Problema do Livre Arbítrio
Questões de Exame
Leia o texto
seguinte.
Tal como os estudos
experimentais mostraram, [...] fazemos o que fazemos por causa do que
aconteceu [...].
Infelizmente, o que aconteceu deixa poucas pistas observáveis, e os motivos
para fazermos o que
fazemos [...] ultrapassam, assim, largamente o alcance da autoanálise.
Talvez seja por isso
[…] que o comportamento tem sido tão frequentemente atribuído a um ato de
vontade que o desencadeia, produz ou cria.
B. F. Skinner, Recent Issues in the Analysis of
Behavior,
Columbus, Merrill Publishing Company, 1989, p. 15 (adaptado)
De acordo com o
texto,
(A) pensamos ter
livre-arbítrio, porque a nossa capacidade de autoanálise é limitada.
(B) podemos inferir
que temos livre-arbítrio, ainda que as pistas observáveis sejam poucas.
(C) temos
livre-arbítrio, porque o nosso comportamento tem origem num ato criativo da
vontade.
(D) os estudos
experimentais permitem concluir que o livre-arbítrio molda o nosso
comportamento.
2014 1ª fase
Leia o texto
seguinte.
É difícil não pensar que temos livre-arbítrio. Quando estamos a decidir o que fazer, a escolha parece inteiramente nossa. A sensação interior de liberdade é tão poderosa que podemos ser incapazes de abandonar a ideia de livre-arbítrio, por muito fortes que sejam as provas da sua inexistência. E, obviamente, existem bastantes provas de que não há livre-arbítrio. Quanto mais aprendemos sobre as causas do comportamento humano, menos provável parece que escolhamos livremente as nossas ações.
É difícil não pensar que temos livre-arbítrio. Quando estamos a decidir o que fazer, a escolha parece inteiramente nossa. A sensação interior de liberdade é tão poderosa que podemos ser incapazes de abandonar a ideia de livre-arbítrio, por muito fortes que sejam as provas da sua inexistência. E, obviamente, existem bastantes provas de que não há livre-arbítrio. Quanto mais aprendemos sobre as causas do comportamento humano, menos provável parece que escolhamos livremente as nossas ações.
J.
Rachels, Problemas da Filosofia,
Lisboa, Gradiva, 2009, p. 182
Lisboa, Gradiva, 2009, p. 182
1. Como explicam os
deterministas radicais a «sensação interior de liberdade» referida no texto?
2. Apresente uma
objeção ao determinismo radical.
2014 2ª fase
Os deterministas
moderados defendem que
(A) nenhuma ação é
causada.
(B) todas as ações
são causadas e algumas são livres.
(C) nenhuma ação é
livre.
(D) todas as ações
são livres e algumas não são causadas.
Um libertista
concordaria com a afirmação seguinte.
(A) Uma ação pode
resultar de escolhas nossas, mas estas resultam de fatores genéticos e
ambientais.
(B) O conhecimento
das leis da natureza e das circunstâncias relevantes permite prever qualquer
ação.
(C) Se uma ação é
livre, então é causada apenas pela decisão de quem a pratica.
(D) Se uma ação
resulta do livre-arbítrio de alguém, então não existem leis da natureza.
2016 1ª fase
Leia o texto.
O homem, estando condenado a ser livre, carrega o peso do mundo inteiro nos seus ombros […]. Ele tem de assumir a situação em que se encontra com a consciência orgulhosa de ser o seu autor, pois os piores obstáculos ou as piores ameaças que põem em perigo a sua pessoa apenas adquirem sentido através do seu próprio projeto […]. É, portanto, insensato pensar sequer em lamentar-se, uma vez que nada de exterior a si decidiu aquilo que ele sente, aquilo que ele vive ou aquilo que ele é.
