Acção Humana:
1.
Justifique as seguintes afirmações:
Ø O acontecimento é algo que ocorre, situado
no espaço e no tempo. Não há acontecimentos sem referência
espacial e temporal.
Ø Uma trovoada é um acontecimento. Pois acontece num espaço e
num determinado tempo.
Ø As ações são acontecimentos, mas nem todos os acontecimentos
são ações. Só
são acções aquelas que envolvem a interferência de um agente/sujeito livre
e responsável.
Ø Para que um acontecimento seja uma ação, é preciso
que envolva um agente.
Ø Mas nem todos os acontecimentos que envolvem agentes são
ações.
Ø Alguém que cai não realiza uma ação. É um acontecimento acidental.
Não dependeu da sua vontade e não foi intencional.
Ø As ações são acontecimentos que consistem em algo que o
sujeito faz.
Ø Mas nem tudo o que um sujeito faz é uma ação.
Ø Alguém que respira não realiza uma ação. É um acto do Homem.
Ø As ações consistem em algo que o sujeito faz
intencionalmente (o que supõe que seja um ato consciente e voluntário).
2. Identifique as seguintes afirmações como VERDADEIRAS ou FALSAS:
1. Acção e acontecimento são sinónimos
2. A Acção humana é um comportamento inconsciente e voluntário
3. A acção humana deve ser gratuita
4. A deliberação é julgar o comportamento alheio
5. Agir por ignorância é agir Involuntariamente
6. A intenção da acção responde à questão "Porque faz?"
7. A Acção humana assenta na necessidade e na liberdade
8. O agente da acção é activo
9. Realizar comportamentos voluntários é comum ao homem e animal
10. Agente, motivo, intenção e finalidade constituem a analise clássica do acto voluntário
11. Na acção humana a decisão antecede a fase da ponderação
12. A decisão põe termo à deliberação
13. Um tique nervoso é inconsciente e involuntário
14. Tudo que o agente faz é um acto do homem
15. A intenção é o móbil
da acção
3. Seleccione a opção correcta:
A. A Acção é um
acontecimento?
A. Não,
porque as ações não são causadas por acontecimentos anteriores.
B. Sim,
porque as ações são determinadas por causas exteriores ao agente.
C. Não,
porque as ações não têm causas.
D. Sim,
porque as ações são atos voluntários que acontecem num espaço e num tempo.
.
B. A Rosália tropeçou
num dos corredores da ESA e caiu, provocando o riso dos seus colegas. Este
evento é:
A. Um ato
voluntário.
B. Um ato
involuntário.
C. Uma ação
voluntária e não-livre.
D. Uma ação
involuntária livre.
C. Quando queremos
compreender uma ação, a questão 'porquê?' permite-nos descobrir:
A. O agente.
B. O motivo.
C. A
intenção.
D. As
consequências da ação.
D. Quando agimos, a
existência de um motivo prova que as ações não têm causas anteriores. Esta
afirmação é:
A. Falsa,
porque o motivo da ação não tem nada a ver com a causalidade.
B. Verdadeira,
porque o motivo é o resultado da deliberação do agente.
C. Falsa,
porque o motivo é a causa (interna ou externa) que leva o agente a ter que
tomar a decisão de agir,
D. Verdadeira,
porque se as ações não fossem livres não seriam motivadas.
E. A tomada de decisão
passa pelos seguintes momentos:
A. 1.Tomada
de consciência do motivo; 2. Análise racional da situação; 3. Escolha de uma
alternativa; 4. Execução da ação.
B. 1.Análise
racional da situação; 2. Tomada de consciência da intenção; 3. Escolha de uma
alternativa; 4. Execução da ação.
C. 1.Análise da
intenção; 2. Tomada de consciência do motivo; 3. Execução da ação; 4. Análise
racional da situação.
D. 1.Execução da
ação; 2. Tomada de consciência do motivo; 3. Análise racional da situação; 4.
Análise da intenção.
F. O motivo é uma
condição necessária para que exista uma ação?
A. Não,
porque nenhuma ação tem um motivo.
B. Sim,
porque todas as ações são motivadas, ou seja, têm uma causa que impele o agente
à tomada de decisão.
