quarta-feira, 1 de maio de 2024

Filosofia da Arte: Exercícios

 


Filosofia da Arte: 

Exercícios


GRUPO I

 Assinale a opção correcta.

1. A teoria da arte como forma significante centra a sua definição de arte:

(A) No espectador. 

(B) No artista. 

(C) Na obra. 

(D) Na natureza.

 

2. Lev Tolstoi defende que uma obra só é arte se:

(A) Imitar claramente uma sensação vivida pelo artista. 

(B) Contagiar o espectador com as emoções e sentimentos do artista. 

(C) Recriar novos sentimentos no espectador. 

(D) Transmitir claramente uma mensagem.

 

3. Para Clive Bell, a emoção estética resulta:

(A) Da capacidade do recetor captar a emoção estética. 

(B) Da maior ou menor capacidade criadora do artista. 

(C) Da clareza com que a obra de arte exprime essa emoção. 

(D) De uma particular combinação de linhas e cores, certas formas e relação entre formas.

 

4. A obra de arte é, por natureza, uma obra aberta. Esta afirmação é:

(A) Verdadeira. A obra de arte é sempre comunicação de vivências. 

(B) Falsa. A obra de arte é produto de uma cultura. 

(C)  Verdadeira.  A  partir  do  momento  em  que  é  dada  a  conhecer,  a  obra  de  arte  ganha  novas significações. 

(D) Falsa. Um objeto só é uma obra de arte se não permitir a recriação por parte do espectador.

 

5. Qual das seguintes afirmações pode ser considerada uma crítica à teoria institucional da arte? 

(A) Incapacidade em distinguir a boa da má arte, uma vez que não avalia o objeto, apenas o classifica.

(B) qualidade de uma obra depende da sua capacidade de suscitar emoção no fruidor. 

(C) A história da arte é o elemento que interliga todas as obras ou longo dos tempos.

(D) A arte resulta de uma sucessão de eventos apresentados em contextos específicos.

 

6. A expressão “mundo da arte” apresentada pela teoria institucional designa: 

(A) O conjunto de pessoas (críticos, produtores, galeristas…) a quem é formalmente reconhecida autoridade para avaliar as obras como arte. 

(B) Os críticos e estudiosos de arte que, por serem dotados de umaespecial sensibilidade,

selecionam o que deve ou não ser apreciado pelo público 

(C) As obras e artefactos que, por serem colocados em galerias, publicados, representados ou produzidos, permitem a sua apreciação.

(D) A natureza da arte e o contexto institucional em que as práticas artísticas se desenvolvem e preparam para a apresentação ao público 

 

7. De  acordo com a  teoria histórica da arte,  O  Nascimento  de  Vénus, de Sandro Botticelli, poderia ser reconhecida como arte? 

(A) Não, porque Botticelli não deveria, em nome da arte,  ter  colocado  para  apreciação  uma  obra  que insinua corpos nus.

(B) Sim, porque Botticelli recorreu a técnicas antigas de pintura 

(C)  Não,  porque  Botticelli  não era  proprietário dos materiais com que criou a obra. 

(D) Sim, porque a obra desperta emoção estética.

 

 

8. Qual das seguintes afirmações poderia ser da autoria de George Dickie? 

(A) É essencial que um artista conheça as obras que têm sido consideradas obras-primas 

(BAs obras de arte são artefactos dignos de apreciação num dado contexto cultural. 

(C) Sem intuição estética, é impossível apreciar uma obra de arte. 

(D) A finalidade da arte é a comunicação dos estados emocionais do artista.

 

9. Qual das seguintes afirmações poderia ser da autoria de Jerrold Levinson 

(A) qualidade de uma obra depende da sua capacidade de suscitar emoção no fruidor.

(BO objetivo de um artista é experienciar as mesmas emoções que os seus antecessores.

(C) Artista é aquele que é reconhecido como tal pelos seus pares. 

(D) Um artista não pode transformar em arte objetos que não lhe pertençam ou em relação aos quais não esteja devidamente autorizado pelos seus proprietários.

 

 

10. Qual das seguintes afirmações pode ser considerada uma crítica à teoria histórica da arte? 

(A) Não há qualquer garantia de que aquilo que sentimos perante uma obra de arte corresponda ao sentimento do seu criador.

(B) Há quem não sinta nenhuma emoção perante obras que são consideradas arte 

(C) O direito de propriedade não pode servir como condição necessária para haver arte, pois podemos imaginar contraexemplos que mostram o contrário do que a teoria propõe.

