Tema : Estado islâmico
Que tolerância face ao Estado Islâmico?
Introdução:
Num contexto socioeconómico diferente do nosso, no Médio Oriente reside o
Estado islâmico, uma sociedade independente, sem apoio de qualquer outro pais
que tem vindo a promover uma serie de atrocidades contra a população da região
onde atua. Formado a partir dos projetos da Al-Qaeda, o califado islâmico
desenvolveu-se para a conquista de poder na Síria e no Iraque após a guerra,
tendo por base as suas próprias regras, já encara o Ocidente como um reduto de
degenerescência moral e decadência religiosa. Tem-se vindo a assistir a uma
intensa migração de jovens para a região dominada pelo Estado Islâmico com o
objetivo de serem treinados para atuar em defesa do califado. Qual será o
princípio seguido por estes jovens para se juntarem ao estado islâmico, de
forma a colocar em perigo a dignidade humana?
O sequestro de jornalistas, embaixadores que atuam no Oriente Médio é uma
prática corrente no Estado Islâmico. Quando o grupo se sente ameaçado, executa
com crueldade essas pessoas mantidas como reféns, como forma de ameaçar quem os
ameaça. Tendo vindo a intimidar o mundo com consequentes ameaças de guerra.
Antes de mais temos de perceber o porque de ainda não se ter agido para
combater tal ato de terrorismo de modo a não só isolar o califado islâmico da
sociedade atual mas também combate-lo de forma a que este não surja noutro
ponto do mundo, podendo ainda ser mais perigoso
O Estado islâmico defende-se como promotor de uma luta religiosa, mas
“nenhuma fé ensina as pessoas a matar inocentes” (Barack Obama).
Desta forma devemos refletir sobre qual a tolerância face ao Estado
Islâmico.
Desenvolvimento
No seio da nossa sociedade tem-se vindo a desenvolver um estado que tenta
espalhar a fé, com recurso à violência e à desobediência civil, promovendo uma
guerra com os restantes países do medio oriente, este estado busca alcançar uma
harmonia entre a fé, a razão ou a filosofia e os ensinamentos religiosos do
Islão.
Será que o estado islâmico esta a estabelecer uma Guerra Justa?
O pensamento sobre a ética da Guerra tenta aproximar as perspetivas
idealistas e realistas, procurando através da Teoria da Guerra Justa legitimar
a violência contra ameaças, justificando os fins e impondo limitações aos
meios. Os pensadores, procuraram responder a duas perguntas fundamentais:
1. Quando é permissível travar uma guerra? (jus ad bellum)
2. Quais as limitações na maneira de travar uma guerra? (jus in bello).
A Teoria da Guerra Justa procura reger três tópicos principais: a causa da
guerra – jus ad bellum, a condução da guerra – jus in bello, e as consequências
da guerra – jus post bellum.
Só quando se cumprirem os critérios de jus ad bellum é que é permissível o
uso da força. A causa justa é o princípio fundamental da Guerra Justa.
Mas quando é que este critério é seguido:
• Causa justa; como por exemplo defesa dos direitos humanos
• Intenção justa; vai para além de submeter a guerra ao interesse nacional,
mas ao estabelecimento de uma paz justa. Está intimamente ligada à justiça na
guerra (jus in bello) pelo que nega os atos de vingança e violência
indiscriminada. Sendo o objetivo da guerra a obtenção de um melhor Estado de
paz, constata-se que Guerras Justas têm natureza limitada8. A rendição
incondicional é vista como o abdicar da própria soberania e como tal não é uma
intenção legítima;
• Autoridade legítima; deriva do conceito de Estado soberano com
representatividade popular. Isto exclui como Guerra Justa aquela travada por
organizações de indivíduos sem aprovação da sociedade. No entanto é
justificável que o conflito possa ser originado por uma comunidade de
indivíduos oprimidos por governos ilegítimos;
• Possibilidade razoável de sucesso; refere-se a uma análise de
custo/benefício e da garantia mínima de que a guerra não será em vão. Isto não
quererá dizer que um poder mais fraco não possa combater por uma causa justa
•Como último recurso – pretende-se que todas as formas não violentas sejam
esgotadas antes de se recorrer à guerra. Uma Guerra Justa só pode ser travada
quando todas as vias diplomáticas tenham sido esgotadas.
