Três teorias acerca da arte
A arte é "a coisa santa da humanidade, nela se encontra a conciliação da ciência e da religião, o abraço da inteligência e do coração, o nascimento da Beleza”
Antero de Quental1 1 QUENTAL, Antero, Obras completas, organização, introdução e notas de Joel Serrão, Universidade dos Açores, Editorial Comunicação, 1991, [37, 5-23]
Três teorias acerca da natureza da arte
O que é a arte?
Como distinguir objectos artísticos dos não artísticos.
Há várias formas de arte – o que têm em comum?
O que nos permite afirmar que...
O Grito de E. Munch
A Noite Estrelada de Van Gogh
O Bolero de Ravel ...
https://www.youtube.com/watch?v=E9PiL5icwic
constituem obras de Arte?
Vejamos algumas teorias:
1 – Arte como imitação
É a mais antiga remontando a Aristóteles que defendia que todas as formas de arte são imitação; Cada forma de arte usa meios diferentes: cores, figuras ritmos, música, palavras. Tem modos diferentes de usar os meios: as palavras, por exemplo, podem ser narradas ou representadas. Imitam factos diferentes: a tragédia imita a acção dos heróis e a comédia as acções do homem comum.
Objecções:
A arte é um espelho da natureza e o seu valor depende do grau de fidelidade da representação.
A pintura abstracta imita o quê?
E a música e a literatura?
Então, não haverá formas de arte que não imitam nada?
2 – Arte como expressão
Esta teoria foi defendida pelo escritor russo Leon Tolstoi que defende a arte como forma de expressão. A obra de arte expressa e comunica intencionalmente sentimentos do artista e provoca no expectador o mesmo tipo de sentimentos O artista vive experiências com profunda emoção e suscita-as no púbico. Só é arte se há emoção comunicada e partilhada mas se a emoção do artista e do público não coincidem, então não há arte.
Objecções:
Quantas obras de arte seriam excluídas por não respeitarem os princípios do expressivismo?
Será que toda a Obra de arte visa sempre comunicar?
Uma Obra de Arte criada num momento triste tem de ser, forçosamente, triste?
E se o espectador estiver alegre como compreende a tristeza da obra de arte?
E se o espectador nunca viveu uma experiência comum?
Será a emoção do artista plenamente transmissível e comunicável?
E se fór uma obra de arte anónima ou colectiva?
3 – Arte como forma significante
É proposta pelo crítico de arte Clive Bell que defende que a obra de arte provoca emoção no espectador. A obra de arte tem a forma significante: que é uma característica que decorre da relação estabelecida entre as partes que a constituem. A teoria formalista é usada sobretudo na pintura como jogo de formas, linhas e cores. Em formas de arte como escultura, literatura ou música será difícil analisar a forma significante.
Objecções:
Será que esta teoria dá um critério objectivo para identificar uma obra de arte? Pressupõe uma relação entre a forma significante e a emoção estética mas não a demonstra. Fazendo depender a definição de arte da intuição e da sensibilidade dos críticos põe em causa a sua refutação. Não clarifica, com rigor, o conceito de forma significante baseando-se num raciocínio circular: a forma significante parte da emoção estética e a emoção estética parte da forma significante.
- A obra de arte depende só da sensibilidade dos críticos?
- Porque razão as obras de arte não provocam emoção estética em todas as pessoas?
NOTA: por estas razões a teoria da forma significante parece não encontrar um critério seguro para separar a arte da não arte.
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