– Apesar de não haver uma impressão que lhe corresponda diretamente a ideia de causalidade tem origem na experiência.
– A ideia de relação causal ou conexão necessária entre dois acontecimentos mais não é do que a expectativa de que um deles, a que chamamos efeito irá ocorrer sempre que o outro, a que chamamos causa, ocorra.
– À ideia de que causas semelhantes terão efeitos semelhantes - chamamos a esta proposição o Princípio da Uniformidade da Natureza.
– Tudo o que posso fazer é dizer que acredito que assim será porque até hoje sempre assim foi.
– Numa inferência válida, a sua solidez depende da veracidade do Princípio da Uniformidade da Natureza.
– Justifica a nossa confiança num princípio tendo como base a nossa experiência de que a Natureza se tem comportado de modo uniforme.
Em que consiste o problema da causalidade, segundo Hume?
Ao raciocinarmos sobre questões de facto estabelecemos relações de causalidade. A ideia de causalidade como conexão necessária é, assim, a base dos nossos conhecimentos sobre o mundo. Acontece que esta ideia não pode ser justificada a priori (não pode ser inferida apenas com base na razão, independentemente da experiência), nem tão pouco a posteriori (pois isso implicaria que tivéssemos a impressão correspondente, o que não acontece). A causalidade resulta de uma tendência psicológica, não existe nos objetos. Forma-se na nossa mente em virtude do costume ou do hábito de observarmos repetidamente que dois fenómenos ocorrem conjunta e sucessivamente. Porque o passado me mostrou existir uma conjunção constante entre A e B, tendo a imaginar que existe uma conexão necessária, uma relação de causalidade, isto é, que um é necessária e inevitavelmente a causa do outro. Contudo, esta crença não está justificada. Nunca observamos qualquer conexão necessária, apenas conjunções constantes, que podem ser arbitrárias e casuais. Nisto consiste o problema da causalidade.
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