Valores e Cultura
Introdução
Apesar de cada cultura possuir a sua identidade cultural, cada cultura é um processo dinâmico que se vai alterando à medida que entra em contacto com outras culturas.
Aculturação é o fenómeno de assimilação por parte de uma cultura dos hábitos, costumes e valores de outras culturas.
Apesar de cada cultura possuir a sua identidade cultural, cada cultura é um processo dinâmico que se vai alterando à medida que entra em contacto com outras culturas.
Aculturação é o fenómeno de assimilação por parte de uma cultura dos hábitos, costumes e valores de outras culturas.
Cada sociedade é diferente e cada
cultura também o é. No entanto, no mundo de hoje as culturas têm de conviver.
O Multiculturalismo ou Diversidade
Cultural é um conceito que traduz as diferenças culturais entre culturas de
espaços diferentes. No entanto, pode haver multiculturalismo numa mesma
sociedade como é o caso da imigração. Paris, Londres e Nova Iorque são
sociedades multiculturais.
Atitudes face à diversidade
cultural
Que atitudes resultam quando uma cultura
contacta com culturas diferentes?
1. Etnocentrismo
Atitude que consiste em avaliar outra
cultura em função da nossa. Julgam-se as outras culturas, tomando como
referência os valores da nossa cultura. Há um sentimento de superioridade e
incompreensão (não aceitação) pelas culturas diferentes.
Esta atitude pode levar ao:
- Racismo (ódio a outras etnias);
- Xenofobia (ódio aos estrangeiros);
- Chauvinismo (patriotismo fanático).
2. Relativismo Cultural
Atitude que consiste em ver as outras
culturas em função dos valores da sua própria cultura e não dos valores da
cultura com quem estão em contacto.
Ao contrário do etnocentrismo, esta
atitude é tolerante face a culturas diferentes mas leva a que cada cultura se feche sobre si
própria, com os seus próprios valores e dificulta o diálogo entre culturas.
Esta atitude pode levar ao:
- Racismo porque ao preservar a sua própria cultura excluem o diálogo intercultural;
- isolamento pois promovem a separação entre culturas, rejeitam o contacto e reduzem cada ser humano ao seu país, negando, por exemplo, a imigração;
- Estagnação porque as culturas tornam-se estáticas demasiadamente ligadas às tradições. Só uma cultura viva e dinâmica se inova pelo contacto e diálogo interculturais.
3. Interculturalismo (Diálogo
Intercultural)
Esta é a atitude mais correcta no
contacto entre culturas pois supera as falhas do relativismo cultural, respeita
as outras culturas sentindo-as como iguais. Aceita a pluralidade de culturas,
promove o diálogo, compreende a riqueza e a complexidade cultural.
Só o diálogo intercultural permite o enriquecimento cultural, com-viver com a
pluralidade, o respeito pela humanidade
e a busca de respostas para os problemas mundiais – afinal não estamos
nós numa sociedade de globalização?
UM EXEMPLO
“Muita
gente protesta por situações, não por ideologia. Quem, na Europa, tem uma
mesquita junto de casa e acorda às seis da manhã com o grito do muezim e sofre com isso cinco ou seis
vezes ao dia, está farto e quer mudar-se. Não é racista, mas se protestar e
algumas pessoas lhe chamarem racista, acaba por ser racista por indignação.
Creio que há muitos militantes anti-racistas que geram imenso racismo”.
Giovanni Sartori
– O texto mostra-nos a
situação de alguém que se interroga sobre o facto de se quem tiver junto da sua
habitação uma mesquita com toda a tradição de ouvir logo pela manhã o
chamamento para as orações o que se repete cinco ou seis vezes ao dia, poder
ser apelidado de racista mesmo não o sendo.
O etnocentrismo sente-se
superior e mostra incompreensão pelo diferente. Segundo este, os valores do
ocidente são os únicos a defender;
O relativismo
cultural aceita e tolera outras culturas (tolerância em sentido negativo),
defende os valores inseridos no contexto social e cultural e assume a
diversidade cultural como um dado incontestável. Defende a necessidade de se
respeitarem as diferenças culturais, não há valores absolutos nem supremacia de
uma só cultura. A tolerância para o relativista é apenas uma simpatia.
Poderemos ser tolerantes com a intolerância?
O interculturalismo defende o diálogo, o
respeito e a abertura a outras culturas pois só assim estas se enriquecem e
promovem a dignidade da pessoa humana.
ANÁLISE
DE TEXTOS DO MANUAL PÁG. 87 a 89
TEXTO
1
- O etnocentrismo entende como mau tudo aquilo que
é diferente ou se desvia da sua própria cultura.
- Todos nós manifestamos o nosso etnocentrismo
quando, por exemplo, afirmamos “X saiu à francesa” (sem se despedir), ou “Y
está a falar grego” para aqueles cujo código linguístico não dominamos).
- Não devemos fazer do etnocentrismo uma atitude
constante do nosso agir.
TEXTO
2
- O homem é um ser social, sendo a sociedade o
espaço onde se desenvolve a cultura – a cultura é o agir e realizar valores.
- A cultura traduz-se num conjunto de actividades
que têm a ver com uma tábua de valores pelos quais essa sociedade se orienta.
TEXTO
3
- Existem diferentes culturas, mas cada uma deve
ser avaliada a partir de dentro.
- As culturas tendem a separar-se e a isolar-se e,
por isso mesmo, podem surgir fenómenos de segregação, como guetos.
- Cada cultura tem os seus próprios padrões de
comportamento.
- Cada cultura tem regras e normas de
comportamento e isso é o que determina o que é correcto e incorrecto para essa
cultura.
- Não há superioridade de uma cultura em relação a
outra e por isso é errado avaliar uma cultura a partir de uma cultura
específica.
- Não há códigos morais, nem valores absolutos –
há tolerância (embora seja uma tolerância em sentido passivo). Tomemos como
exemplo a PENA DE MORTE. Para o etnocentrismo a pena de morte é um bem,
faz parte da sua cultura (que é a melhor) e todos aqueles que não a praticam
estão errados. Para o relativismo a pena de morte deve ser inserida
dentro de cada contexto. Se o relativismo não concorda com a pena de morte,
respeita aqueles que a defendem, num espírito de tolerância passiva.
TEXTO
4
- O valor da dignidade humana deve ser uma
referência para promover o diálogo intercultural.
- Só através do contacto se descobrem as
injustiças das e nas culturas.
- A dignidade humana é um ideal que se deve
perseguir e que será sempre objecto de debate e de procura.
- A dignidade humana deve ser o
limite para a aceitação das tradições culturais de um povo – há que defender um
universalismo que se baseie em valores essenciais e universais e que tem de
estar para além da diversidade de culturas.
TEXTO
5
1 – O tema do texto é o relativismo cultural e os
seus limites.
2 – O relativismo cultural é uma atitude prática
de luta contra o etnocentrismo e uma atitude teórica sobre a qual podem ser
reflectidos os seus limites.
3 – Os limites são: Tudo é cultura, logo tudo é
aceite como expressão cultural de um povo; Em termos de moralidade, tudo é
relativo, o Bem e o Mal dependem de cada cultura;
- O
relativismo esquece que a cultura é algo vivo e dinâmico que pode e deve ser
questionado, posto em causa e censurado.
Lola
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