Defina acção humana.
É uma
interferência intencional, consciente e voluntária de um agente no decurso
normal das coisas que, sem a sua interferência, teriam seguido um caminho
diferente.
Identifica e
distingue actos voluntários de actos involuntários.
Actos voluntários são acções que fazemos de
forma consciente, ou seja, com plena noção de que os estamos a realizar, como
por exemplo ir à praia, estudar, acenar,…
Actos involuntários são os movimentos que
realizamos independentemente da nossa vontade.
Este tipo de acto pode ser
dividido em:
. Acto
Involuntário e Consciente, quando não temos controlo sobre o que fazemos
mas temos noção de que o estamos a fazer, por exemplo respirar, tremer de frio,
transpirar, corar,
. Acto
Involuntário e Inconsciente, quando não temos controle sobre o que
fazemos nem temos ideia de que o estamos a fazer, como por exemplo sonhar ou
ressonar.
Comente:
Uma acção é um acontecimento mas nem todos os acontecimentos
são acções.
Todas as acções são acontecimentos, ou seja, são coisas que acontecem num
dado momento e num certo lugar. Assim, ir à praia é um acontecimento porque
vamos a uma praia num determinado local e em dado momento – normalmente no
Verão, de manhã ou de tarde. Mas nem tudo o que acontece é uma acção, ou seja,
se todas as acções são acontecimentos nem todos os acontecimentos são
acções.
Um furacão é um acontecimento, mas não é uma acção.
Uma acção é algo que envolve um agente mas nem tudo o que envolve um agente é uma acção.
O que distingue a proposição João foi à praia da proposição João sofreu um ataque cardíaco? A primeira proposição fala-nos de algo que alguém fez. A segunda de algo que simplesmente aconteceu a alguém. Uma acção é um acontecimento que envolve um agente (o sujeito de uma acção).
Uma acção é algo que um agente faz acontecer mas nem tudo o que fazemos é uma acção.
Uma acção é algo que acontece por iniciativa do sujeito nela envolvido. Ir à praia é algo que João faz acontecer, mesmo que não o deseje (é de má vontade que obedece á ordem do pai para se juntar à família). Sofrer um ataque cardíaco é algo que acontece no organismo do João, mas não resulta de vontade sua. No primeiro caso, não diremos que João foi à praia por vontade do pai. Foi algo que ele fez. Seja qual for o motivo, por gosto ou por obrigação, ir à praia foi algo que ele fez.
Uma acção é algo que intencionalmente fazemos com que aconteça
Se escorrego numacasca de banana e acabo por entornar uma garrafa deCoca-Cola em cima do livro de um colega queestudava comigo no bar da escola. Sujar o livro docolega foi algo que eu fiz. Mas será isto uma acção?Não, porque não tive intenção de sujar o livro do meucolega, não o fiz de propósito. Estamos perante algoque eu fiz sem querer e assim sendo o livro foiestragado pelo que me aconteceu e nãopropriamente por mim.
Como se define a acção humana?
Uma acção é um acontecimento desencadeado pela vontade e intenção de um agente. Não é um simples acontecimento, não é simplesmente algo que um agente faz, é algo que um agente faz acontecer intencional ou propositadamente.
Exemplifique uma acção humana
Vou à farmacia comprar um medicamento porque me dói bastante os dentes.A dor de dentes é algo que me acontece mas ir à farmácia comprar o medicamento é algo que eu faço acontecer porque quero tratar a dor de dentes. Vou à farmácia com esse propósito e por esse motivo.
Rede Conceptual
É o
conjunto de conceitos, onde cada conceito possui um significado específico que
apenas pode ser compreendido na relação com os restantes significados. Neste
sentido, é apenas nesta inter-relação de significados dos conceitos que a noção
de acção pode ser compreendida por nós.
Apresente a análise
clássica do acto voluntário;
Para que
aconteça uma acção humana esta tem de passar por quatro etapas. Em primeiro
temos a concepção, ou seja, o momento em que planeamos, momento do projecto em
que se estabelece uma meta e se esboçam os meios e se pensa no plano de
desenvolvimento da acção. De seguida temos a ponderação, a fase em que se
pondera é a fase do conflito, da análise das hipóteses e da motivação da acção.