(D) Há obras que não exprimem qualquer emoção ou sentimento


 Cenários de resposta 


1. (A); 2. (B); 3. (D); 4. (C)5. (A); 6. (D); 7. (C); 8. (B); 9. (D); 10. (C).

 

GRUPO II


I. Das seguintes afirmações, indique as que são VERDADEIRAS. 

   1. A arte é, para Platão, ilusão da verdade.

   2. A arte, para Aristóteles, é também imitação.

   3. Aristóteles considera que a arte é purificadora. 

   4. Na Idade Média a regra é a procura do belo.

   5. Na Antiguidade Clássica arte e técnica estão bem separadas.

   6. Na Idade Média arte e técnica confundem-se.

   7. No Renascimento o belo é considerado um valor.

   8. Na arte contemporânea os princípios estéticos diluem-se.

   9. A obra de arte é uma obra fechada onde só é possível uma interpretação, a do artista.

 10. A arte contemporânea perdeu a sua polissemia, pois, devido à sua multidimensionalidade, torna-se difícil falar em sentido.

 

II.  Tendo em conta as teorias da arte que estudou, faça corresponder as afirmações que se seguem a essas teorias. 

   1. O objeto artístico é aquele que provoca emoções estéticas no seu público.

   2. As obras de arte são imitação.

 3. Uma obra é arte quando expressa e comunica intencionalmente uma emoção vivida pelo artista.

   4. A forma significante é uma caraterística da estrutura da obra de arte.

   5. A imitação é natural ao ser humano.

   6. A atividade artística é baseada no facto de o ser humano, ao receber as expressões dos artistas, ser capaz de experimentar os mesmos sentimentos.

   7. A atividade da arte baseia-se nessa capacidade que as pessoas têm de ser contagiadas pelos sentimentos de outras pessoas.

   8. O ponto de partida de todos os sistemas estéticos tem de ser a experiência pessoal de uma emoção estética.

   9. Todas as emoções podem ser identificadas e sentidas, desde que o artista as transmita com sinceridade.

   10. É uma combinação particular de linhas e cores, certas formas e relações entre formas, o que distingue um objeto artístico de um outro qualquer objeto.

 

Cenários de resposta 

I. 1; 2; 3; 6; 7; 8 

II. 1. Teoria da arte como forma 

2. Teoria da arte como imitação 

3. Teoria da arte como expressão 

4. Teoria da arte como forma 

5.Teoria da arte como imitação 

6. Teoria da arte como expressão 

7. Teoria da arte como expressão 

8. Teoria da arte como forma 

9.Teoria da arte como expressão 

10. Teoria da arte como forma.

 

  GRUPO III

Responda ás seguintes questões

 

Para a teoria institucional da arte, que artefactos podem ser considerados arte?


Todo  e  qualquer  artefacto  que,  no  interior  de  um  dado  enquadramento  institucional,  beneficie  do estatuto de candidato à apreciação. 


Para Dickie, será possivel que um artefacto, sem qualquer valor estético associado possa ser considerado arte?

Sim, para Dickie, arte é um conceito apenas classificativo, o que torna possível que um objeto sem qualquer valor estético associado possa ser considerado arte.

 

Quem atribui a classificação de arte a um objeto?


A designação arte é atribuída pelo “mundo da arte”, no qual se incluem artistas, galeristas, produtores, editores, entre outros agentes culturais. Todavia, “mundo da arte” não deve ser entendido como uma espécie de elite iluminada, uma vez que o conceito é usado para se referir à natureza da arte e ao contexto institucional em que as práticas artísticas se desenvolvem e preparam para a apresentação ao público.

 

Que limitações são atribuídas à teoria da arte institucional?


A sua incapacidade em distinguir a boa da má arte, uma vez que não avalia o objeto, apenas o classifica como sendo (ou não) arte, e o não reconhecimento daqueles que criam as suas obras fora dos circuitos institucionais como artistas

Que características   tem de ter uma obra para ser considerada arte pela teoria histórica?

Para a teoria histórica, a arte é necessariamente retrospetiva. O que distingue um objeto comum de um objeto artístico é a ligação específica que este estabelece com outras obras do passado. 

 

Para Levinson, que capacidades nos dá o conhecimento da história


 da arte?


Torna-nos sensíveis a determinados detalhes (cor, luminosidade, textura), à estrutura formal de uma obra  ou  ao  enquadramento  histórico,  ideológico  ou  cultural  de  uma  composição,  condições  que possibilitam classificar um objeto como arte. 


 Que condições são  requeridas ao artista pela teoria histórica para que o seu trabalho seja considerado arte?

