Lógica Proposicional
Álgebra das proposições, também conhecida por lógica proposicional é um tema
muito cobrado especialmente em concursos públicos e também em alguns curso de
graduação, mais precisamente de engenharia e computação. Mas afinal, o
que nos remete o estudo da Álgebra das proposições?
Assim como na matemática básica estudamos operações
algébricas com números reais e complexos, na álgebra das
proposições estudaremos operações envolvendo proposições.
O que é uma Proposição?
Proposição: É uma sentença declarativa, seja ela
expressa de forma afirmativa ou negativa, na qual podemos atribuir um valor
lógico “V” (verdadeiro) ou “F”(falso). Uma proposição também pode ser expressa
por símbolos. Vejamos alguns exemplos:
Brasília é a capital do Brasil – É uma sentença
declarativa expressa de forma afirmativa. Podemos atribuir um valor lógico,
como a sentença é verdadeira seu valor lógico é “V”.
A argentina não é um país pertencente ao continente
Africano – É uma sentença declarativa expressa na forma negativa. Podemos
atribuir um valor lógico, como a sentença é verdadeira, seu valor lógico é “V”.
Todos os homens são mortais – É uma sentença
declarativa expressa na forma afirmativa. Podemos atribuir um valor lógico,
como a sentença é verdadeira, seu valor lógico é “V”
10 é um número par positivo – É uma sentença
declarativa expressa na forma afirmativa. Podemos atribuir um valor lógico,
como a sentença é verdadeira, seu valor lógico é “V”
7+5 = 10 – É uma sentença declarativa expressa
na forma afirmativa .Podemos atribuir uma valor lógico, como a sentença é
falsa, seu valor lógico é “F”.
x -2=5 – Não é uma proposição, pois não sabemos o
valor da variável “x”, ou melhor, não podemos atribuir um valor lógico “V” ou
“F”. Porém para “torná-la” proposição bastaremos usar os chamados quantificadores.
Vejamos;
Para todo x, x pertencente aos Z (números inteiros) ,
x-2=5. É uma proposição pois agora podemos atribuir-lhe um valor lógico, porém
sabemos ser falsa uma vez que apenas o número “7” torna a sentença verdadeira.
Agora que sabemos o que são proposições,
automaticamente as sentenças que não são proposições são;
- Sentenças Interrogativas: Ex; “Como você se
chama”?
- Sentenças Imperativas: Ex; ”Venha aqui rápido.”
- Sentenças Exclamativas: Ex; “Opa!”
- Poemas
- Sentenças abertas: Como já fora dito; Ex ;” x
<7”
Passaremos agora para o estudo dos princípios que
regem as Proposições:
- Princípio da Identidade: Uma proposição Verdadeira é Verdadeira, e uma
proposição Falsa é Falsa
- Princípio do Terceiro Excluído: Uma proposição ou é verdadeira ou falsa não
existindo uma terceira possibilidade.
- Princípio da Não-Contradição: Uma proposição não pode ser verdadeira e falsa
simultaneamente.
Representação das proposições: As proposições são
representadas por letras minúsculas. Geralmente “p”, “q”, “r” e “s”.
Vejamos: “Brasília é a capital do Brasil”, pode ser
representada por “q”, e seu valor lógico por; Val(q)= V
Classificação de Proposições lógicas
As proposições lógicas podem ser
classificadas em dois tipos:
- Proposição simples - São representadas de forma única.
Ex: O cachorro é um mamífero
- Proposição composta - São formadas por um conjunto de
proposições simples, ( duas ou mais proposições simples ligadas por
“conectivos lógicos”).
Ex: Brasília é a capital do Brasil ou Lima
é a capital do Peru.
Podemos ver que atribuir um valor lógico para uma
proposição simples é fácil, mas e para uma proposição composta como faremos
isso?
Utilizaremos um recurso chamado de tabelas
verdade.
As tabelas verdade são usadas para representar todos
os valores lógicos possíveis de uma proposição. Voltemos ao exemplo anterior.
Brasília é a capital do Brasil” , pode ser
representada por “p”. Representando –a na tabela verdade,temos:
p
|
V
|
F
|
Sabendo que uma tabela verdade é a representação de
todas as possibilidades lógicas de uma proposição, agora vamos estudar os conectivos
lógicos que ligam as proposições compostas para sim podermos analisar
os valores lógicos de uma proposição composta.
Veja:
Conectivos Lógicos
Operação
|
Conectivo
|
Estrutura
Lógica
|
Exemplos
|
Negação
|
¬
|
Não p
|
A bicicleta não é azul
|
Conjunção
|
^
|
P e q
|
Thiago é médico e João é Engenheiro
|
Disjunção Inclusiva
|
v
|
P ou q
|
Thiago é médico ou João é
Engenheiro
|
Disjunção Exclusiva
|
v
|
Ou p ou q
|
Ou Thiago é Médico ou João é Engenheiro
|
Condicional
|
→
|
Se p então q
|
Se Thiago é Médico entãoJoão é Engenheiro
|
Bicondicional
|
↔
|
P se e somente se q
|
Thiago é médico se e somente se João
é Médico
|
Conjunção: Vimos pela tabela acima que a operação da conjunção liga duas ou mais proposições simples pelo conectivo “e”. Observemos o exemplo:
Irei ao cinema e ao clube. Vamos
montar a tabela verdade para a proposição composta destacando todas as
valorações possíveis.
