segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Conhecimento a priori e a posteriori




Conhecimento a priori e a posteriori


Quando pensamos na multiplicidade de juízos que formulamos, podemos constatar que nem todos têm a mesma origem. 

São juízos a priori aqueles juízos cuja verdade é passível de ser conhecida independentemente de qualquer experiência, tendo, portanto, origem no pensamento ou na razão. Estes juízos são universais – no sentido em que não admitem qualquer exceção, sendo verdadeiros sempre e em toda a parte – e necessários – são verdadeiros em quaisquer circunstâncias, e nega-los implicaria entrar em contradição.

Juízos a posteriori são aqueles juízos cuja verdade só pode ser conhecida através da experiência, dos sentidos. Estes juízos não são estritamente universais – porque admitem exceções, podendo não ser verdadeiros sempre e em toda a parte – e, não sendo necessários, são contingentes – são verdadeiros, mas poderiam ser falsos, e nega-los não implica entrar em contradição.

O conhecimento à priori é baseado em juízos a priori, tem a sua fonte ou origem apenas na razão – por exemplo, Todos os corpos são extensos, A = A, 2+2= 4: não é necessário recorrer à experiência para o saber, é suficiente pensar no assunto. O conhecimento a posteriori é baseado em juízos a posteriori, tem a sua origem na experiência, é o conhecimento empírico – por exemplo, O Sol brilha, A chuva molha, Todos os corpos são pesados.

Se afirmamos que o todo é maior do que as suas partes (juízo a priori), não estamos a dizer nada que já não esteja implícito no conceito de todo, enquanto que se dissermos que a cadeira é azul (juízo a posteriori), estamos a afirmar que algo que não está implícito no conceito de cadeira (esta pode ter qualquer cor). 

Nesse caso, será que os juízos a priori nos permitem aumentar o nosso conhecimento?

Kant dividiu os juízos em analíticos e sintéticos. 

Os juízos analíticos são aqueles cujo predicado está incluído no sujeito, encontrando-se pela simples análise e explicação deste. Por exemplo, em relação ao juízo O todo é mais do que as suas partes, no conceito de todo já está implícito o predicado maior do que todas as suas partes, pelo que estes juízos não contribuem para aumentar o nosso conhecimento.

Os juízos sintéticos são aqueles cujo predicado não está contido no conceito do sujeito: por exemplo, Os habitantes da cidade x são morenos. Para sabermos que os habitantes da cidade x são morenos, precisamos de algo mais do que o simples conceito de habitantes da cidade x. É necessário recorrer à observação, à experiência, para constatarmos que os habitantes da cidade x são, de facto, morenos. Como tal, ao contrário dos anteriores, estes juízos ampliam o nosso conhecimento.

Os juízos analíticos são juízos a priori, os juízos sintéticos são juízos a posteriori e a priori. 

Mas Kant considera que também existem juízos sintéticos a priori. Trata-se de juízos anteriores à experiência, tendo uma origem racional, mas que aumentam o nosso conhecimento, uma vez que o predicado não está implícito no sujeito, são juízos universais e necessários; todos os juízos da matemática.








                                                Lola

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