O homem, estando condenado a ser livre, carrega o peso do mundo inteiro nos seus ombros […]. Ele tem de assumir a situação em que se encontra com a consciência orgulhosa de ser o seu autor, pois os piores obstáculos ou as piores ameaças que põem em perigo a sua pessoa apenas adquirem sentido através do seu próprio projeto […]. É, portanto, insensato pensar sequer em lamentar-se, uma vez que nada de exterior a si decidiu aquilo que ele sente, aquilo que ele vive ou aquilo que ele é.
J.-P. Sartre, L’Être et le Néant, Paris,
Gallimard,1943, p. 612 (adaptado)
Gallimard,1943, p. 612 (adaptado)
1. Identifique a posição acerca do livre-arbítrio que é apoiada pelo texto.
2016 1ª fase
Considere as
afirmações seguintes.
1. Até aos 18 anos,
os nossos pais respondem por nós e não somos livres.
2. As nossas escolhas
são livres, ainda que estejam submetidas à causalidade natural.
3. As ditaduras
caracterizam-se por suprimirem as liberdades fundamentais dos cidadãos.
4. No Universo, tudo
está determinado e a liberdade é uma ilusão.
Quais são as
afirmações que apresentam respostas ao problema do livre-arbítrio?
(A) 2 e 4.
(B) 1 e 3.
(C) 3 e 4.
(D) 1 e 2.
2015 2ª fase
1. Poderá a consciência
da nossa liberdade ser uma ilusão?
Responda à questão
proposta.
Na sua resposta:
– apresente
inequivocamente a sua posição;
– argumente a favor
da sua posição.
2018 1ª fase
1. Imagine que um agente poderoso fazia recuar o tempo até um qualquer ponto do
passado, para que, a partir daí, mantendo-se as leis da natureza, a história
recomeçasse.
Qual das situações seguintes poria em causa o determinismo radical?
(A) As deliberações dos agentes seriam causadas por acontecimentos anteriores.
(B) Em alguns casos, haveria alternativas aos acontecimentos da história.
(C) Teríamos a ilusão de que haveria mais do que um futuro possível.
(D) Ocorreriam acontecimentos que não teríamos sido capazes de prever.
2012
1ª fase
Leia o texto seguinte
do filósofo Espinosa acerca do problema do livre-arbítrio.
Uma pedra recebe de
uma causa exterior que a empurra uma certa quantidade de movimento,
pela qual continuará
necessariamente a mover-se depois da paragem da impulsão externa. [...]
Imaginai agora, por
favor, que a pedra, enquanto está em movimento, sabe e pensa que é
ela que faz todo o
esforço possível para continuar em movimento. Esta pedra, seguramente, […]
acreditará ser livre
e perseverar no seu movimento pela única razão de o desejar. Assim é esta
liberdade humana que
todos os homens se vangloriam de ter e que consiste somente nisto, que os homens
são conscientes dos seus desejos e ignorantes das causas que os determinam.
Spinoza, «Lettre à Schuller», in Oeuvres Complètes,
Paris, Gallimard, 1954
Paris, Gallimard, 1954
1. Identifique a tese
defendida no texto.
2. Justifique a
resposta, a partir do texto.
2012 Época especial
Leia o texto
seguinte.
Se
admitíssemos o determinismo, o nosso vocabulário teria de sofrer modificações
drasticamente extremas. […] Podemos admirar ou elogiar um indivíduo porque é
belo, ou generoso, ou musicalmente dotado – mas tais coisas não dependem da sua
escolha […]. A conduta honrosa ou desonrosa, a busca do prazer e o martírio
heróico, a coragem e a cobardia, a mentira e a veracidade, o fazer o que é
justo resistindo às tentações, tudo isso passaria a ser como o sermos belos ou
feios, altos ou baixos, velhos ou jovens […]. Na realidade, a própria noção de
ato implica uma escolha; mas se a escolha for, pelo seu lado, determinada, que
diferença poderá haver ainda entre a ação e o simples
comportamento?
Isaiah Berlin, O Poder das Ideias,
Lisboa, Relógio D’Água
Editores, 20 06
1. Concorda com as
consequências do determinismo, apresentadas pelo autor? Justifique a resposta,
a partir do texto.
Sem comentários:
Enviar um comentário