Desta forma podemos concluir que o combate levado a cabo pelo estado
islâmico não é uma guerra justa, mas tal como diz Thomas Morus “Na realidade
nenhuma guerra que se conheça na história, no presente ou no futuro que se
possa prever, foi justa.” Pois todas as guerras foram más para a humanidade,
devido aos efeitos que a violência causa nas populações.
Existem muitos tipos de violência. Mas, a título de reflexão sobre o tema,
podemos definir por duas grandes classificações: A subjetiva que é aquela do
olhar, da má vontade, do mau pensamento, dos maus tratos no lar, de tirar
vantagem, abusar da confiança, escondida, covarde e talvez a mais mesquinha e a
objetiva que é essa violência criada com o intuito de agredir, ferir ou obter
lucro direto com a ação conscientemente violenta.
Walter Benjamin, filósofo judeu do seculo XX chamou à atenção para o
necessário excesso da violência do Estado. No sentido de que, mesmo na
sociedade mais democrática, em que o poder seja totalmente legitimado, para que
o poder do Estado funcione, deve haver algum tipo de ameaça ao superego. No
sentido de: ‘Vivemos em uma democracia, mas podemos fazer o que bem entendemos’.
Não existe poder sem esse excesso.
O que Benjamin chama de violência divina é um tipo de contra violência a
esse excesso. E, nesse sentido podemos considerar que Gandhi foi mais violento
do que Hitler.
A violência usado pelo estado islâmico é a objetiva, podendo mesmo ser
classificada de terrorismo pois o califado islâmico ataca os inocentes para
fins políticos, empregando meios horrivelmente violentos promovendo a religião
através do medo e do pânico.
Qual será o princípio seguido por estes indivíduos para se juntarem ao
estado islâmico, de forma a colocar em perigo a dignidade humana?
Os sujeitos que se juntam ao estado islâmico não colocam só a sua dignidade
em perigo, mas também a dignidade dos outros, pois estes comprometem-se a lutar
contra os “infiéis”, ou seja estes sujeitam-se a morrer para matar. Estes
indivíduos, geralmente encontram-se cansados de viver num mundo capitalista e
procuram uma alternativa à sociedade de onde provêm. Os ocidentais tem sido os
que mais aderiram a tal causa, pois não suportam mais observar a desigualdade
vivida, para além disso estes jovens acreditam nas imensas promessas feitas
pelos extremistas islâmicos.
Alguns filósofos argumentam sobre as nossas decisões, para Nussbaum que
segundo o argumento aristotélico refere que:
– Se cada viver é relativo, a
bondade reside nessa relatividade de cada ação ou pretensão;
– Mas, se a ideia de relatividade
prende-se às características específicas da cada vida humana, então, para se
atingir a excelência, cada um deve levar em conta suas próprias habilidades,
sem o que as funções que resultam numa excelência de desempenho não se
realizarão;
– Por isso, a vida que escolhemos precisa ser aquela que seja possível,
segundo nossas próprias habilidades e em face das circunstâncias que se nos
apresentam.
Podemos mesmo dizer que que deliberamos (e podemos deliberar), antes para
nós mesmos, mediante uma realidade possível para cada um de nós, daquela vida
que seria suficiente para nós, em particular para cada ser humano, no mínimo no
que respeita à própria sobrevivência.
Procuramos, na vida, aquilo que inclui a nós mesmos, aquilo que faz de nós,
nós próprios.
O que é muito mais necessário que a demonização dos terroristas como
fanáticos suicidas heroicos é um desmascaramento desse mito demoníaco.