De  acordo com a  teoria  histórica,  só  há  arte  se  o  seu  criador  detiver  o  direito  de propriedade  (ou autorização) sobre os objetos que vai transformar e se houver, da sua parte, intenção não passageira de relacionar a sua produção com o passado, isto é, de a perspetivar historicamente como a arte.

 

Que críticas são apontadas à teoria histórica da arte?


Levinson não esclarece o que muda num objeto quando este se transforma em arte. A sua teoria supõe que  o direito  de  propriedade  ou  a  existência  de uma  intenção  explícita  por  parte de  um  autor  são condições necessárias para que haja arte. Porém, a história da arte é prenhe em exemplos de obras que não deixaram de ser arte apesar de não satisfazerem essas condições. Levinson não clarificou de que modo se terão afirmado como arte as primeiras obras, não esclarecendo como se transformaram em arte as obras primordiais. Por fim, supôs como condição para ser arte a existência de uma intenção por parte de um autor. Contudo, há obras que foram tornadas públicas sem que tenha havido intenção do seu autor para que tal sucedesse

 

 GRUPO IV

Classifique as afirmações como verdadeiras ou falsas.

 

1. O ato criativo pode desencadear uma experiência estética, tal como a contemplação de uma obra de arte. 

 2. Para os defensores das teorias essencialistas, não se pode definir o conceito de arte, pois é um conceito aberto. 

3. A experiência estética é provocada, entre outras coisas, pela contemplação de objetos estéticos, naturais ou artísticos. 

4. Na Antiguidade, o critério de aferição do valor da arte era o seu grau de aproximação ao objeto e, por isso, se considerava o artista alguém dotado de um dom especial. 

 5. De acordo com a teoria da arte como imitação, se a arte é imitação, então, toda a imitação é arte. 

6. Para a teoria institucional, é arte qualquer artefacto que, desde que enquadrado institucionalmente, possa ser candidato à apreciação. 

7. Para a teoria formalista, é o sujeito que tem capacidade de descobrir a obra de arte, pelo que o seu valor em nada depende do objeto. 

8. Para Dickie,  classificar um  artefacto como “obra de arte” é uma  condição necessária, mas  não suficiente para algo ser arte. 

9. Para Levinson, não há arte sem história da arte, pois é com a referência das obras do passado que se classificam as do presente.

 

Moreira, Lina e Dias, Idalina (2020). 

Preparar o Exame Nacional de Filosofia.  

Porto: Areal Editores.

 

Cenários de resposta

1. V; 2. F; 3. V; 4. F; 5. F; 6. V; 7. F; 8. V; 9. V.

 

 

GRUPO V

Considere as imagens e respetivas legendas.

  


  Leonardo da Vinci, Mona Lisa, 1503-1507



Fernando Botero, Mona Lisa, 1959.

 

1. Que dificuldades colocam as diferentes representações de Mona Lisa a um defensor da arte como imitação?

 A tese defendida pela teoria da arte como imitação é a de que uma obra é arte quando é produzida como imitação da natureza e da ação. Quando observamos diferentes representações da Mona Lisa, por exemplo, podemos questionar-nos se estas obras imitam alguma coisa. Botero recria a obra de Da Vinci, parodia-a, não imita nem o original, nem, com certeza, a mulher que serviu de modelo à obra de Da Vinci, se é que esse modelo alguma vez existiu.


2. Considere a imagem e respetiva legenda.

 


Edvard Munch, O Grito, 1893. A obra representa uma figura distorcida

num momento de profunda angústia existencial. O cenário é a doca de

Oslofjord, em Oslo. Munch, cuja existência foi mergulhada em tragédias

pessoais, dá-nos conta de como surgiu a obra: «Passeava com dois

amigos ao pôr do sol – o céu ficou de súbito vermelho-sangue – eu

parei, exausto, e inclinei-me sobre o muro havia sangue e línguas de

fogo sobre o azul-escuro do fiorde e sobre a cidade , os meus amigos

continuaram, mas eu fiquei ali a tremer de ansiedade e senti o grito

infinito da natureza».

 

2.1. Que aspetos desta obra e da sua criação parecem dar razão aos defensores da teoria expressivista da arte? 

A tese defendida pela teoria da arte como expressão, ou teoria expressivista, é a de que uma obra é arte quando expressa e comunica intencionalmente uma emoção ou sentimento vivido pelo artista e quando provoca no  público essa mesma emoção ou sentimento. Parece ser um facto que Munch  à semelhança do que acontece com muitos artistas  procurou expressar nesta tela um conjunto  de  emoções muito  fortes que vivenciou nesse  final  de tarde na  doca  de Oslofjord. É  também um facto que  muitas pessoas que observam O Grito são capazes de partilhar com o artista as sensações de ansiedade e angústia que o conduziram à elaboração do quadro. Estes factos parecem dar razão, pelo menos em parte, aos defensores da teoria expressivista. Resta saber se essas razões são suficientes. 

