Acção Humana e valores:
Juízos de facto e juízos de valor
Relacione Acção Humana e valores
Os valores orientam a nossa vida e influenciam as nossas decisões, determinando o que pensamos acerca do que é melhor ou pior. Muitas vezes ouvimos as pessoas fazer afirmações acerca dos valores que aceitam. Podem dizer, por exemplo, que a honestidade, o respeito e a amizade são os valores que prezam acima de tudo. O que querem dizer é que essas são ideias que norteiam a sua vida, levando-as a realizar determinadas acções e a preferir determinadas coisas.
Por vezes, os nossos valores parecem-nos tão importantes que chegamos a pensar que todas as pessoas deveriam aceitá-los. Por vezes também, só pensamos neles quando nos confrontamos com culturas que têm valores profundamente diferentes dos nossos.
Acção humana - é a interferencia de um sujeito no real, de modo intencional, livre e responsável envolvendo decisões e deliberações.
Valores - São princípios morais pelos quais o Homem orienta o agir. São guias da acção.
Defina valor
É a apreciação que um sujeito faz em relação a pessoas, momentos, objectos ou situações. É uma atitude preferencial do Homem. Em Filosofia valor não tem um carácter material ou utilitário.
Características dos valores
Bipolares: existem aos pares. Exemplo: Agradável/desagradável.
Históricos: Variam com a época.
Subjectivos ou Objectivos: dependem ou não do sujeito?
Efémeros ou Eternos/Perenes: Duram para sempre ou são temporais?
Hierarquizáveis: existem numa escala, há valores superiores e inferiores.
Tipos de valores
Temos valores dos mais diversos géneros e os mais importantes estão associados a três domínios:
- A ética, que diz respeito ao modo como devemos agir e relacionar-nos com os outros. Exemplos: a generosidade, a liberdade e a justiça.
- A estética, isto é, o domínio do belo e da arte. Exemplos: a beleza, a harmonia, a unidade, a elegância, a originalidade e o prazer desinteressado.
- A religião, na qual o homem procura desenvolver a sua vida espiritual através do contacto com entidades sagradas. Exemplos: a fé, o sagrado e o profano.
Um exemplo: o meu gato RODOLFO.
Acerca de este meu gato, que é um valor para mim (foi-me oferecido por um filho) poderei emitir:
1- Juizos de facto
- O RODOLFO tem 6 anos.
- Nasceu em Março de 2020.
- Tem o pelo cinzento.
- Dorme onde lhe apetece.
2- Juízos de valor
- É um gato muito meiguinho.
- É o mais leal e faz muito bem o rom-rom.
- Foi o melhor presente de aniversário que já recebi.
- Gosto de dormir com ele ao fundo da cama.
O que é um juizo?
É a relação entre um sujeito e um predicado. É aquilo que se afirma de algo numa frase declarativa.
Serão os juízos que formulamos da mesma natureza?
Os juízos que formulamos podem ter como objectivo descrever a realidade ou mesmo mostrar a nossa preferência perante a realidade. Assim, poderemos distinguir: juízos de facto e juízos de valor.
Distinga Juízos de facto e Juízos de valor
Os juízos de facto:
- Têm valor de verdade (se descrevem fielmente os factos). O valor de verdade não depende em nada daquilo que pensa a pessoa que os formula.
- São independentes de crenças e desejos. A sua verdade ou falsidade é objectiva, ou seja, completamente independente das diversas perspectivas das pessoas.
- São descritivos e fornecem informação acerca do mundo
- Podem ser verificados
- Dizem o que as coisas são.
Os juizos de valor:
- Não têm valor de verdade
- Dependem das crenças e desejos do sujeito
- São normativos: indicam o que as coisas devem ser e não o que são.
- Dependem da perspectiva de cada um.
- Expressam uma avaliação de certos aspectos da realidade
- Influenciam o nosso comportamento.
Então...
Quando alguém nos diz que o João é honesto sugere que devemos olhar para o João de uma determinada maneira, que devemos confiar nele. E quando alguém nos diz que a pena de morte é injusta está a avaliar negativamente essa prática, sugerindo que devemos reprová-la.
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