Friedrich Nietzsche percebeu como a civilização ocidental estava se a mover na direção do “último homem”, uma criatura apática com nenhuma grande paixão ou comprometimento. Incapaz de sonhar, cansado da vida, ele não assume nenhum risco, busca apenas o conforto e a segurança, uma expressão de tolerância com os outros: “Um pouco de veneno de tempos em tempos: que garante sonhos agradáveis. E muito veneno no final, para uma morte agradável. Eles tem seus pequenos prazeres de dia, e seus pequenos prazeres de noite, mas tem um zelo pela saúde. ‘Descobrimos a felicidade,’ dizem os últimos homens, e piscam.”
Friedrich Nietzsche percebeu como a civilização ocidental estava se a mover na direção do “último homem”, uma criatura apática com nenhuma grande paixão ou comprometimento. Incapaz de sonhar, cansado da vida, ele não assume nenhum risco, busca apenas o conforto e a segurança, uma expressão de tolerância com os outros: “Um pouco de veneno de tempos em tempos: que garante sonhos agradáveis. E muito veneno no final, para uma morte agradável. Eles tem seus pequenos prazeres de dia, e seus pequenos prazeres de noite, mas tem um zelo pela saúde. ‘Descobrimos a felicidade,’ dizem os últimos homens, e piscam.”
Pode efetivamente parecer que a cisão entre o Primeiro Mundo e a reação
fundamentalista, que passa mais ou menos nas linhas da oposição entre levar uma
longa e gratificante vida cheia de riquezas materiais e culturais, e dedicar
sua vida a alguma Causa transcendente. Não é esse o antagonismo que Nietzsche
defendia. Nós no ocidente somos os “últimos homens” nietzschianos, imersos em
prazeres cotidianos banais, enquanto os radicais muçulmanos estão prontos a
arriscar tudo, comprometidos com a luta até sua própria autodestruição. O poeta
William Butler Yeats parece resumir perfeitamente a nossa ideia: “Os melhores
carecem de toda convicção, enquanto os piores são cheios de intensidade
apaixonada”. Esta é uma excelente descrição da atual cisão entre liberais
anêmicos e fundamentalistas apaixonados. “Os melhores” não são mais capazes de
se empenhar inteiramente, enquanto “os piores” se empenham em fanatismo racista,
religioso e machista.
No entanto, será que os fundamentalistas religiosos realmente se encaixam
nessa descrição?
O Fundamentalismo é, em primeiro lugar, uma oposição contra a transformação
da religião determinadas pela modernidade. Sendo assim, os fundamentalistas
querem defender a sua verdade religiosa, pois para estes o modernismo teológico
representa uma ameaça aos fundamentos da civilização cristã. Assim o
fundamentalista não pretende a modernização da religião, mas a fundamentação
religiosa explícita da modernidade.
O que obviamente lhes carece é um elemento que é fácil identificar em todos
os autênticos fundamentalistas: a ausência de ressentimento e inveja, a
profunda indiferença perante o modo de vida dos não-crentes. Se os
fundamentalistas realmente acreditam que encontraram o caminho da Verdade, por
que deveriam se sentir ameaçados por não-crentes, por que deveriam invejá-los?
Os verdadeiros fundamentalistas, os pseudo-fundamentalistas terroristas são
profundamente incomodados, intrigados, fascinados pela vida pecaminosa dos
não-crentes. Tem-se a sensação de que, ao lutar contra o outro pecador, eles
estão lutando contra sua própria tentação.
É aqui que o diagnóstico de Yeats escapa ao atual: a intensidade apaixonada
dos terroristas mostra uma falta de verdadeira convicção. O quão frágil a
crença de um muçulmano tem de ser para ele se sentir ameaçado por uma
caricatura besta em um semanário satírico? O terror islâmico fundamentalista
não é fundamentado na convicção dos terroristas e no seu desejo de salvaguardar
a sua identidade cultural-religiosa da investida da civilização global
consumista.