É o período onde se analisam os prós e os contras e as consequências da acção.
Em terceiro temos a fase da decisão que é o momento em que o homem usa a sua
capacidade crísica em que escolhe uma hipótese e que determina a sua acção. Por
fim, temos a fase da execução em que se põem em prática a decisão tomada e em
que se passa da intenção ao agir.
Ex: Viagem à Polinésia Francesa
-
Concepção: Recolha de informação acerca do
transporte, alojamento e locais a visitar.
-
Deliberação: Se fizer esta viagem não posso
comprar o novo telemóvel. Problema da língua.
-
Decisão: Não comprar o novo telemóvel e ir
fazer a viagem.
-
Execução: A viagem à Polinésia Francesa.
Apresente a rede conceptual da acção
A Rede
Conceptual da Acção diz respeito aos elementos presentes numa acção
humana;
O
agente é aquele
que à questão QUEM? é o autor da
acção, que agindo livre, voluntaria e conscientemente, é responsável pelas suas
consequências;
A intenção é o curso da acção que o agente
pretende seguir, é o objectivo que guia a acção respondendo à questão O
QUÊ?
O motivo é a razão da acção, o PORQUÊ?, é
o que leva o sujeito da acção a agir e que se fôr de carácter emocional
ou afectivo designamos por móbil.
A Finalidade é o PARA QUÊ? da
acção é o projecto da acção, a meta que se pretende atingir com a acção.
Será o homem plenamente livre no agir? Justifique.
Poderíamos dizer que sim se o homem
não se deparasse com qualquer tipo de obstáculo à sua acção, pois o homem
possui a capacidade de deliberação, de decisão e de escolha, mas na realidade o
homem não é plenamente livre no seu agir pois existem vários limites,
restrições, entraves, bloqueios, obstáculos ou condicionantes ao seu agir.
Apresente as condicionantes da acção humana.
Estas
condicionantes podem ser de vários tipos: biológicas, socioculturais e
psicológicas.
Condicionantes
biológicas podem
ser: a existência de doenças, o mau funcionamento de órgãos internos, e a
herança genética ( como a côr de olhos ou cabelo).
As condicionantes
socioculturais podemos considerar: o grupo social em que nos
inserimos, a época histórica em que vivemos, a religião que seguimos, o nível
económico que temos, os valores que defendemos e educação que recebemos.
E por fim
as condicionantes psicológicas que podem ser: a nossa bagagem
intelectual, a inteligência que temos, os nossos sentimentos e os afectos, o
que gostamos e o que não gostamos e as aptidões espirituais.
A liberdade
e as condicionantes da acção humana estão relacionadas porque as condicionantes
limitam a liberdade, ou seja, o nosso livre-arbítreo. As condicionantes tornam
a liberdade condicionada, tornam a liberdade uma necessidade contextualizada.
Até porque não é possível pensar o homem sem estar inserido numa sociedade com
uma determinada cultura que lhe impõem regras de convivência e leis que ele tem
de respeitar.
Relacione
liberdade e condicionantes da acção humana.
A liberdade
e as condicionantes da acção humana estão relacionadas porque as condicionantes
limitam a liberdade, ou seja, o nosso livre-arbítreo. As condicionantes tornam
a liberdade condicionada, tornam a liberdade uma necessidade contextualizada.
Até porque não é possível pensar o homem sem estar inserido numa sociedade com
uma determinada cultura que lhe impõem regras de convivência e leis que ele tem
de respeitar.
Tente agora responder às questões seguintes:
Uma mulher residente em Macau que suspeitava da infidelidade do marido
suicidou-se vestida de vermelho. Não foi por desgosto que ela fez o que fez,
nem se tratou de um acto desesperado e impensado. Tratou-se, sim, de uma
estratégia para garantir que o seu fantasma virá agora perseguir o marido e
transformar-lhe a vida num inferno.
In Jornal
Público
1. Considera que a protagonista do texto, ou seja, a mulher vítima
da infidelidade do marido, realizou uma acção humana?
2. Intenção, motivo e agente são três dos conceitos que de um modo
fundamental caracterizam a acção humana. Defina-os.
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