2.2. Considerando a obra O Grito, de Munch, analise criticamente a teoria expressivista da arte.

Se parece óbvio que Munch expressou intencionalmente, através de O Grito, emoções e sentimentos pessoais e que os procurou partilhar com os observadores, já não será tão evidente que todas as pessoas que se confrontem com a tela se sintam assaltadas por emoções semelhantes às do  artista. Por outro lado, como  saber se Munch conseguiu, de facto, os  seus intentos ao procurar expressar na tela as suas emoções?


GRUPO VI

Leia o texto atentamente e responda às questões de seguida colocadas.

 

Os artistas são pessoas inspiradas por uma experiência de profunda emoção e usam a sua aptidão com palavras ou desenho, ou música, ou mármore, ou movimento, para dar corpo a essa emoção numa obra de arte. A marca do sucesso neste esforço é o estímulo da mesma sensação no seu público. É assim que se pode dizer que os artistas comunicam experiência emocional. 

G. Graham, Filosofia das Artes, 

Edições 70, 2001, p. 44.

a) Qual a teoria da arte a que se refere o texto? 

Teoria da arte como expressão. 

b) Quais as condições necessárias, segundo essa teoria, para que uma obra seja considerada arte?

As condições necessárias são: a obra exprimir os sentimentos e as emoções do artista e este, com a sua obra, ter a capacidade de contagiar com os mesmos sentimentos e emoções o público. 


GRUPO VII

 Responda às seguintes questões

1. O que é o “mundo da arte” e quais as suas atribuições, segundo a teoria institucional?

A designação arte é  atribuída  pelo “mundo da  arte”,  no  qual se incluem artistas, galerista, produtores, editores, entre outros agentes culturais. Todavia, “mundo da arte” não deve ser entendido como uma espécie de elite iluminada, uma vez que o conceito é usado para se referir à natureza da arte e ao contexto institucional em que as práticas artísticas se desenvolvem e preparam para a apresentação ao público.

2. Segundo a teoria histórica da arte, que condições precisam de estar reunidas para que um objeto possa ser considerado arte

De acordo com a teoria histórica, só há arte se o seu criador detiver o direito de propriedade (ou autorização) sobre os objetos que vai transformar e se houver, da sua parte, intenção não passageira de relacionar a sua produção com o passado, isto é, de a perspetivar historicamente como a arte.

 3. Apresente a teoria da Arte defendida por Clive Bell.

Clive Bell é o principal teorizador da teoria da arte como forma significante. Bell defende que não há uma característica comum a todas as formas de arte, mas que nelas existe uma caraterística que marca todas as experiências estéticas: a emoção estética, que resulta da forma significante. Assim, para Bell, não se deve procurar aquilo que define uma obra de arte na própria arte mas  no sujeito que a aprecia. Bell afirma que a emoção estética é provocada pela apreciação das obras de arte mas não expressa por elas, o que o afasta da teoria da arte como expressão. 

4. Que criticas são dirigidas à teoria formalista da Arte?

A teoria de Bell é criticada pelas seguintes razões: há quem não sinta nada perante obras que são consideradas arte; o critério da forma significante não é claramente explicado; é acusada de ser uma teoria circular, pois a emoção estética é provocada pela forma significante e esta é o resultado da emoção estética; é também acusada de ser uma teoria elitista, em virtude de insinuar que só alguns afortunados são capazes de sentir a emoção estética perante uma obra de arte. 

5. Que teorias defenderiam que esta é uma obra de arte?


Jardim das Delicias (1970)

Relativamente a esta obra de António Palolo, das três teorias estudadas só a teoria da arte como forma diria que é uma obra de arte,  pois  as  suas  linhas  e  cores  e  a  sua  estrutura  de  formas,  isto  é,  a  sua  forma  significante,  provoca  emoção  estética  nos observadores (pelo menos em alguns deles, os mais sensíveis, diria Bell). 

- As outras duas responderiam que não é uma obra de arte, pois, de acordo com a teoria da arte como imitação, esta obra parece nada imitar, logo não possui a condição necessária para o ser.

- A teoria defendida por Tolstoi, a da arte como expressão, responderia também negativamente, em virtude desta obra não expressar claramente qualquer sentimento ou emoção do artista durante o processo criativo.


 Muito obrigada aos autores do

 projecto "Clube das Ideias"!


LOLA

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