Não será a ascensão do islamismo radical exatamente correlativa à
desaparição da esquerda secular nos países muçulmanos? Quando, lá na primavera
de 2009, o Taliban tomou o vale do Swat no Paquistao. No entanto ao tirar
proveito da condição dos camponeses, o Taliban está a chamar à atenção para os
riscos ao Paquistão, que permanece em grande parte feudal, o que garante que os
democratas liberais no Paquistão, bem como os EUA, também não “tirem vantagem”
dessa condição e procurem ajudar os camponeses sem terra? A triste implicação
deste facto é que as forças feudais no Paquistão são os “aliados naturais” da
democracia liberal.
O paradoxo é que o próprio liberalismo não é forte o suficiente para
salvá-los contra a investida fundamentalista. O fundamentalismo é uma reação
falsa, mistificadora e é claro contra uma verdadeira falha do liberalismo.
Será o Estado islâmico sinonimo de mal?
A existência do mal perturba-nos: sentimos que não o podemos compreender e
que não o podemos justificar. Dada a vontade de a tudo dar sentido, criaram-se
numerosas explicações.
Na mitologia grega descreve-se assim a origem do mal: Zeus confiara a
Pandora uma caixa, avisando-a de que seria funesto para a humanidade a sua
abertura. A proibição contribuiu para tornar incontrolável a curiosidade de
Pandora. Não resistindo, abriu a misteriosa caixa. Imediatamente dela saíram
todos os males e desgraças que assolam a humanidade até hoje. No fundo da caixa
ficou simplesmente a esperança.
Segundo isto podemos concluir que o mal é uma criação humana, pois este
utiliza-o mesmo contra si próprio, continuando a existir esperança que o mal
deixe de existir
Quais as teorias que
fundamentam a ação do estado islâmico?
Todos nós agimos de uma determinada forma, para isso a filosofia procurou
encontram teoria que fundamenta-se a nossa ação, mas como em filosofia, nada
tem uma única resposta, podemos encontram imensas teorias. O estado islâmico age
em conformidade com os princípios estabelecidos pelo determinismo e pelo
fatalismo, não obedecendo claramente a todos os princípios defendidos por estas
teorias.
O Determinismo é “a teoria segundo a qual tudo está determinado, isto é,
submetido a condições necessárias e suficientes, elas próprias também
determinadas”. Existem três tipos de determinismo: pré-determinismo,
pós-determinismo e co-determinismo. Sendo que o califado islamico defende o
pós-determinismo que indica que as causalidades são determinadas por algum
motivo (Ex: Deus no estado islamico).De uma outra forma o Estado islâmico
defende o fatalismo, uma teoria que contempla "o que será será", já
que todos os eventos passados, presentes e futuros já foram predeterminados por
Deus ou outra força poderosa.
Pois, o califado islamico age segundo uma causa que serve de justificação
para as suas ações e para alem disso defende que todas as suas ações foram
predeterminados. Duas teorias que a princípio parecem ser incompatíveis mas que
se mostram compatíveis no estado islâmico.
Mas como todas as teorias tem objeções estas não poderiam deixar de ter,
para o determinismo, os filósofos levantam objeções como o facto de não nos
sentirmos constrangidos não significa que poderíamos ter escolhido outra coisa
além do que escolhemos e o facto de não termos consciência das causas nas
nossas escolhas, não significa que elas não existam. Enquanto para o fatalismo,
os pensadores filosóficos contrapõem esta teoria dizendo que não é coerente com
a liberdade humana e torna deus o criador do pecado.
Que tolerância face ao estado islâmico?
Em termos gerais, entende-se por tolerância a aceitação, respeito e
consideração pela diferença, ou seja, a capacidade e a disposição para admitir
nos outros maneiras de pensar e de agir diferentes das nossas e das quais
podemos discordar. Vivemos numa sociedade que se considera democrática, liberal
e pluralista que permite a existência e manifestação de diferentes pontos de
vista sobre assuntos morais, religiosos e políticos. Valorizamos a livre
discussão de ideias, o espírito crítico, a pluralidade de opiniões.
