Ficha Formativa - 10° ANO
Kant e Stuart Mill
A - Leia o seguinte texto e responda às questões:
«Não é um
defeito de qualquer credo (teoria moral), pois isso resulta da natureza
complicada dos assuntos humanos, que as regras de conduta não possam ser
concebidas de modo a não requerer excepções e que dificilmente qualquer espécie
de acção possa ser estabelecida seguramente como ou sempre obrigatória ou
sempre condenável. (…) Se a utilidade é a fonte última das obrigações morais,
então pode ser invocada para decidir entre elas quando as suas exigências são
incompatíveis. Embora a aplicação do padrão possa ser difícil, é melhor tê-lo
do que não ter nenhum (…)»
Mill, Utilitarismo, 1861,pp 69-72
1. Partindo do texto poderemos afirmar que Stuart Mill defende princípios morais absolutos? Justifique.
2. Relacione o principio da Utilidade e o principio da Imparcialidade.
3. Apresente criticas à teoria utilitarista.
B - Atente no seguinte texto:
O motivo
nada tem a ver com a moralidade da acção, embora tenha muito a ver com o valor
do agente. Quem salva um semelhante de se afogar faz o que está moralmente
correcto, quer o seu motivo seja o dever, ou a esperança de ser pago pelo seu
incómodo; quem trai a confiança de um amigo, é culpado de um crime, ainda que o
seu objectivo seja servir outro amigo para com o qual tem deveres ainda
maiores. […]
[…] A
felicidade que constitui o padrão utilitarista do que está correcto na conduta
não é a própria felicidade do agente, mas a de todos os envolvidos — algo que
os críticos do utilitarismo raramente fazem a justiça de reconhecer. O
utilitarismo exige que o agente seja tão estritamente imparcial entre a sua
própria felicidade e a dos outros como um espectador desinteressado e
benevolente. […]
Um ser
com faculdades superiores precisa de mais para ser feliz, é provavelmente capaz
de sofrimento mais acentuado, e certamente está a ele exposto com mais
frequência, do que um ser de tipo inferior; mas, apesar de todas estas
desvantagens, não pode nunca desejar realmente afundar-se no que sente ser um
nível inferior de existência. […] É melhor ser um ser humano insatisfeito do
que um porco satisfeito;
4. Enuncie
as teses presentes no texto.
5.
Comente o texto imaginando-se um defensor da ética Kantiana.
C - Considere o texto seguinte:
"A
doutrina que aceita como fundamento da moral a utilidade, ou o princípio da
maior felicidade, defende que as acções são correctas na medida em que tendem a
promover a felicidade, e incorrectas na medida em que tendem a gerar o
contrário da felicidade. Por felicidade entendemos o prazer, e a ausência de
dor; por infelicidade, a dor, e a privação de prazer. Para dar uma perspectiva
clara do padrão moral estabelecido pela teoria é preciso dizer muito mais; em
particular, que coisas se inclui nas ideias de dor e prazer; e até que ponto
isto é deixado como questão em aberto. Mas estas explicações suplementares não
afectam a teoria da vida na qual esta teoria da moralidade se baseia —
nomeadamente, que o prazer, e a ausência de dor, são as únicas coisas
desejáveis como fins; e que todas as coisas desejáveis (que são tão numerosas
no esquema utilitarista como em qualquer outro) são desejáveis ou pelo prazer
inerente a si mesmas, ou como meios para a promoção do prazer e a prevenção da
dor".
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