Os
problemas filosóficos não são empíricos não se resolvem com base na
observação e na experiência, mas resolvem-se recorrendo apenas ao pensamento
(tal como os problemas da matemática e ao contrário da ciência).
Uma
das características da filosofia é o facto de não ser uma investigação
empírica, como já sublinhei; para saber se os animais têm direitos ou se Deus
existe, não tenho de fazer trabalho científico de campo, não tenho de fazer
experiências em laboratórios, nem tenho de elaborar inquéritos, nem tenho de
fazer estatísticas; limito-me a pensar. Posso ter de usar dados empíricos
fornecidos pelas ciências; mas não compete à filosofia fazer o levantamento
desses dados.
Desidério
Murcho, O que é a Filosofia?
Lola
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