Não devemos, contudo, pensar que este espírito de abertura e de respeito
pela diversidade significa que nada é proibido e que tudo é permitido.
Tolerância não deve ser sinónimo de permissividade e indiferença.
Tal como é evidente que não se pode permitir tudo, a promoção da tolerância
não implica tolerar tudo. A tolerância absoluta ou pura seria igual a niilismo
(vale tudo, logo, nada tem realmente valor), a ausência de firmeza e de
princípios morais. Parece óbvio que a tolerância cega e ilimitada lançaria as
sociedades humanas no caos e na anarquia. Assim, várias questões surgem
inevitavelmente: “Até onde tolerar? Quais os limites da tolerância? O que é
intocável?”
Outras questões intimamente ligadas a estas tornam ainda mais complexo o
problema da tolerância. Ei-las: “Por que razão não toleramos certas atitudes e
comportamentos? Em nome de quê o fazemos? Ao pôr limites à tolerância, o que
pretendemos preservar e proteger?”
O relativismo moral é a teoria segundo a qual a moralidade e a imoralidade
das ações variam de sociedade para sociedade, não havendo, assim, normas morais
absolutas obrigando igualmente todos os homens, ou seja, que devam ser seguidas
por todos onde quer que vivam. Por conseguinte, o relativismo moral sustenta
que avaliar se é moralmente correto um indivíduo agir de um certo modo depende
de ou é relativo à sociedade a que pertence.
Por exemplo, matar é geralmente considerado moralmente errado, mas se em sociedades ocidentais há aceitação de
matar em autodefesa, guerra e alguns países, como pena capital, em sociedades como os Amish e os Lepcha essas
exceções não são aceitáveis. Causa
horror entre os Amish e Lepcha tirar a vida humana ou usar de violência, mas
não exclui a possibilidade de haver desviantes da norma entre essas sociedades.
Uma pessoa que mata outra na sociedade ocidental pode ser condenada como
criminoso ou condecorada como herói enquanto receberia a ojeriza entre os
Lepcha e Amish. Caso um Amish ou Lepcha for covardemente atacados e eu tivesse
meios de defendê-los, devo fazê-lo, pois caso contrário seria omissão segundo
as normas da minha cultura.
Contudo o argumento a favor do relativismo moral não é totalmente
verdadeiro, visto que as afirmações sobre a diferença dos códigos morais e a
variação do certo e errado de cultura para cultura dizem respeito somente ao
que as pessoas pensam ou acreditam ser o certo ou o errado, enquanto a
conclusão diz respeito ao que objetivamente é o caso.
Há ainda um outro ponto contra o relativismo moral. O relativismo moral
considera que não há verdade objetiva no campo da moral e que, portanto, certo
e errado variam de cultura para cultura. Diante disso, a opinião da maioria das
pessoas pareceria ser um parâmetro para o que seria certo e o que seria errado
dentro de cada cultura. Isso funcionaria bem se as culturas fossem homogêneas,
ou seja, se todas as pessoas tivessem a mesma opinião sobre tudo dentro de uma
determinada cultura. O problema é que na prática os acontecimentos não se dão
dessa forma, visto que, em geral, as culturas são compostas de subgrupos.
Universalismo moral é a posição meta ética que defende uma ética universal,
que se aplica-se universalmente, ou seja, para "todos os indivíduos em
situação semelhante", independentemente de raça, cultura, sexo, religião,
nacionalidade, sexualidade ou qualquer outro distintivo. O universalismo moral
opõe-se ao relativismo moral. No entanto, nem todas as formas de universalismo
moral é absolutista.