C. Não,
porque só a intenção é uma condição necessária para a execução da ação.
D. Sim,
porque todas as ações resultam de uma causalidade anterior.
G. A intenção é uma
condição suficiente para a execução de uma ação?
A. Sim,
porque sem a intenção não há ação.
B. Sim,
porque a ação é a causa anterior da ação.
C. Não,
porque a intenção não é importante numa ação.
D. Não,
porque para além da intenção, a ação tem que ter um motivo.
H. Porque é que se
afirma que nem todos os atos do homem são atos humanos?
A. Porque os
animais também são capazes de executar atos voluntários.
B. Porque só
os atos voluntários são executados pelos seres humanos, enquanto os atos
involuntários são executados pelos seres humanos e pelos animais.
C. Porque só
os seres humanos executam atos involuntários.
D. Porque
seres humanos podem executar atos terríveis.
I. O código genético é
um elemento importante das condicionantes da ação humana, quais?
A. Psicológicas.
B. Histórico-biológicas.
C. Histórico-culturais.
D. Físico-biológicas.
J. Os atos inconscientes
são:
A. voluntários
ou involuntários, dependendo da situação.
B. sempre
involuntários.
C. sempre
voluntários.
D. sempre
voluntários, se forem executados por um ser humano.
L. Um acontecimento é:
A. Algo que
chama a atenção de toda a gente.
B. Algo que
nós fazemos quando estamos distraídos.
C. Algo que
ocorre situado no espaço e no tempo.
D. Algo que
ocorre e não é planeado por nós.
M. Porque é que nem todos
os acontecimentos são ações?
A. Porque há
ações que não são acontecimentos.
B. Porque as
ações têm que ter uma causa.
C. Porque as
ações são algo que acontece devido à vontade de um sujeito.
D. Porque os
acontecimentos são algo que tem que ser produzido por um agente.
N. O motivo de uma ação é:
A. A meta que
um agente procura atingir.
B. A causa,
externa ou interna, que leva alguém a ter que agir.
C. O impacto
que uma ação tem na realidade.
D. A causa
interna de uma ação.
4. Analise o seguinte texto:
Algumas pessoas pensam que a responsabilidade pelas nossas acções requer que elas sejam determinadas, em vez de requerer que não o sejam. O que se afirma é que para que uma acção seja algo que tenhas feito tem de ser produzida por certo tipo de causas em ti. Por exemplo quando escolheste o bolo de chocolate, isso foi algo que fizeste e não algo que se limitou a acontecer, porque preferiste comer um bolo de chocolate a comer um pêssego (...)No caso de outras acções, a explicação psicológica será mais complexa, mas haverá sempre uma - caso contrário, a acção não seria tua. Esta explicação parece querer dizer que aquilo que fizeste estava, afinal, determinado à partida. Se não estivesse determinado por nada, seria apenas um acontecimento por explicar, algo que teria acontecido a partir do nada, em vez de algo que tivesses feito.
De acordo com esta posição, a determinação causal, por si só, não ameaça a liberdade -só um certo tipo de causa o faz. Se pegasses no bolo porque alguém te obrigou, então a escolha não teria sido livre. Mas a acção livre não requer de modo algum que não aja uma causa determinante, quer antes dizer que a causa tem de ser de um certo tipo psicológico que nos é familiar.
Para mim não posso aceitar esta solução. Se pensasse que tudo o que faço é determinado pelas circunstâncias em que me encontro e pelas minhas condições psicológicas, sentir-me-ia encurralado. E se pensasse o mesmo de todas as outras pessoas, pensaria que elas eram marionetas. Não faria sentido considerá-las responsáveis pelas suas acções, tal como não considero um cão, um gato ou mesmo um elevador.
Por outro lado, não tenho a certeza se compreendo como é que a responsabilidade pelas nossas escolhas faz sentido se elas não são determinadas. Não é claro o que quer dizer que eu determino a escolha se nada em mim a determina. Portanto, talvez o sentimento de que podias ter escolhido um pêssego, em vez de uma fatia de bolo, seja uma ilusão filosófica, que não podia ser correcta fosse qual fosse o caso.
Thomas Nagel, Que quer dizer tudo isto?
(Lisboa, Gradiva, 1995).
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