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Faisal Al Nasser / Reuters |
Porque são Mulheres...
Na Arábia Saudita
as mulheres não podem sequer conduzir. Mas o país foi eleito para a Comissão
para os Direitos das Mulheres da ONU...
A nação islâmica vai debater a igualdade
de género nas Nações Unidas, embora seja dos países que mais limita os direitos
das mulheres. Aqui ficam sete exemplos de coisas que as sauditas não podem fazer
A Arábia Saudita foi eleita para a Comissão para os Direitos das Mulheres
da ONU no último domingo, 23. A decisão de colocar a nação islâmica
ultraconservadora no grupo de 45 países que debatem a promoção da igualdade de
género e os direitos das mulheres no mundo revoltou grupos de direitos humanos.
"É como colocar um incendiário o chefe dos bombeiros de uma cidade",
disse Hillel Neuer, diretor da ONG UN Watch (Observatório das Nações Unidas).
É quase impossível para uma mulher ter uma vida comum na Arábia Saudita sem
a supervisão de um homem. Uma polícia religiosa, a mutaween, é responsável por
controlar se as mulheres estão a quebrar alguma das inúmeras regras de
segregação do país. Veja algumas das coisas que as mulheres não podem fazer no
país que agora tem a função de promover (ou não...) os seus direitos no mundo.
VIAJAR, ESTUDAR OU TRABALHAR SEM
AUTORIZAÇÃO DE UM HOMEM
Pela lei saudita, uma mulher é obrigada a
ter sempre um guardião do sexo masculino, seja o marido ou algum membro da
família. Este guardião, chamado de wali, é quem decide se uma
mulher se pode casar ou divorciar, viajar (caso tenha menos de 45 anos),
estudar, trabalhar, abrir uma conta bancária ou até mesmo submeter-se a alguns
procedimentos cirúrgicos.
CONDUZIR
Não há legislação oficial que proíba as
mulheres de se sentarem atrás de um volante, mas o preconceito cultural é tão
forte que na prática se tornou lei. Diversas campanhas já foram feitas no país
a pedir que elas possam conduzir livremente, mas sem sucesso. Em novembro do
ano passado, a Assembleia Consultativa, conhecida como Shura, recusou-se a analisar a questão. De acordo com um dos membros do
conselho, as mulheres estariam "expostas ao mal", caso conduzissem.
"MOSTRAR A SUA BELEZA"
O código de vestimenta para as mulheres sauditas é famoso (ou infame) em
todo o mundo. Mesmo nas regiões em que não são tecnicamente obrigadas a cobrir
o rosto, continuam expostas a críticas e punições caso não cubram
suficientemente a cabeça ou usem demasiada maquilhagem. Em 2015, a Shura
recomendou que todas as apresentadoras de televisão usassem "roupas
modestas" e que não mostrassem "demais a sua beleza".
VOTAR LIVREMENTE
As mulheres sauditas conquistaram em 2015 o direito de se candidatarem e
votarem em eleições locais. Apesar do avanço, as candidatas só podiam fazer
discursos escondidas por uma divisória ou, em alternativa, serem representadas
por um homem. E também não têm direito de voto em plebiscitos acima dos locais.
PASSAR MUITO TEMPO COM UM HOMEM
É proibido uma mulher saudita interagir tempo "a mais" com um
homem que não seja da sua família. A maior parte dos edifícios públicos possuem
entradas diferentes para homens e mulheres. Transportes públicos, parques e
praias também são segregados em muitas partes do país. Desrespeitar a lei
resulta em punições para ambos, mas a mulher costuma sofrer os castigos mais
severos.
PRATICAR DESPORTO SEM LIMITAÇÕES
Já foi muito mais difícil a situação do desporto feminino na Arábia
Saudita, mas ainda não é fácil. O país enviou uma delegação feminina a uns
Jogos Olímpicos pela primeira vez em 2012, embora não tenha havido cobertura
das atletas nos jornais locais (e elas foram obrigadas a ser acompanhadas por
um homem). Ainda não há uma seleção feminina de futebol. Em 2013, foi aberto o
primeiro centro desportivo exclusivo para mulheres no país, mas elas continuam
proibidas de praticarem desporto nas escolas públicas.
EXPERIMENTAR UMA ROUPA DENTRO DA
LOJA
De acordo com um relato publicado em 2010 na revista americana Vanity Fair, uma mulher é livre para experimentar o que quiser
numa loja, quando estiver numa área segregada. Caso seja um estabelecimento que
também permita homens, a ordem é que comprem e depois experimentem em casa.
In Visão
EVANDRO FURONI
24.04.2017 às 12h36
25 de Abril!
Lola
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