Uma perspetiva objetiva sobre o que
seria a moralidade entende que existem preferências pessoais que não necessitam
ser acompanhadas de razões, como, por exemplo, quando alguém prefere a cor
preto invés da cor branca. No entanto, para o objetivista, ações morais devem
ser avaliadas por critérios que independem da cultura e sejam acessíveis a
todos que são racionais. O objetivista moral propõe que os códigos morais
tenham valor de verdade, ou seja, a defesa dos valores morais deve ser
construída por um pensamento consistente e justificado. Sendo assim, o
objetivismo moral propõe que no relacionamento entre diversidade cultural e
objetividade moral seja preservado o respeito às diversidades culturais. A
afirmação de um caráter universal da moralidade não se destina à destruição das
crenças políticas, religiosas ou ideológicas dos povos; pelo contrário, o
interesse de se estabelecer um padrão objetivo na moral segue-se da necessidade
de se estabelecer um parâmetro mínimo de relacionamento social, parâmetro esse
que, a partir de bases racionais e de argumentos devidamente justificados,
possa garantir direitos mínimos para cada indivíduo fora ou dentro de qualquer
cultura.
Podemos então concluir que para um relativista moral a tolerância face ao
estado islâmico iria variar de cultura para cultura e que segunda a teoria do
relativismo moral iria ser muito difícil entrar em consenso face à tolerância
que devia ser exercida pela sociedade para com o estado islâmico, enquanto que
para um para um universalista moral teríamos de chegar a um consenso universal,
em que todos concordassem em estabelecer uma certa tolerância ou uma certa
forma de agir face ao estado islâmico.
Conclusão:
Apesar de apresentarem um armamento rudimentar, o califado islâmico tem
vindo a atacar constantemente a dignidade humana e a conquistar os territórios
da Síria e do Iraque, enquanto isto o estado ocidental limita-se a observar a
passagem dos acontecimentos, mas esta observação e este receio de atacar
devem-se ao facto de este estado islâmico poder surgir noutro ponto do globo,
com mais perigo, como é exemplo o califado nigeriano que age em homenagem ao
estado islâmico pois há pessoas que se realizam fazendo boas obras enquanto
outros se realizam a atirar pessoas para a morte e a afirmar que é em prol da
defesa da religião.
O problema com fundamentalistas não é que consideramos eles inferiores a
nós, mas sim que eles próprios secretamente se consideram inferiores. É por
isso que nossas reafirmações politicamente corretas condescendentes de que não
sentimos superioridade alguma perante a eles só os faz mais furiosos e alimenta
seu ressentimento. O problema não é a diferença cultural (seu esforço para
preservar sua identidade), mas o fato inverso de que os fundamentalistas já são
como nós, que eles secretamente já internalizaram nossas normas e se medem a
partir delas. Paradoxalmente, o que os fundamentalistas verdadeiramente carecem
é precisamente uma dose daquela convicção verdadeiramente “racista” de sua
própria superioridade.
Concluindo, podemos afirmar
que o estado islâmico esta inserido numa sociedade completamente diferente da
nossa e que qualquer passo ao lado poderá provocar uma grande guerra mundial.
Bibliografia:
Slavoj Zizek: Pensar o atentado ao Charlie Hebdo; Violencia
João Paulo Nunes : Major PilAv
Determinsmo moderado, Helena Bray in Jornal da filosofia
Extremistas islâmicos ,Eduardo Freitas in Mundo da educação
Estado islâmico, Claudio Fernandes in Mundo da Educaçao
Terrerismo, Gabriela Cabral in Mundo da Educaçao
Aspectos da ética no Islã, Rosalie Helena de Souza Pereira
FILOSOFIA ÁRABO-ISLÂMICA (BREVE RELANCE HISTÓRICO) Adel Sidarus
MARTHA NUSSBAUM E A DELIBERAÇÃO NA FILOSOFIA ÉTICA DE ARISTÓTELES, Ramiro
in filosofix
Terrorismo, Direitos Humanos e a Apologia do Governo Mundial, de Louis P.
Pojman
CONTRA A LIBERDADE DE EXPRESSÃO – LOUIS DE BONALD, Luis Rodrigues in
Teorias e Argumentos
DETERMINISMO E FATALISMO: A TRAGÉDIA DE ÉDIPO, Luis Rodrigues in in Teorias
e Argumentos
Filosofia da religião, Luis Rodrigues in Teoria e Argumentos
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