Conjunção: p^q (p e q)
P
|
Q
|
P ^ Q
|
V
|
V
|
V
|
V
|
F
|
F
|
F
|
V
|
F
|
F
|
F
|
F
|
- P: Irei ao cinema
- Q: Irei ao clube
Observamos que a proposição resultante da conjunção só
será verdadeira quando as proposições simples individuais forem
verdadeiras.
Disjunção Inclusiva: Vimos que a operação da disjunção inclusiva liga duas ou mais proposições
simples pelo conectivo “ou”. Observemos o exemplo
Dar-te-ei uma camisa ou um calção.
Vamos montar a tabela verdade para a proposição composta destacando todas as
valorações possíveis.
Disjunção: p v q (p ou q)
P
|
Q
|
P v Q
|
V
|
V
|
V
|
V
|
F
|
V
|
F
|
V
|
V
|
F
|
F
|
F
|
- P: Dar-te-ei uma camisa
- Q: Dar-te-ei um calção
Observamos que a proposição resultante da disjunção
inclusiva só será falsa quando as proposições simples
individuais forem falsas.
Disjunção Exclusiva: Vimos que a estrutura da disjunção exclusiva é “ ou p ,ou q”
Ex: Ou irei jogar basquete ou irei
à casa de João
Montando a tabela verdade teremos
Disjunção Exclusiva: p v q (ou p ou q)
Disjunção Exclusiva: p v q (ou p ou q)
P
|
Q
|
P v Q
|
V
|
V
|
F
|
V
|
F
|
V
|
F
|
V
|
V
|
F
|
F
|
F
|
- P: Irei Jogar Basquete
- Q: Irei à casa de João
Observe a diferença entre a disjunção inclusiva e
exclusiva! Como o próprio nome diz “exclusiva” a proposição resultante da
disjunção exclusiva só será “V” se uma das partes for “F” e a outra “V”
(independentemente da ordem) não podendo acontecer “V” nos dois casos, caso
aconteça a proposição resultante desta operação será falsa.
Condicional; Vimos que a
estrutura condicional refere-se a “Se p então q”.
Ex:Se nasci em
Salvador , então sou Baiano.
- P: Nasci em salvador
- Q: Sou Baiano
Nesta estrutura vale destacar os termos suficiente e necessário
Observe que:
Se nasci em Salvador suficientemente sou
Baiano ,
Agora, se sou Baiano necessariamente nasci em Salvador
Agora, se sou Baiano necessariamente nasci em Salvador
Regra: O que esta a esquerda da seta é sempre condição
suficiente e o que está à direita é sempre condição necessária. ( p
→ q).
Tabela Verdade da estrutura condicional.
Condicional: p → q (Se... então)
Condicional: p → q (Se... então)
P
|
Q
|
P → Q
|
V
|
V
|
V
|
V
|
F
|
F
|
F
|
V
|
V
|
F
|
F
|
V
|
Observe que a condicional só será falsa se a antecedente (lado esquerdo da seta) for verdadeiro e a consequente (lado direito) da seta for falso.
Bicondicional: É a estrutura
formada por duas condicionais... “ p se e somente se q”.
Observe que;
Ex:
Ex:
4 é maior que 2 se e somente se 2
for menor que 4 .
- P: 4 é maior que 2
- Q: 2 é menor que 4
Temos que a Bicondicional é equivalente á:
- P → Q (Se 4 é maior
que 2, então 2 é menor que 4)
- Q → P( Se 2 é menor que
4, então 4 é maior que 2)
A Bicondicional expressa uma condição suficiente e
necessária.
4 ser maior que 2 é condição suficiente e
necessária para 2 ser menor do que 4.
Tabela Verdade
Bicondicional: p ↔ q ( p se e somente
se q)
P
|
Q
|
P ↔ Q
|
V
|
V
|
V
|
V
|
F
|
F
|
F
|
V
|
F
|
F
|
F
|
V
|
A proposição resultante da bicondicional só será falsa se as proposições individuais possuírem valoração diferente.
Negação: ¬p
P: O Brasil é um País pertencente a América do Sul.
¬P: O Brasil não é um País pertencente a América do Sul
Q: X é Par
¬Q: X não é par
P: O Brasil é um País pertencente a América do Sul.
¬P: O Brasil não é um País pertencente a América do Sul
Q: X é Par
¬Q: X não é par
As tabelas verdades são apenas um meio de saber a
valoração das proposições consideradas, não há a necessidade de serem
decoradas, uma vez que são fáceis de serem entendidas. Porém existem pessoas
que acham mais fácil decorá-las, enfim vai do pensamento de cada um.
Vejamos um exemplo da Conjunção “E”
Analisemos a sentença como uma promessa
“Irei a Argentina E irei
ao Chile “
O que se espera dessa proposição (promessa)?
Que o indivíduo vá para a argentina e também
para o Chile ( V e V= V) Promessa “V”álida
Agora;
- Suponhamos que ele só vá a Argentina e não vá ai
Chile ( V e F = F) Promessa “F”urada
- Suponhamos que ele não vá a Argentina e somente
vai ao Chile ( F e V = F) Promessa descumprida, “F”urada
- Suponhamos que ela não vá a Argentina nem ao
Chile (F e F =F) Promessa “F”urada
- Vemos o que torna a proposição verdadeira no caso da conjunção é que ambas as partes sejam “V”.
Referencias Bibliográficas:
Raciocínio Lógico para Concursos - Você consegue aprender-3ªEdição-Enrique Rocha.
Raciocínio Lógico para Concursos - Você consegue aprender-3ªEdição-Enrique Rocha.
Lola
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