segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Dimensão discursiva do trabalho filosófico




Dimensão discursiva do trabalho filosófico



1- Aprender FILOSOFIA exige TRÊS COMPETÊNCIAS básicas:
  • Problematizar
  • Conceptualizar
  • Argumentar

2- PROBLEMATIZAR é fundamental porque:
  • Formula um problema Filosófico;
  • A Filosofia alimenta-se de questões que formula;
  • A problematização é o ponto de partida;
  • Não há verdade sem questionamento, sem perguntas bem formuladas, sem porquês.
3 - CONCEPTUALIZAR é importante porque:
  • Criam-se conceitos;
  • O conceito é uma representação mental e universal de uma realidade;
  • As características do conceito são partilhadas por todo o homem.

4 - ARGUMENTAR é fundamental porque:


  • Apresentam-se razões ou motivos para justificar a tese defendida pelo autor;
  • A argumentação é importante para provar racionalmente uma tese.

O Discurso filosófico é um discurso argumentativo! O que é um ARGUMENTO?


5- Os INSTRUMENTOS LÓGICOS DO PENSAMENTO - O que existe no pensamento?

A - CONCEITO: Ideia ou representação mental de algo.
O conceito tem uma extensão (conjunto de seres que cabem nesse conceito) e uma compreensão (conjunto de características comuns aos elementos do conceito)

Exº
 Conceito de ESCOLA

Extensão: de musica, culinária, dança, básica, secundária (...e todas as escolas)
Compreensão: ensino, professores, alunos, conteúdos (...e todas as características comuns aos elementos da extensão).

Quanto maior for a extensão de um conceito, menor a sua compreensão ( quantos mais elementos, menos características em comum poderemos encontrar).

NOTA: O discurso filosófico exige rigor conceptual.
            O conceito deverá ser bem definido. 


A expressão material (verbal ou escrita) do conceito é o Termo.

B - O JUÍZO 
  • Os conceitos não existem isolados, unem-se formando juízos.
  • Exemplo de Juízo: "OS FILÓSOFOS SÃO LIVRES"
  • Isto significa que ao conceito filosofo atribui a característica de liberdade;
  • Os juízos podem ser Verdadeiros ou Falsos;
  • Exemplos: Os gatos miam é um juízo Verdadeiro. (adequa-se à realidade)
  • Os gatos ladram é um juízo Falso. (não se adequa à realidade)
O JUÍZO expressa-se materialmente (verbal ou escrito) na Proposição.

  • As proposições podem ser classificadas quanto à QUANTIDADE (Universais e particulares) e QUALIDADE (Afirmativas e Negativas)
  • Da  conjugação da quantidade e da qualidade surgem 4 tipos de proposições:  A; E; I e O:
  • A- universais afirmativas - Todos os alunos são espertos;
  • E- Universais negativas -  Nenhum aluno é esperto;
  • I - Particulares afirmativas- Alguns alunos são espertos;
  • O - Particulares Negativas- Alguns alunos não são espertos.

C- O RACIOCÍNIO
  • O raciocínio,  inferência ou Argumento  é o conjunto de duas ou mais premissas da qual deriva uma conclusão.

Os Argumentos podem ser de vários tipos:



DEDUTIVOS
  • Os que mais se usam em Filosofia
  • De duas ou mais premissas extrai-se uma conclusão

 Num raciocínio temos de distinguir a VERDADE ( adequação à realidade) e a VALIDADE (respeito pelas regras da lógica).


  • Um raciocínio pode ser válido porque está bem construído mas não ser verdadeiro porque não está de acordo com a realidade. 

         Exº Um gato ladra,
         Snoopy é um gato, 
         logo Snoopy ladra.

  • Um argumento sólido é aquele que é, ao mesmo tempo, válido e verdadeiro.

INDUTIVOS

  • São raciocínios que partem de premissas particulares e chegam a uma conclusão universal.
  • Este tipo de raciocínio não tem justificação lógica para garantir a verdade da conclusão.

CONDICIONAIS
  • As premissas apresentam-se sob condição;
Exº Se os alunos estudarem, têm boas notas
        Estudam
        Logo, têm boas notas

Está correcto porque afirmei a condição (estudam) e esta é uma das regras da lógica que se se designa Modus Ponens;

Também está correcto se negar o condicionado (têm boas notas) e designa-se esta regra por Modus Tollens.

Exº Se os alunos estudarem, têm boas notas
       Não têm boas notas
       Logo, não estudaram


FALÁCIAS E ARGUMENTOS FALACIOSOS

Nem sempre os raciocínios estão correctos. Há falácia formais e informais. O que as distingue?

Falácia Formal é um argumento com erros de raciocínio pois não respeita as regras da lógica;

Falácia Informal é um argumento ou inferência que não tem erros de raciocinio mas no conteúdo do que é afirmado.

Exº: 
  • "Se ninguém prova que Deus não existe, então Deus existe"!
        Falácia de apelo ignorância (os argumentos desta classe concluem que algo é verdadeiro por não se ter provado que é falso);
  • "Não sabes o que dizes pois és um ignorante"!
      Falácia Ad Hominen (ataca-se quem diz algo e não o que diz ou seja o seu argumento).




                                             Lola

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